31 de maio de 2010
Pela disputa da Vox Populi
Se é uma constante histórica que os pólos periféricos do centro político tendem a crescer e a merecer a confiança dos eleitores em alturas em que a crise sistémica do capitalismo mais se acentua e as suas contradições inatas aumentam exponencialmente o exército social de reserva, arrastam milhões para a pobreza, agudizam o ataque ao Trabalho, estão geralmente reunidas as condições objectivas para o fortalecimento das forças progressistas de esquerda, anticapitalistas e comunistas.
Texto publicado aqui
Dica de Leitura: Adeus ao trabalho?
Qual é hoje a ‘classe-que-vive-do-trabalho’? A diminuição do operariado tradicional, fabril e industrial da era do fordismo, leva a perda de referência do ser social que trabalha? Que futuro para a actividade sindical? A categoria trabalho não é mais dotada do estatuto da centralidade, no universo de práxis humana existente na sociedade contemporânea?
Publicado em 1995, "Adeus ao trabalho?" continua a ser uma obra actual e incontornável no combate ao discurso do management e do empreendedorismo. Em tempos de ataque brutal ao valor do trabalho, Ricardo Antunes, o seu autor, dá-nos uma análise ainda actual e que, bem apreendida, bem pode servir de petardo ideológico em muitos ouvidos de tendências liberais.
Publicado em 1995, "Adeus ao trabalho?" continua a ser uma obra actual e incontornável no combate ao discurso do management e do empreendedorismo. Em tempos de ataque brutal ao valor do trabalho, Ricardo Antunes, o seu autor, dá-nos uma análise ainda actual e que, bem apreendida, bem pode servir de petardo ideológico em muitos ouvidos de tendências liberais.
Os Hooligans e os Cowboys do Bairro Alto
Eu não sei quem está à frente da esquadra da PSP, também não sei, se os agentes são escolhidos a dedo e se o cadastro lá conta como curriculum...
Esta semana:
Novo Espancamento pela PSP de Lisboa no Bairro Alto
Semana passada:
Jovens acusam polícia de agressões, mas PSP nega
Estou como o Miguel Cardina, quem é que nos protege da polícia?
Esta semana:
Novo Espancamento pela PSP de Lisboa no Bairro Alto
Semana passada:
Jovens acusam polícia de agressões, mas PSP nega
Estou como o Miguel Cardina, quem é que nos protege da polícia?
Terrorismo: Israel ataca e massacra missão humanitária
Por mais que os agentes do situacionismo tentem arranjar sinónimos, para descrever o ataque do exército Israelita, contra o Navio que transportava ajuda humanitária para a Palestina, está aos olhos de todos de que se tratou de um acto de terrorismo de Estado, de um cru e bruto massacre.
19 mortos e 36 feridos é o que noticia a RTP , o Exército israelita argumenta que se tratou de legítima defesa, pois, segundo eles, os tripulantes atacaram com armas brancas e machados. Já é conhecida a veracidade deste tipo de afirmações por parte deste Estado e dos seus serviços de informação, o que dispensa de todo uma desconstrução deste argumento.
Mesmo assim, para os mais cépticos e para os estoicamente crentes, que ainda acreditam que o Estado de Israel, não faz mais do que assegurar a paz no Médio Oriente, pode ler aqui as declarações de Navi Pillay da ONU, que condena veemente este ataque terrorista a uma missão humanitária.
A política do Estado israelita está tanto para a Paz como o Appartheid esteve para a igualdade de direitos. Negar isto é submeter-se à mais profunda ignorância.
19 mortos e 36 feridos é o que noticia a RTP , o Exército israelita argumenta que se tratou de legítima defesa, pois, segundo eles, os tripulantes atacaram com armas brancas e machados. Já é conhecida a veracidade deste tipo de afirmações por parte deste Estado e dos seus serviços de informação, o que dispensa de todo uma desconstrução deste argumento.
Mesmo assim, para os mais cépticos e para os estoicamente crentes, que ainda acreditam que o Estado de Israel, não faz mais do que assegurar a paz no Médio Oriente, pode ler aqui as declarações de Navi Pillay da ONU, que condena veemente este ataque terrorista a uma missão humanitária.
A política do Estado israelita está tanto para a Paz como o Appartheid esteve para a igualdade de direitos. Negar isto é submeter-se à mais profunda ignorância.
Os ortodoxos
Há uns dias atrás, Milton Friedman dizia-nos que países como Portugal,Espanha e Grécia deveriam de desvalorizar os seus salários em 30%, a fim de poderem ter competitividade dentro da Zona Euro, uma vez que não podem desvalorizar a sua moeda.
Se isto já pôs muito boa gente a esfregar as mãos, imagine-se o que acontecerá quando isto, começar a criar notícia na imprensa:
A Crueldade do Salário Mínimo: Como uma lei pode destruir uma indústria e atirar milhares de pessoas para o desemprego.
Como é fácil ser liberal. Para qualquer problema existe sempre uma lei ou um pedaço de Estado a mais, seja para a falta de "competitividade", de "criação de emprego", "de empreendedorismo"... enfim os chavões e a ortodoxia do costume, de quem com os seus óculos de fundo de garrafa não consegue tirar os olhos do catecismo.
Outra coisa a ter em conta, é este belo comunicado:
A Juventude Popular relembra em declarações à Lusa que o Salário Mínimo (SM) não é "mais do que o estabelecimento de um preço mínimo naquele que deveria ser o normal funcionamento do mercado de trabalho. Este preço mínimo tem dois efeitos muito claros no mercado de trabalho: impedir de trabalhar quem estiver disponível para trabalhar por valor inferior a esse preço; por outro lado impede de operar todas as empresas e serviços que não tenham a capacidade de remunerarem aquele montante."
Se isto já pôs muito boa gente a esfregar as mãos, imagine-se o que acontecerá quando isto, começar a criar notícia na imprensa:
A Crueldade do Salário Mínimo: Como uma lei pode destruir uma indústria e atirar milhares de pessoas para o desemprego.
Como é fácil ser liberal. Para qualquer problema existe sempre uma lei ou um pedaço de Estado a mais, seja para a falta de "competitividade", de "criação de emprego", "de empreendedorismo"... enfim os chavões e a ortodoxia do costume, de quem com os seus óculos de fundo de garrafa não consegue tirar os olhos do catecismo.
Outra coisa a ter em conta, é este belo comunicado:
A Juventude Popular relembra em declarações à Lusa que o Salário Mínimo (SM) não é "mais do que o estabelecimento de um preço mínimo naquele que deveria ser o normal funcionamento do mercado de trabalho. Este preço mínimo tem dois efeitos muito claros no mercado de trabalho: impedir de trabalhar quem estiver disponível para trabalhar por valor inferior a esse preço; por outro lado impede de operar todas as empresas e serviços que não tenham a capacidade de remunerarem aquele montante."
Fiquei esclarecido
Pôr em causa a minha honestidade também me dá o direito de pregar um estalo a quem o andava a merecer há muito.
Sobre liberdade de expressão estamos conversados.
Sobre liberdade de expressão estamos conversados.
30 de maio de 2010
29 de maio de 2010
O que o Policarpo devia saber
O cardeal patriarca de Lisboa ficou desolado: Cavaco não vetou a lei que aprova o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Acrescenta José Policarpo que Cavaco Silva deveria ter vetado a lei "pela sua identidade cultural, de católico" e "para marcar uma posição pessoal".
Mas o que o Policarpo não sabe (ou não quer saber) é que um Presidente da República é, exactamente, o oposto disso: não toma decisões que afectam a vida das pessoas em função da sua religião e não tem nada que marcar posições pessoais. Pelo contrário, um Presidente da República decide em total independência da pressão reaccionária dos velhos policarpos e marca posições políticas.
28 de maio de 2010
Salazar entornado a €300 !
300 Euros, Grande Piela! |
Chamam-lhe o Obreiro da Pátria, o que quer que isso seja... Relembram os grandes feitos da Polícia Internacional e de Defesa do Estado, da necessidade imperiosa da Mocidade Portuguesa se alinhar e, claro, Deus, Pátria e Família deveriam estar impressos na Bandeira e no tecto da Assembleia Nacional.
O que mais salta à vista, nem é quererem que a Ponte 25 de Abril volte ao nome antigo, é a Loja Virtual. Num instante podemos ter a nossa casa toda decorada com imagens do Obreiro (aquele que obra). Tapetes de Rato com a cara do cagão, e melhor garrafinhas de vinho de colheita feita nos terrenos onde Ele já mijou de certeza. São só 300 euros, dá para apanhar uma grande piela e começar à gargalhada que no tempo da outra Senhora é que era!
Enjoy!
CONCENTRAÇÃO PACÍFICA CONTRA A VIOLÊNCIA POLICIAL
Na madrugada de 25 de Maio, Vasco Dias e Laura Diogo, estudantes da FCSH foram brutalmente espancados por agentes da PSP. A justificação era estarem a fazer “demasiado ruído”. Foram depois levados para uma esquadra onde não puderam fazer sequer um telefonema. Foram “interrogados” e depois postos na rua sem mais explicações. O Vasco teve de ser internado de urgência com a mandíbula fracturada.
Como eles, muitas pessoas já foram vítimas de crimes policiais, mas pouco ou nada é feito. A regra é a impunidade. Ainda este ano a Amnistia Internacional voltou a fazer essa denúncia sobre Portugal. Com a impunidade perdemos todos: vítimas de abuso policial e os agentes que não cometem abusos.
Esta CONCENTRAÇÃO PACÍFICA tem como objectivo alertar a opinião pública para estes casos. Queremos a condenação dos culpados destes crimes e sua substituição por agentes que cumpram a lei e que tenham uma formação adequada: humanista, defensiva e respeitadora dos cidadãos. Têm de aplicar a lei segundo as regras a que estão sujeitos como profissionais.
Para haver segurança, em vez de medo tem que haver confiança. Não só no Bairro Alto, mas em todos os bairros, de todo o país.
Contra o abuso policial, respondemos com uma mensagem de paz.
APELO a toda a gente que estará presente na Manifestação da CGTP e que vem de outros pontos do país para, se possível, ficar para a Concentração. É muito importante que se faça justiça, temos de marcar posição com o máximo de gente possível.
Pelo Vasco, pela Laura, por todas as vítimas de abuso policial!
Como eles, muitas pessoas já foram vítimas de crimes policiais, mas pouco ou nada é feito. A regra é a impunidade. Ainda este ano a Amnistia Internacional voltou a fazer essa denúncia sobre Portugal. Com a impunidade perdemos todos: vítimas de abuso policial e os agentes que não cometem abusos.
Esta CONCENTRAÇÃO PACÍFICA tem como objectivo alertar a opinião pública para estes casos. Queremos a condenação dos culpados destes crimes e sua substituição por agentes que cumpram a lei e que tenham uma formação adequada: humanista, defensiva e respeitadora dos cidadãos. Têm de aplicar a lei segundo as regras a que estão sujeitos como profissionais.
Para haver segurança, em vez de medo tem que haver confiança. Não só no Bairro Alto, mas em todos os bairros, de todo o país.
Contra o abuso policial, respondemos com uma mensagem de paz.
APELO a toda a gente que estará presente na Manifestação da CGTP e que vem de outros pontos do país para, se possível, ficar para a Concentração. É muito importante que se faça justiça, temos de marcar posição com o máximo de gente possível.
Pelo Vasco, pela Laura, por todas as vítimas de abuso policial!
27 de maio de 2010
Aceitam-se apostas...
Obama diz que a guerra ao terrorismo vai acabar…!
Vai criar um novo conceito, aceitam-se apostas:
- Luta Democrática
- Guerra Democrática
- Acção Democratizante
- Stop Al-Qaeda
(?)
Suponhamos que estamos num teste de Geo Política:
1 - Encontre o conceito implícito na seguinte definição:
“Estamos em guerra contra uma rede específica, a Al-Qaeda, e contra os terroristas a ela afiliados, que apoiam os seus esforços para atacar os Estados Unidos, os nossos aliados e parceiros”
Boa sorte, camarada!
Cavalgar na ignorância
Temos assistido a vários debates em que a direita parlamentar tem cavalgado na ignorância das pessoas, utilizando argumentos que não têm grande consistência política.
Três exemplos in a nutshell:
Tributo Solidário
Trabalhadores que descontaram a "contribuirem com trabalho" para receberem o que têm de direito. Gostei do paralelo com o seguro automóvel: é como pagar um seguro automóvel e quando se tem um acidente ter de ir ajudar o mecânico umas horinhas.
RSI
CDS diz que são preguiçosos e ensaia uma trapalhada de insinuar que também é subsídio de subsistência para os criminosos. Só é pena que não digam que 77% são trabalhadores, crianças e idosos.
União de facto
Em conversa no facebook com o deputado do CDS André Rodrigues Barbosa ele pergunta-me "E a liberdade para nao querer assumir direitos ou beneficios? Com a aprovação deste PJL deixa de ser possivel - a não ser que ao fim de cada 2 anos a relação acabe e recomece pouco depois!!!!"
Achei pertinente responder que "para não assumir direitos ou benefícios basta não registar a união de facto."
São três pequenos exemplos que não estão desconstruídos até à exaustão, mas são representativos, na minha opinião, do seguinte: populismo e alguma demagogia qb. E tem funcionado.
E assim, qual cavalo branco qual quê, cavalga a direita parlamentar com o discurso dito do "taxista" (todo o respeito a eles, tenho encontrado bastantes a defender os desempregados) que mete os pobres contra os pobres, e alguns a falar contra si mesmo.
Contra isto só mesmo números e informação.
Três exemplos in a nutshell:
Tributo Solidário
Trabalhadores que descontaram a "contribuirem com trabalho" para receberem o que têm de direito. Gostei do paralelo com o seguro automóvel: é como pagar um seguro automóvel e quando se tem um acidente ter de ir ajudar o mecânico umas horinhas.
RSI
CDS diz que são preguiçosos e ensaia uma trapalhada de insinuar que também é subsídio de subsistência para os criminosos. Só é pena que não digam que 77% são trabalhadores, crianças e idosos.
União de facto
Em conversa no facebook com o deputado do CDS André Rodrigues Barbosa ele pergunta-me "E a liberdade para nao querer assumir direitos ou beneficios? Com a aprovação deste PJL deixa de ser possivel - a não ser que ao fim de cada 2 anos a relação acabe e recomece pouco depois!!!!"
Achei pertinente responder que "para não assumir direitos ou benefícios basta não registar a união de facto."
São três pequenos exemplos que não estão desconstruídos até à exaustão, mas são representativos, na minha opinião, do seguinte: populismo e alguma demagogia qb. E tem funcionado.
E assim, qual cavalo branco qual quê, cavalga a direita parlamentar com o discurso dito do "taxista" (todo o respeito a eles, tenho encontrado bastantes a defender os desempregados) que mete os pobres contra os pobres, e alguns a falar contra si mesmo.
Contra isto só mesmo números e informação.
A saia da Carolina
Os comentários de hoje sobre a proposta avançada pelo Bloco para uma legislação da identidade de género causam-me qualquer coisa entre a ira e ternura pela pequenez das mentes. Os problemas que apresentam são três: 1) o momento e o 2) alinhamento, digamos progressista versus conservador (desses 2 trataremos num outro post) e 3) problemas técnicos ou tecnológicos com a questão em si.
Preocupam-se que poderá haver mulheres com pénis e homens com vagina.... Não, não vou ficar irado, inclino-me mais para simpatizar condescendentemente com a curiosidade infantil destas almas baralhadas.
Recordo Gore Vidal: que quando lhe perguntaram se a sua primeira relação sexual tinha sido com um homem ou com uma mulher, respondeu: “It was dark, and I was too polite to ask”
Crianças, sejam educadas, não sejam curiosas com as pilinhas das meninas.
O blogue Câmara Corporativa saiu-se da casca
Por mais estranho que pareça - mas lá está, tudo que é sólido se dissolve no ar - o blogue dos assessores governamentais atacou hoje uma alta personalidade do executivo de José Sócrates.
Presidenciais
Fontes próximas do ex-presidente garantem que Mário Soares defenderá, na Comissão Nacional do PS, o inequívoco apoio à selecção nacional.
Tristes e o candidato socratista
É uma tristeza: Vários presidentes de câmara que se reuniram, esta semana, com o secretário-geral do PS para discutir as eleições presidenciais avisaram que não vão receber Manuel Alegre nos seus concelhos por estarem contra o apoio do partido à sua candidatura.
As três posições que existem no PS....
aqueles que criticam a candidatura de Manuel Alegre, como Sérgio Sousa Pinto, José Lello ou Miranda Calha, os que o apoiam e aqueles que sugerem ao secretário-geral que o PS, simplesmente, não apoie nenhum candidato....
... escondem uma quarta, uma quarta posição que inclui partes daquelas e que é hegemónica no PS/aparelho.
O que mais vos digo sobre essa quarta posição é que o candidato de Sócrates, perante aquelas posições, ganha fortes possibilidades de vencer novamente....
Mas cá estará a esquerda o impedir, apoiando seriamente Alegre.
26 de maio de 2010
Soares e as Presidenciais (Post 101)
Disse em público que é o militante nr. 1 do PS, o que não é novidade, e que vai esperar pela decisão do partido. Mas também disse outras coisas que não são novidade nenhuma:
“Se for o Manuel Alegre isso veremos, mas acho que não – isso não, porque eu também tenho uma coisa que é importante, que é a minha consciência”....
"O Dr. Fernando Nobre dava um bom presidente da Republica?"
“Eu acho que sim, mas isso é outra questão”
Palavras para quê? É o Patriarca do PS.
Um momento, vou beber um gol de água a ver se isto passa...
Momento AXE
Empresas lusas em Wall Street tentam "vender melhor Portugal" a grandes investidores: Em Wall Street, representantes das empresas portuguesas cotadas no PSI20 estão envolvidos numa "acção de charme", num dia em que também se tenta explicar as medidas que o seu Governo tem tomado (1)
Presidente do Banco Alimentar diz que há cada vez mais famílias a pedir ajuda (2)
Juntando a isto o endividamento em 135% por parte das famílias portuguesas, os 2 milhões de pobres, os mais de 10% de desempregados, o milhão de desempregados...
"Espero" que tenham levado desodorizante e perfume suficiente.
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A ver vamos e a PSP vai-se recordar amanhã que afinal caiu nas escadas da esquadra | Ou como ocorrem processos de esquecimento em grupo
A PSP desmentiu esta quarta-feira ter agredido dois jovens na madrugada desta terça-feira, no Bairro Alto, em Lisboa. Os jovens contara à tvi24.pt que foram agredidos por vários polícias e fonte hospitalar confirmou que uma das vítimas foi obrigada a uma intervenção cirúrgica ao maxilar.
A mesma fonte garante que não houve agressões e, questionada sobre o facto de um dos jovens ter sido depois hospitalizado e submetido a uma cirurgia, afirmou: «O indivíduo não pediu auxílio, nem a polícia considerou haver motivos para pedir ajuda médica. Se foi hospitalizado, foi pelos próprios meios depois de sair da esquadra», adiantou.
É bastante usual sofrerem-se fracturas a caminho do Hospital, ou talvez tenha havido um processo de esquecimento em grupo, por parte dos agentes daquela esquadra.
1. esquecimento
O esquecimento é inversamente proporcional ao interesse que temos pelas coisas. Quanto menor o interesse maior a chance de esquecer. Quanto maior o interesse menor a possibilidade de esquecer. (1)
a ver também: o que é a amnésia?
A mesma fonte garante que não houve agressões e, questionada sobre o facto de um dos jovens ter sido depois hospitalizado e submetido a uma cirurgia, afirmou: «O indivíduo não pediu auxílio, nem a polícia considerou haver motivos para pedir ajuda médica. Se foi hospitalizado, foi pelos próprios meios depois de sair da esquadra», adiantou.
É bastante usual sofrerem-se fracturas a caminho do Hospital, ou talvez tenha havido um processo de esquecimento em grupo, por parte dos agentes daquela esquadra.
1. esquecimento
O esquecimento é inversamente proporcional ao interesse que temos pelas coisas. Quanto menor o interesse maior a chance de esquecer. Quanto maior o interesse menor a possibilidade de esquecer. (1)
a ver também: o que é a amnésia?
Segurança de Classe
Isto é muito sério. Coloco pó nas bolas do Mongol para conter a vontade de as cortar.
Denunciar o carácter de classe do monopólio de violência legítima do Estado parece um sacrilégio anarquista, mas não tem de ser. No meu caso, defensor do Estado de direito socialista, espero que me dêem o crédito necessário para o que vou dizer.
As forças da segurança pública, pela natureza do que pretendem defender, defendem um interesse público. Interesse esse representado também pela defesa de uma legalidade que embora democrática tem bem vincada a hegemonia das classes dominantes.
Quem defende o Estado de direito como eu defendo, mesmo defendendo a absoluta necessidade de o substituir por um Estado de direito socialista para que Estado de direito se mantenha, respeita o papel "ordeiro" que as forças de segurança possam ter na defesa de um interesse verdadeiramente público: das liberdades e garantias da cidadania e da humanidade. Bem sei que a paz aparente tem muitas guerras estruturais: “Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem” (Brest). Mas quero falar de outra coisa...
O verdadeiro limite à realidade do dito interesse público encontra-se quando até a legalidade de uma democracia de hegemonia burguesa é quebrada pelos seus representantes. “A 300% não recua diante de nenhum crime”, é isso mas não é só isso. A recruta de agentes "embriagados" pela ideologia do ódio destilada pelas classes dominantes, essa recruta e essa ideologia são uma gangrena que apodrece o sentido (dito) público dessas forças. Como todas as ideologias nojentas da extrema direita, muito passa pela estupidez da estética. Desde a diferença epidérmica ao vestuário, gesto ou música diferente, tudo isso parecem ser “crimes” prestes a ser “punidos” sumariamente pela brutalidade dos agentes da segurança que afinal não é sempre pública.
Digo isto com sincero respeito pelos agentes que honram uma segurança pública em que verdadeiramente acreditam. Digo isto com apelo a uma calma difícil de encontrar nos momentos em que a brutalidade ataca os nossos mais próximos... inacreditavelmente.
Sabemos contudo, que há sempre polícias secos e molhados. Sabemos quem está de que lado, quando as fábricas de falência fraudulenta são roubadas e sabotadas para prejuízo das trabalhadoras e trabalhadores. Sabemos que não é nada inocente a interpretação giscardiana da proibição da pena de morte na Europa.
Apelo à mansidão de coração. Coração manso, olhos abertos, gesto firme.
Como disse o camarada Fabian:
Denunciar o carácter de classe do monopólio de violência legítima do Estado parece um sacrilégio anarquista, mas não tem de ser. No meu caso, defensor do Estado de direito socialista, espero que me dêem o crédito necessário para o que vou dizer.
As forças da segurança pública, pela natureza do que pretendem defender, defendem um interesse público. Interesse esse representado também pela defesa de uma legalidade que embora democrática tem bem vincada a hegemonia das classes dominantes.
Quem defende o Estado de direito como eu defendo, mesmo defendendo a absoluta necessidade de o substituir por um Estado de direito socialista para que Estado de direito se mantenha, respeita o papel "ordeiro" que as forças de segurança possam ter na defesa de um interesse verdadeiramente público: das liberdades e garantias da cidadania e da humanidade. Bem sei que a paz aparente tem muitas guerras estruturais: “Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem” (Brest). Mas quero falar de outra coisa...
O verdadeiro limite à realidade do dito interesse público encontra-se quando até a legalidade de uma democracia de hegemonia burguesa é quebrada pelos seus representantes. “A 300% não recua diante de nenhum crime”, é isso mas não é só isso. A recruta de agentes "embriagados" pela ideologia do ódio destilada pelas classes dominantes, essa recruta e essa ideologia são uma gangrena que apodrece o sentido (dito) público dessas forças. Como todas as ideologias nojentas da extrema direita, muito passa pela estupidez da estética. Desde a diferença epidérmica ao vestuário, gesto ou música diferente, tudo isso parecem ser “crimes” prestes a ser “punidos” sumariamente pela brutalidade dos agentes da segurança que afinal não é sempre pública.
Digo isto com sincero respeito pelos agentes que honram uma segurança pública em que verdadeiramente acreditam. Digo isto com apelo a uma calma difícil de encontrar nos momentos em que a brutalidade ataca os nossos mais próximos... inacreditavelmente.
Sabemos contudo, que há sempre polícias secos e molhados. Sabemos quem está de que lado, quando as fábricas de falência fraudulenta são roubadas e sabotadas para prejuízo das trabalhadoras e trabalhadores. Sabemos que não é nada inocente a interpretação giscardiana da proibição da pena de morte na Europa.
Apelo à mansidão de coração. Coração manso, olhos abertos, gesto firme.
Como disse o camarada Fabian:
25 de maio de 2010
Seremos a tua muralha de aço, força Vasco! força Laura!
Se um caso já não chegasse para ser demasiado, o que dizer dos demais casos de violência policial que até hoje se aglomeram entre silêncios, arquivamentos, absolvições e muito pouco apuramento da verdade.
Desta vez ocorreu com o Vasco (19anos) e com a Laura(18anos). O Adriano já deixou no post anterior a descrição como toda esta brutalidade ocorreu. O Vasco, ou o Vasquinho, como é conhecido entre amigos, foi espancado na rua e na esquadra, a Laura foi igualmente agredida na rua e na esquadra, tendo-lhes sido negada uma chamada.
Apelo a todos e a todas na Blogosfera, que este relato, que este crime, se materialize em memória.
Sejamos a sua muralha de aço.
Força Vasco, Força Laura.
mais aqui
Estudantes são agredidos por polícias
Vasco Dias, 19 anos, e Laura Diogo, 18 anos, foram espancados no bairro alto após serem repreendidos por um polícia à paisana. O estudante foi operado no hospital de São José com o maxilar fracturado.
Segundo a estudante Laura Diogo, ela encontrava-se no bairro alto, próximo ao Largo de Camões, quando foi interpelada por um indivíduo que, de forma agressiva e ofensiva, pediu que fizesse silêncio. Relata a estudante que após uma breve discussão, cerca de quatro policiais fardados, e não identificados, apareceram, no mesmo momento em que o seu amigo Vasco, que foi imediatamente atirado para o chão, onde recebeu diversos pontapés.
A estudante foi ainda agredida com chapadas e murros antes de ser algemada. Ambos foram levadas para a esquadra da Praça do Comércio, onde lhes foi negada a possibilidade de fazer um telefonema, sob o argumento de que ambos não estavam detidos “e portanto não tinha direitos”.
Segundo o relato da estudante ela e o amigo foram separados na esquadra, onde diferentes agentes os interrogaram. A estudante afirma ainda ter sido novamente agredida e ofendida.
Por volta das 4h30 da manhã foram liberados e puderam apanhar um táxi até o hospital de São José, onde o estudante Vasco passou por uma cirurgia. O estudante teve o maxilar fracturado, lesão que, segundo fontes médicas consultadas pelo esquerda.net, só pode resultar de agressões com um elevado grau de violência.
noticias via esquerda.net
ABC da Greve
150 mil metalúrgicos param por 45 dias, os plenários só cabem no estádio municipal, têm um líder: Luis Inácio Lula da Silva.
Um grande documentário sobre as greves históricas do ABC paulista, o coração industrial e operário do Brasil. É filmado no calor do movimento grevista, em 1979, que daria origem à recomposição de toda a esquerda política brasileira antes dizimada pela ditadura militar, representando um passo largo para as lutas de transição democrática que marcam a decáda de 80. .. Aconselho vivamente.
The Strangest Creature on Earth - Nâzim Hikmet Ran
You're like a scorpion, my brother,
you live in cowardly darkness
like a scorpion.
You're like a sparrow, my brother,
always in a sparrow's flutter.
You're like a clam, my brother,
closed like a clam, content,
And you're frightening, my brother,
like the mouth of an extinct volcano.
Not one,
not five-
unfortunately, you number millions.
You're like a sheep, my brother:
when the cloaked drover raises his stick,
you quickly join the flock
and run, almost proudly, to the slaughterhouse.
I mean you're strangest creature on earth-
even stranger than the fish
that couldn't see the ocean for the water.
And the oppression in this world
is thanks to you.
And if we're hungry, tired, covered with blood,
and still being crushed like grapes for our wine,
the fault is yours-
I can hardly bring myself to say it,
but most of the fault, my dear brother, is yours.
- Nâzim Hikmet Ran
you live in cowardly darkness
like a scorpion.
You're like a sparrow, my brother,
always in a sparrow's flutter.
You're like a clam, my brother,
closed like a clam, content,
And you're frightening, my brother,
like the mouth of an extinct volcano.
Not one,
not five-
unfortunately, you number millions.
You're like a sheep, my brother:
when the cloaked drover raises his stick,
you quickly join the flock
and run, almost proudly, to the slaughterhouse.
I mean you're strangest creature on earth-
even stranger than the fish
that couldn't see the ocean for the water.
And the oppression in this world
is thanks to you.
And if we're hungry, tired, covered with blood,
and still being crushed like grapes for our wine,
the fault is yours-
I can hardly bring myself to say it,
but most of the fault, my dear brother, is yours.
- Nâzim Hikmet Ran
24 de maio de 2010
Porque têm eles medo da Greve?
Sábado é dia de luta, e eles andam com medo. Sócrates, Passos Coelho e os sectores liberais da sociedade afirmam que uma grande greve geral irá prejudicar o país e passar uma má imagem para o exterior, que uma greve geral apenas contribuirá para o desnorte e para a especulação sobre Portugal. Usam-se todos esses argumentos como uma peça de chantagem para os trabalhadores. Mas a verdade é que a imagem do país no exterior não se mede em função da pseudo lealdade a quem nos mete as mãos nos bolsos. A imagem do país no exterior somos nós Portugueses, imigrantes, trabalhadores, estudantes que a construímos. Uma grande greve geral é sinónimo de motivação social geral, de uma vontade colectiva que diz: juntos, aqui e agora, lutaremos pelo país, lutaremos por todos. Uma grande greve geral é sinónimo de grande mobilização social para o futuro.
O que os poderosos têm medo não é essa imagem exterior, é simplesmente sentirem o peso de um país que diz não (!!) ao modelo que está a ser imposto, que não contribuirá para o crescimento económico e muito menos para o bem-estar social, antes pelo contrário!
Pelo país e pelo trabalho, mobilizemo-nos !!
Menina não joga?! Eles têm é medo que lhes tires a bola.
Joana Marchão, joga à bola (e muito bem) desde pequenina. Por causa das regras da Federação, a Joana chegada aos 12 anos teve de sair da equipa de infantis do Benfica de Abrantes: impedida de jogar com os rapazes. Felizmente, a Joana não desistiu, nem mudou para o futebol de salão, que não era a sua modalidade. É uma jogadora de futebol de 11 e assim se mantém: deu um salto em frente e foi jogar para a equipa feminina do União de Tomar (fonte).
Deixem a Joana jogar. Pelo que se vê nesta reportagem, a Joana é uma boa jogadora e uma líder. É para mim inaceitável que a Joana não possa continuar a jogar com pessoas da sua idade e que tenha de ir para uma equipa sénior "feminina". O argumento dos balneários é das coisas mais estúpidas que se pode invocar. Desde os 7 anos que se equipa à parte, isso nunca foi problema e essa solução perfeitamente enquadrada na cultura vigente (e que não fosse!).
Nos casos como "futebol vs futebol feminino" ou "partido vs partido das mulheres", há subjacente um milenar problema da ideologia conservadora: a ideologia do domínio do Patriarcado.
Como já disse certa vez, o feminismo não é uma ideologia ultrapassada é antes uma ciência para a superação da opressão patriarcal. Superar o patriarcado e o capitalismo, superar todos os sistemas de opressão, esses são os objectivos de um socialismo verdadeiramente científico.
Joana, eles têm é medo que lhes tires a bola.
Força, Joana!
O Mundial na Blogosfera e as paixões de Tiago Mota Saraiva
O Tiago Mota Saraiva é daqueles que se pudesse teria feito campanha eleitoral pelo Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte e consequentemente por KimYong-Il. Uma vez que as burocracias e os constrangimentos de ambos os Estados não facilitam propriamente a capacidade oratória e mobilizadora do TMS, para convencer as massas norte-coreanas a levar a sua luta até ao voto, optou por apoiar a selecção da Coreia do Norte no Mundial.
Como se sabe a renovação de qualquer mandato político é sempre facilitado quando os representantes desportivos da Pátria alcançam bons resultados. E é óbvio que em tempos de crise, e o TMS sabe isso, as lideranças sofrem ainda mais pressão, portanto nada melhor que uma boa prestação no Mundial, para o Kim Yong-Il ir reforçado para o momento eleitoral vindouro.
Entretanto a imprensa desportiva burguesa, através do Jornal Desportivo "O Jogo", começou a fazer campanha pela oposição a Kim Yong-Il:
"Quando uma equipa norte-coreana perdia com uma da Coreia do Sul, os culpados pelo insucesso eram levados à força para as minas de carvão para trabalhar. Muitas vezes, esses culpados, que podiam também ser os técnicos, eram levados antes mesmo de desfazerem as malas quando regressavam de um encontro", afirmou ao "Estadão" Myong-Chang, seleccionador da Coreia do Norte entre 1990 e 94 e que fugiu para o vizinho do Sul em busca de asilo algures no ano de 1999. (1)
Como se sabe a renovação de qualquer mandato político é sempre facilitado quando os representantes desportivos da Pátria alcançam bons resultados. E é óbvio que em tempos de crise, e o TMS sabe isso, as lideranças sofrem ainda mais pressão, portanto nada melhor que uma boa prestação no Mundial, para o Kim Yong-Il ir reforçado para o momento eleitoral vindouro.
Entretanto a imprensa desportiva burguesa, através do Jornal Desportivo "O Jogo", começou a fazer campanha pela oposição a Kim Yong-Il:
"Quando uma equipa norte-coreana perdia com uma da Coreia do Sul, os culpados pelo insucesso eram levados à força para as minas de carvão para trabalhar. Muitas vezes, esses culpados, que podiam também ser os técnicos, eram levados antes mesmo de desfazerem as malas quando regressavam de um encontro", afirmou ao "Estadão" Myong-Chang, seleccionador da Coreia do Norte entre 1990 e 94 e que fugiu para o vizinho do Sul em busca de asilo algures no ano de 1999. (1)
21 de maio de 2010
Há dias que importam. A manif de dia 29 ou acontece portentosa, polarizando e abrindo, mesmo que a custo, brechas para a radicalização ou bem que perdemos. E essa necessidade nada mais é que a urgência da unidade, da distinção, entre a fumaça, dos dois lados que se separam. A ausência da política é a arma de Sócrates e do centrão, numa repetição bacoca da propaganda patriota que clama a unidade redentora do silêncio e da obediência. Essa ausência é vencedora, é hegemônica e é destruidora. Forjar a unidade e a mobilização por um movimento de mudança e esperança do lado de cá continua a ser a única resposta. Dia 29 a responsabilidade é toda nossa.
Do Poder, do Partido e do Movimento
O Hugo e o Bruno marcaram a agenda do Blogue de uma forma exímia, trazendo um debate de enorme relevo à esquerda do reformismo.
Se por um lado reflectem sobre a concepção de Partido-Movimento, as formas como ambas as partes se relacionam e como travam as suas lutas, por outro frisam bem a importância de não perder o horizonte transformador e não ficarem secos nas denominadas causas fracturantes.
Um dos grandes problemas desses partidos de causas residuais e temporais é facilmente serem absolvidos pelo situacionismo. Com o evoluir do capitalismo liberal e da marcação de agenda, as suas metas políticas começam também a fazer parte da agenda dos partidos burgueses e a sua razão de existência dissolve-se no ar.
Frise-se que é de enorme relevo almejar novos direitos civis, combater as discriminações na sua totalidade, mas as metas como o conhecimento livre, a eutanásia, o aborto, o casamento lgbt, começam em vários países do capitalismo avançado a fazer parte não só das agendas das forças do regime, como são parte integrante dos direitos, liberdades e garantias.
Outro ponto precioso nesta análise é que em vários países da Europa, esse debate não se faz sempre e somente entre esquerda e direita, mas muitas das vezes, entre conservadorismo e liberalismo. Vários partidos Liberais da Europa têm a mesma agenda no campo das liberdades individuais que muitos partidos de esquerda.
O grande debate dentro desta realidade é mesmo o horizonte do Partido e da sua relação do Poder, tal como constatava o Bruno sobre o Partido Pirata, que para além do conhecimento livre, não tinha muita mais posição política, portanto completamente disponível para ser parte do jogo político do centrão.
É aqui que se distinguem claramente os campos, seja entre partidos de causas e mesmo entre partidos de esquerda.
E inevitavelmente volta-se sempre às denominadas "Quinze Teses para uma Esquerda Alternativa Europeia" apresentadas por Fausto Bertinotti. O mais curioso neste caso específico, é que o próprio Bertinotti e a Refundação Comunista comprovaram que as suas teses estavam correctas, uma vez que se injectaram com o vírus, do qual supostamente tinham o anti-vírus.
À Esquerda do Reformismo é preciso um projecto consistente, de alternativa social e sistémica, que não se compagina com coligacionismos, pragmatismos e corridas precipitadas para um poder, que não é o nosso. Ser mais que um leque de causas, ou um pequeno agente de atraso de ataques maiores ,é condição mínima para a esquerda que se queira como alternativa.
A autoridade dos partidos, a força dos movimentos sociais, não irromperam apenas das contradições objectivas com os interesses das "classes subalternas" mas também do capital Se por um lado reflectem sobre a concepção de Partido-Movimento, as formas como ambas as partes se relacionam e como travam as suas lutas, por outro frisam bem a importância de não perder o horizonte transformador e não ficarem secos nas denominadas causas fracturantes.
Um dos grandes problemas desses partidos de causas residuais e temporais é facilmente serem absolvidos pelo situacionismo. Com o evoluir do capitalismo liberal e da marcação de agenda, as suas metas políticas começam também a fazer parte da agenda dos partidos burgueses e a sua razão de existência dissolve-se no ar.
Frise-se que é de enorme relevo almejar novos direitos civis, combater as discriminações na sua totalidade, mas as metas como o conhecimento livre, a eutanásia, o aborto, o casamento lgbt, começam em vários países do capitalismo avançado a fazer parte não só das agendas das forças do regime, como são parte integrante dos direitos, liberdades e garantias.
Outro ponto precioso nesta análise é que em vários países da Europa, esse debate não se faz sempre e somente entre esquerda e direita, mas muitas das vezes, entre conservadorismo e liberalismo. Vários partidos Liberais da Europa têm a mesma agenda no campo das liberdades individuais que muitos partidos de esquerda.
O grande debate dentro desta realidade é mesmo o horizonte do Partido e da sua relação do Poder, tal como constatava o Bruno sobre o Partido Pirata, que para além do conhecimento livre, não tinha muita mais posição política, portanto completamente disponível para ser parte do jogo político do centrão.
É aqui que se distinguem claramente os campos, seja entre partidos de causas e mesmo entre partidos de esquerda.
E inevitavelmente volta-se sempre às denominadas "Quinze Teses para uma Esquerda Alternativa Europeia" apresentadas por Fausto Bertinotti. O mais curioso neste caso específico, é que o próprio Bertinotti e a Refundação Comunista comprovaram que as suas teses estavam correctas, uma vez que se injectaram com o vírus, do qual supostamente tinham o anti-vírus.
À Esquerda do Reformismo é preciso um projecto consistente, de alternativa social e sistémica, que não se compagina com coligacionismos, pragmatismos e corridas precipitadas para um poder, que não é o nosso. Ser mais que um leque de causas, ou um pequeno agente de atraso de ataques maiores ,é condição mínima para a esquerda que se queira como alternativa.
de esperança das alternativas - essa é a força subjectiva, da consciência social. A participação gestionária num governo liberal, de "centro esquerda", pode até ser justificada para impedir males maiores às classes populares mas comete o crime de roubar a esperança numa alternativa social. Umas migalhas não fazem a dignidade numa luta de opostos. Ao acentuar se a crise estratégica do reformismo mantinha se um apelo ao reagrupamento das esquerdas políticas e sociais. A Refundação ao fazer parte da crise do reformismo produz desmembramento do espaço transformador, divisões, atraso na consciência social. (1)
Verdes, Queer e Piratas são figuras de muito estilo (nota breve sobre movimentos sociais e partidos) *
"«O Partido Pirata não tem opinião definida sobre nada que não sejam as liberdades na Internet; quanto ao resto, votará com os outros partidos». Os responsáveis do Piratpartiet repetem que não terão qualquer dificuldade em aplicar esta regra, porque a clivagem direita-esquerda perdeu toda a pertinência." (in Le Monde Diplomatique)
1. O não reconhecimento da clivagem entre esquerda e direita é justamente a revelação do pecado original dESTA elevação do movimento social a partido. Um partido que seja meramente “o braço do movimento social na política” [diferente de braço político] é claramente insuficiente. A SUA simples defesa de causas particulares não articuladas com uma visão de conjunto [própria da política] é profundamente perigosa. O sonho dos grandes partidos do sistema (PS e PSD, no caso português) era puder comprar pequenos partidos de causas pela satisfação (parcial) das suas reivindicações particulares.
1.1. Para os grandes partidos do sistema, é até interessante ter no cenário político partidos feministas, queer, ecologistas, piratas… desde que estes não coloquem o sistema em causa, desde que estejam disponíveis para trocar a satisfação parcial das suas reivindicações pelo apoio à governabilidade. “Eu dou-lhe a lei do casamento homossexual (sem adopção) na compra da minha política reformista de privatização dos serviços públicos e apoio pontual a intervenções militares em diversos destinos… Vejo que hesita, …mas olhe que a adopção é negociável”… Pois é! Há negócios que não se fazem! Nem a diversidade do amor, nem a paz são moeda de troca!
1.2. As causas justas não se vendem nem se compram! Devemos ter a coragem de as defender em lutas unitárias. A participação em lutas unitárias por diversas causas (desde a paz à livre difusão do conhecimento) é um imperativo a que a Esquerda deve responder positivamente. Exemplo dessa capacidade unitária foi a participação Bloco de Esquerda na defesa da despenalização do Aborto. Essa luta concreta foi feita ao lado de muitas daquelas e muitos daqueles que são e serão nossos adversários em diversos ou, mesmo, em todos os outros campos da luta social e política. O esforço unitário é um tributo devido à dignidade da causa defendida.
2. Por muito que se possa concordar (totalmente ou em parte) com o movimento pirata, enquanto movimento social, quando este se eleva a Partido e foge à "clivagem direita-esquerda ": ficamos a saber que politicamente representa um centro liberal (apenas) esteticamente excêntrico. Como qualquer matiz liberal, está tingido de causas particulares sem questionar o TODO do Capitalismo. Isto não significa que as suas reivindicações não tenham potencialidades transformadoras e, em certa medida, anti-sistémicas. O seu carácter anti-sitémico advém do agudizar das contradições internas do Capitalismo. Daí que não seja de estranhar que o líder do Parido Pirata Richard Falking diga, a um tempo, «defende[r] até uma forma de comunismo digital, em que cada um contribui segundo as suas capacidades e o produto é distribuído segundo as necessidades» e, a outro, assumir-se como um ultracapitalista, nestes termos:
«Os conservadores não defendem o capitalismo puro [; …] são uma espécie de cagarolas sociais-liberais. (…) Eu defino-me como ultracapitalista, e foi a partir desse posicionamento que me envolvi politicamente. (…) A batalha joga-se agora na questão dos direitos dos cidadãos, que é a questão fundamental. Mais importante do que o sistema de saúde, a educação, o nuclear, a defesa e essa merda toda que andamos a debater há quarenta anos.». (1)
3. Além do dever de luta unitária na defesa de cada causa concreta e porque não se pode ser livre numa sociedade alienada: o que define verdadeiramente a Esquerda é a capacidade de elevar cada reivindicação particular a metáfora activa da reivindicação da Liberdade Universal.
A informação e a arte são de tod@s!
O Planeta é de tod@s!
Somos tod@s queer!
Somos tod@s imigrantes!
1.1. Para os grandes partidos do sistema, é até interessante ter no cenário político partidos feministas, queer, ecologistas, piratas… desde que estes não coloquem o sistema em causa, desde que estejam disponíveis para trocar a satisfação parcial das suas reivindicações pelo apoio à governabilidade. “Eu dou-lhe a lei do casamento homossexual (sem adopção) na compra da minha política reformista de privatização dos serviços públicos e apoio pontual a intervenções militares em diversos destinos… Vejo que hesita, …mas olhe que a adopção é negociável”… Pois é! Há negócios que não se fazem! Nem a diversidade do amor, nem a paz são moeda de troca!
1.2. As causas justas não se vendem nem se compram! Devemos ter a coragem de as defender em lutas unitárias. A participação em lutas unitárias por diversas causas (desde a paz à livre difusão do conhecimento) é um imperativo a que a Esquerda deve responder positivamente. Exemplo dessa capacidade unitária foi a participação Bloco de Esquerda na defesa da despenalização do Aborto. Essa luta concreta foi feita ao lado de muitas daquelas e muitos daqueles que são e serão nossos adversários em diversos ou, mesmo, em todos os outros campos da luta social e política. O esforço unitário é um tributo devido à dignidade da causa defendida.
2. Por muito que se possa concordar (totalmente ou em parte) com o movimento pirata, enquanto movimento social, quando este se eleva a Partido e foge à "clivagem direita-esquerda ": ficamos a saber que politicamente representa um centro liberal (apenas) esteticamente excêntrico. Como qualquer matiz liberal, está tingido de causas particulares sem questionar o TODO do Capitalismo. Isto não significa que as suas reivindicações não tenham potencialidades transformadoras e, em certa medida, anti-sistémicas. O seu carácter anti-sitémico advém do agudizar das contradições internas do Capitalismo. Daí que não seja de estranhar que o líder do Parido Pirata Richard Falking diga, a um tempo, «defende[r] até uma forma de comunismo digital, em que cada um contribui segundo as suas capacidades e o produto é distribuído segundo as necessidades» e, a outro, assumir-se como um ultracapitalista, nestes termos:
«Os conservadores não defendem o capitalismo puro [; …] são uma espécie de cagarolas sociais-liberais. (…) Eu defino-me como ultracapitalista, e foi a partir desse posicionamento que me envolvi politicamente. (…) A batalha joga-se agora na questão dos direitos dos cidadãos, que é a questão fundamental. Mais importante do que o sistema de saúde, a educação, o nuclear, a defesa e essa merda toda que andamos a debater há quarenta anos.». (1)
3. Além do dever de luta unitária na defesa de cada causa concreta e porque não se pode ser livre numa sociedade alienada: o que define verdadeiramente a Esquerda é a capacidade de elevar cada reivindicação particular a metáfora activa da reivindicação da Liberdade Universal.
A informação e a arte são de tod@s!
O Planeta é de tod@s!
Somos tod@s queer!
Somos tod@s imigrantes!
* Gostei do tema levantado pelo Hugo e, por isso, decidi publicar aqui um artigo que escrevi há tempos a propósito do fenómeno da passagem de um movimento a partido. Vejam também o artigo do Hugo Ferreira: Partido e Movimento - Uma questão de racionalidade.
Perguntas de um Operário Letrado
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
BRECHT, Bertold
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
BRECHT, Bertold
Partido e Movimento - Uma questão de Racionalidade
Um espectro assola todo o mundo - o espectro do abstencionismo! Personalização da intervenção política, subordinação das ideologias. A economia comanda a política – eis a raiz da tecnocracia.
Sendo esta a realidade, coloca-se a questão de saber como pode ela ser alterada, isto é, existirá alguma forma alternativa de motivar, mobilizando, a sociedade civil para a intervenção política? Creio que a questão essencial só poderá ser analisada e por consequência transformada, se atentarmos nos vários tipos de racionalidades possíveis de empregar na intervenção política.
A intervenção política obedece sempre a uma certa racionalidade. A “racionalidade exprime uma relação entre dois pólos, a saber, entre uma determinada conclusão (uma decisão) e certos pressupostos, sejam eles materiais (fundamentos, causas, fins) ou formais/procedimentais (regras procedimentais) que articulados sustentam aquela conclusão, conferindo-lhe um sentido, explicando-a ou justificando-a”.
A intervenção clássica é aquela que é desencadeada pelo Partido. Assim, um grupo institucionalizado, munido de regras de organização e funcionamento internos, dirige-se a um auditório (as massas) tentando convencê-lo das virtudes do seu projecto político. A racionalidade do Partido é, portanto, uma racionalidade pragmática, instrumental, finalística, ou seja, o objectivo deste modo de intervenção é o de garantir o maior convencimento possível de pessoas (o fim/resultado), para que assim, o partido se torne maioritário socialmente (efeito principal) e por decorrência, proceda às alterações que o seu projecto ideológico preconiza (efeito secundário). Porque pressupõe uma relação sujeito/objecto com as massas, a intervenção política do Partido reconduz-se muitas vezes na subjugação dos ideais que norteiam o grupo, a eventuais resultados eleitorais (os valores são instrumentalizados em função do resultado pretendido). Tudo porque o Partido é uma organização que visa sempre o alcance do poder (pragamatismo). Está bem de ver, portanto, o papel secundário que assumem neste contexto as massas e o projecto de transformação política propriamente dito. O Partido é o sujeito principal.
Talvez para os mais cépticos não exista outra (ou melhor) forma de intervenção política que não a que é desencadeada por intermédio do Partido. Dirão uns que o que acima se diz não caracteriza o Partido em si, mas sim os problemas que actualmente os partidos enfrentam. Outros dirão que não existe outra forma de intervenção que potencie a transformação social sustentada e coordenada que não a intervenção prosseguida pelo Partido.
A verdade é que, por todo o Mundo, se têm generalizado formas de intervenção política diferentes daquela, sendo a mais frequente a dos movimentos político-sociais. O movimento político é, pois, a aplicação na prática do conceito de cidadania, sendo a racionalidade da sua intervenção política de cariz axiológico e teleológico. Assim, grupos de cidadãos, assumindo a defesa de valores (axiomas) que julgam essenciais”, unem-se (constroem uma maioria social), de forma “desinstitucionalizada", tendo como fim (telos) a efectivação daquele(s) valor(es). É, pois, o fim em vista que distingue o movimento do Partido. Este visa em primeiro lugar o poder e por seu intermédio a transformação social. Aquele apenas esta transformação.
Os movimentos político-sociais podem assumir uma dimensão global, sectorial ou residual. Acontece, porém, que a história nos tem mostrado que aqueles movimentos que assumem uma dimensão global tendem a actuar como o Partido. Já os de dimensão sectorial podem reconduzir-se em último caso, a pequenos feudos medievais, refém de interesses por vezes de classes profissionais (aproximando-se aqui dos sindicatos) e marginalizando o interesse geral. Já os movimentos residuais, aqueles que surgem para dar resposta a um problema concreto, exacerbam a principal crítica que o Movimento suscita: o carácter momentâneo, desconexo e por isso, inorgânico da intervenção política do Movimento.
Saber se o pragmatismo e finalismo da intervenção do Partido pode ceder em face da axiologia e teleologia do movimento e se o movimento, pode ou não, institucionalizar-se relativamente, constitui a resposta essencial desta reflexão. Equilíbrio de racionalidades, diria. Alguém conhece um Partido-Movimento?
Sendo esta a realidade, coloca-se a questão de saber como pode ela ser alterada, isto é, existirá alguma forma alternativa de motivar, mobilizando, a sociedade civil para a intervenção política? Creio que a questão essencial só poderá ser analisada e por consequência transformada, se atentarmos nos vários tipos de racionalidades possíveis de empregar na intervenção política.
A intervenção política obedece sempre a uma certa racionalidade. A “racionalidade exprime uma relação entre dois pólos, a saber, entre uma determinada conclusão (uma decisão) e certos pressupostos, sejam eles materiais (fundamentos, causas, fins) ou formais/procedimentais (regras procedimentais) que articulados sustentam aquela conclusão, conferindo-lhe um sentido, explicando-a ou justificando-a”.
A intervenção clássica é aquela que é desencadeada pelo Partido. Assim, um grupo institucionalizado, munido de regras de organização e funcionamento internos, dirige-se a um auditório (as massas) tentando convencê-lo das virtudes do seu projecto político. A racionalidade do Partido é, portanto, uma racionalidade pragmática, instrumental, finalística, ou seja, o objectivo deste modo de intervenção é o de garantir o maior convencimento possível de pessoas (o fim/resultado), para que assim, o partido se torne maioritário socialmente (efeito principal) e por decorrência, proceda às alterações que o seu projecto ideológico preconiza (efeito secundário). Porque pressupõe uma relação sujeito/objecto com as massas, a intervenção política do Partido reconduz-se muitas vezes na subjugação dos ideais que norteiam o grupo, a eventuais resultados eleitorais (os valores são instrumentalizados em função do resultado pretendido). Tudo porque o Partido é uma organização que visa sempre o alcance do poder (pragamatismo). Está bem de ver, portanto, o papel secundário que assumem neste contexto as massas e o projecto de transformação política propriamente dito. O Partido é o sujeito principal.
Talvez para os mais cépticos não exista outra (ou melhor) forma de intervenção política que não a que é desencadeada por intermédio do Partido. Dirão uns que o que acima se diz não caracteriza o Partido em si, mas sim os problemas que actualmente os partidos enfrentam. Outros dirão que não existe outra forma de intervenção que potencie a transformação social sustentada e coordenada que não a intervenção prosseguida pelo Partido.
A verdade é que, por todo o Mundo, se têm generalizado formas de intervenção política diferentes daquela, sendo a mais frequente a dos movimentos político-sociais. O movimento político é, pois, a aplicação na prática do conceito de cidadania, sendo a racionalidade da sua intervenção política de cariz axiológico e teleológico. Assim, grupos de cidadãos, assumindo a defesa de valores (axiomas) que julgam essenciais”, unem-se (constroem uma maioria social), de forma “desinstitucionalizada", tendo como fim (telos) a efectivação daquele(s) valor(es). É, pois, o fim em vista que distingue o movimento do Partido. Este visa em primeiro lugar o poder e por seu intermédio a transformação social. Aquele apenas esta transformação.
Os movimentos político-sociais podem assumir uma dimensão global, sectorial ou residual. Acontece, porém, que a história nos tem mostrado que aqueles movimentos que assumem uma dimensão global tendem a actuar como o Partido. Já os de dimensão sectorial podem reconduzir-se em último caso, a pequenos feudos medievais, refém de interesses por vezes de classes profissionais (aproximando-se aqui dos sindicatos) e marginalizando o interesse geral. Já os movimentos residuais, aqueles que surgem para dar resposta a um problema concreto, exacerbam a principal crítica que o Movimento suscita: o carácter momentâneo, desconexo e por isso, inorgânico da intervenção política do Movimento.
Saber se o pragmatismo e finalismo da intervenção do Partido pode ceder em face da axiologia e teleologia do movimento e se o movimento, pode ou não, institucionalizar-se relativamente, constitui a resposta essencial desta reflexão. Equilíbrio de racionalidades, diria. Alguém conhece um Partido-Movimento?
Pode ser que agora a Krugmanmania acalme...
Krugman defende queda relativa dos salários de até 30% em Portugal.
O prémio Nobel da Economia, Paul Krugman, acredita que a solução para os desequilíbrios na Zona Euro passa por uma descida dos salários nos países com menor competitividade da região. Dado que Grécia, Espanha e Portugal não podem desvalorizar a moeda, a solução passa por cortar nos salários, diz o professor de Princeton.
O prémio Nobel da Economia, Paul Krugman, acredita que a solução para os desequilíbrios na Zona Euro passa por uma descida dos salários nos países com menor competitividade da região. Dado que Grécia, Espanha e Portugal não podem desvalorizar a moeda, a solução passa por cortar nos salários, diz o professor de Princeton.
20 de maio de 2010
Petição pela igualdade no ensino superior
A petição é promovida por cerca de 40 pessoas, de mais de 30 instituições de ensino, de 13 distritos do país. Vários e várias dos que a promovem estão envolvidos na acção nas suas escolas, fazem parte de movimentos e estão na direcção das suas associações de estudantes. São a garantia de que a acção continua.
- Mudar o regime de atribuição de bolsas de acção social no Ensino Superior, alargando o universo de bolseiros através do aumento da capitação e da inclusão de estudantes imigrantes, simplificando o processo de candidatura (cruzando os dados do Estado), impondo um prazo máximo de resposta de um mês, e estabelecendo um modelo de cálculo linear que acabe com as injustiças dos escalões.
- Garantir o ensino como um direito constitucionalmente consagrado, acabando com a política de propinas que tem sido responsável pelo afastamento dos estudantes mais pobres do Ensino Superior.
- Acabar com o sigilo bancário, para que haja verdade fiscal, pondo fim às injustiças na atribuição de bolsas e permitindo ao Estado ter mais receita para financiar o Ensino Superior e a Acção Social.
- Mudar o regime de atribuição de bolsas de acção social no Ensino Superior, alargando o universo de bolseiros através do aumento da capitação e da inclusão de estudantes imigrantes, simplificando o processo de candidatura (cruzando os dados do Estado), impondo um prazo máximo de resposta de um mês, e estabelecendo um modelo de cálculo linear que acabe com as injustiças dos escalões.
- Garantir o ensino como um direito constitucionalmente consagrado, acabando com a política de propinas que tem sido responsável pelo afastamento dos estudantes mais pobres do Ensino Superior.
- Acabar com o sigilo bancário, para que haja verdade fiscal, pondo fim às injustiças na atribuição de bolsas e permitindo ao Estado ter mais receita para financiar o Ensino Superior e a Acção Social.
Assina e divulga aqui
Contradições a nú
Assisti hoje na Assembleia da República, ao agendamento potestativo do PSD sobre o seu projecto de lei referente a um Tributo Solidário por parte dos trabalhadores que recebam o subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego e o rendimento social de inserção.
Posso dizer que pessoalmente, logo admito a parcialidade, foi ilustrador da clivagem na compreensão do papel que o Estado tem em termos de redistribuição, e principalmente sobre a aplicação do conceito de solidariedade.
Além disso, foi e provavelmente será das poucas situações em que houve essa clivagem foi exactamente entre a dita esquerda e a direita parlamentar.
A proposta do PSD foi apresentada claramente. Gostava de especificar num dos campos da discussão: os trabalhadores que recebem subsídio de desemprego.
O PSD propõe que as trabalhadoras que sejam despedidas possam ser chamadas a contribuir com um tributo solidário. Esse tributo solidário é poder trabalhar durante um número de horas sem remuneração.
Sou impelido a chamar de trabalho forçado para não dizer trabalho escravo.
Estamos a falar de pessoas que descontam actualmente 5.22% do que auferem, exactamente para que nas situações em que involuntariamente fiquem sem trabalho, possam subsistir, possam sobreviver.
Gostava de realçar duas questões.
A primeira questão o facto de ser chamado Tributo Solidário e não trabalho. A certa altura essa questão foi levantada, tendo o deputado Adão e Silva do PSD explicado que não era na realidade um emprego ou um trabalho, mas sim, o suprimir de necessidades pontuais. Ou seja, perdoem a falta de vocabulário, "tapa-buracos". Seja como for, isto não é um tributo, mas sim, trabalho. Aqui poderemos elencar um ponto de vista engraçado sobre o que o PSD, neste diploma, pensa sobre o que é Trabalho.
A segunda questão e a mais óbvia, a ideia de que existe uma obrigação de retribuição à sociedade por parte daqueles que contribuem para a existência destes mecanismos. Surgiu uma ilustração na tarde que espelha um paralelo bastante elucidante: um seguro automóvel.
Criando um paralelo, seria o mesmo que pagando o seguro automóvel, ao ter um acidente, o detentor do seguro, para ter o seu carro consertado, tivesse de tirar algumas horas para ir ajudar o mecânico ou a companhia de seguros, ou algo associado.
Sem dúvida, um bom paralelo. Ilustrativo, também.
Posso dizer que pessoalmente, logo admito a parcialidade, foi ilustrador da clivagem na compreensão do papel que o Estado tem em termos de redistribuição, e principalmente sobre a aplicação do conceito de solidariedade.
Além disso, foi e provavelmente será das poucas situações em que houve essa clivagem foi exactamente entre a dita esquerda e a direita parlamentar.
A proposta do PSD foi apresentada claramente. Gostava de especificar num dos campos da discussão: os trabalhadores que recebem subsídio de desemprego.
O PSD propõe que as trabalhadoras que sejam despedidas possam ser chamadas a contribuir com um tributo solidário. Esse tributo solidário é poder trabalhar durante um número de horas sem remuneração.
Sou impelido a chamar de trabalho forçado para não dizer trabalho escravo.
Estamos a falar de pessoas que descontam actualmente 5.22% do que auferem, exactamente para que nas situações em que involuntariamente fiquem sem trabalho, possam subsistir, possam sobreviver.
Gostava de realçar duas questões.
A primeira questão o facto de ser chamado Tributo Solidário e não trabalho. A certa altura essa questão foi levantada, tendo o deputado Adão e Silva do PSD explicado que não era na realidade um emprego ou um trabalho, mas sim, o suprimir de necessidades pontuais. Ou seja, perdoem a falta de vocabulário, "tapa-buracos". Seja como for, isto não é um tributo, mas sim, trabalho. Aqui poderemos elencar um ponto de vista engraçado sobre o que o PSD, neste diploma, pensa sobre o que é Trabalho.
A segunda questão e a mais óbvia, a ideia de que existe uma obrigação de retribuição à sociedade por parte daqueles que contribuem para a existência destes mecanismos. Surgiu uma ilustração na tarde que espelha um paralelo bastante elucidante: um seguro automóvel.
Criando um paralelo, seria o mesmo que pagando o seguro automóvel, ao ter um acidente, o detentor do seguro, para ter o seu carro consertado, tivesse de tirar algumas horas para ir ajudar o mecânico ou a companhia de seguros, ou algo associado.
Sem dúvida, um bom paralelo. Ilustrativo, também.
18 de maio de 2010
quando a Merkel espirra..
O Público avança:
"A Alemanha lançou ontem a confusão entre os países da zona euro ao reabrir a discussão sobre o mega pacote de 750 mil milhões de euros aprovado na semana passada para ajudar os países em dificuldades financeiras e evitar a propagação da crise da dívida grega ao resto da eurolândia."
Mas de que lado está a Alemanha afinal?!
De cada vez que a Merkel se lembra de partilhar as suas dúvidas existenciais sobre o fundo europeu de estabilização (e não estou aqui a discutir as suas qualidades), os mercados ressentem-se, os especuladores perdem a confiança e exigem mais aos Estados.
De cada vez que a Alemanha manifesta o seu cepticismo relativamente à sobrevivência da União Monetária, ou à recuperação de países "periféricos", as yields (juros da divida pública) disparam, dificultando e encarecendo o financiamento dos Estados em crise.
A grande economia europeia exige agora, do alto da sua arrogância de potência, que o seu parlamento tenha uma palavra a dizer sobre a activação de garantias a prestar por este fundo (e respectivas condições de acesso). Teremos todos que seguir a cartilha germânica se queremos receber algum.
Vale a pena relembrar que:
1) Para este fundo ( 500 mil milhões de euros da zona euro e 250 mil milhões do FMI), contribuem todos os países da União Monetária;
2) Que não se trata aqui de um "bailout", de um salvamento a fundo perdido como foi feito com o sistema financeiro há um ano atrás. São empréstimos que serão devolvidos mais tarde pelos países. A única diferença é que serão concedidos a uma taxa razoável e não aos valores especulativos exigidos pelos mercados;
3) Que foi também a Alemanha, com a sua obsessão inflacionista e fiscal, que impediu a adopção atempada de medidas de auxilio aos países. A mesma Alemanha que pressiona o Banco Central Europeu no sentido da não emissão de divida europeia, que impôs as regas do Pacto de Estabilidade e Crescimento;
4) Que o modelo de crescimento alemão só foi possível à custa do endividamento e procura dos países que agora querem deixar cair. Os excedentes comerciais que lhes conferem a moral de rigor económico que agora querem impor são o resultado de estagnação interna dos niveis salariais, da procura, do crescimento e do consumo. A Alemanha é rica porque exporta, logo, para ser rica, alguém tem que ser pobre.
Para assumir o lugar que hoje ocupa, a Alemanha serviu-se das instituições europeias, que moldou segundo os seus interesses estratégicos, muitas vezes não coincidentes com os países periféricos, mais fragilizados do ponto de vista económico. O cenário actual não é excepção.
O que eu não percebo é por que é que, depois de tanto trabalho para construir uma UE à sua medida, a Alemanha esteja agora disponível para por todo o processo de construção europeia em causa.
De cada vez que a Merkel se lembra de partilhar as suas dúvidas existenciais sobre o fundo europeu de estabilização, ou a sobrevivência do euro, há, de facto, menos probabilidades de que o primeiro seja eficaz e o segundo consiga ultrapassar esta crise. São as profecias autorealizáveis dos mercados a funcionar.
"A Alemanha lançou ontem a confusão entre os países da zona euro ao reabrir a discussão sobre o mega pacote de 750 mil milhões de euros aprovado na semana passada para ajudar os países em dificuldades financeiras e evitar a propagação da crise da dívida grega ao resto da eurolândia."
Mas de que lado está a Alemanha afinal?!
De cada vez que a Merkel se lembra de partilhar as suas dúvidas existenciais sobre o fundo europeu de estabilização (e não estou aqui a discutir as suas qualidades), os mercados ressentem-se, os especuladores perdem a confiança e exigem mais aos Estados.
De cada vez que a Alemanha manifesta o seu cepticismo relativamente à sobrevivência da União Monetária, ou à recuperação de países "periféricos", as yields (juros da divida pública) disparam, dificultando e encarecendo o financiamento dos Estados em crise.
A grande economia europeia exige agora, do alto da sua arrogância de potência, que o seu parlamento tenha uma palavra a dizer sobre a activação de garantias a prestar por este fundo (e respectivas condições de acesso). Teremos todos que seguir a cartilha germânica se queremos receber algum.
Vale a pena relembrar que:
1) Para este fundo ( 500 mil milhões de euros da zona euro e 250 mil milhões do FMI), contribuem todos os países da União Monetária;
2) Que não se trata aqui de um "bailout", de um salvamento a fundo perdido como foi feito com o sistema financeiro há um ano atrás. São empréstimos que serão devolvidos mais tarde pelos países. A única diferença é que serão concedidos a uma taxa razoável e não aos valores especulativos exigidos pelos mercados;
3) Que foi também a Alemanha, com a sua obsessão inflacionista e fiscal, que impediu a adopção atempada de medidas de auxilio aos países. A mesma Alemanha que pressiona o Banco Central Europeu no sentido da não emissão de divida europeia, que impôs as regas do Pacto de Estabilidade e Crescimento;
4) Que o modelo de crescimento alemão só foi possível à custa do endividamento e procura dos países que agora querem deixar cair. Os excedentes comerciais que lhes conferem a moral de rigor económico que agora querem impor são o resultado de estagnação interna dos niveis salariais, da procura, do crescimento e do consumo. A Alemanha é rica porque exporta, logo, para ser rica, alguém tem que ser pobre.
Para assumir o lugar que hoje ocupa, a Alemanha serviu-se das instituições europeias, que moldou segundo os seus interesses estratégicos, muitas vezes não coincidentes com os países periféricos, mais fragilizados do ponto de vista económico. O cenário actual não é excepção.
O que eu não percebo é por que é que, depois de tanto trabalho para construir uma UE à sua medida, a Alemanha esteja agora disponível para por todo o processo de construção europeia em causa.
De cada vez que a Merkel se lembra de partilhar as suas dúvidas existenciais sobre o fundo europeu de estabilização, ou a sobrevivência do euro, há, de facto, menos probabilidades de que o primeiro seja eficaz e o segundo consiga ultrapassar esta crise. São as profecias autorealizáveis dos mercados a funcionar.
Quanto vale um Nobel da Paz?
NATO vai ter cada vez mais missões ao estilo da afegã
O documento vai servir de base ao projecto final de conceito estratégico que terá de ser aprovado na cimeira de líderes dos 28 Estados membros da NATO, que vai decorrer em Lisboa entre 19 e 20 de Novembro e, em princípio, contará com a presença do líder dos EUA, Barack Obama.
O País dos brandos costumes, do povo sereno, é fundador da NATO, foi anfitrião da Cimeira da Vergonha, tem tropas em vários palcos de guerra e agora será palco do novo documento estratégico da Nato, que prevê mais invasões.
Um bom curriculum, sem dúvida.
O documento vai servir de base ao projecto final de conceito estratégico que terá de ser aprovado na cimeira de líderes dos 28 Estados membros da NATO, que vai decorrer em Lisboa entre 19 e 20 de Novembro e, em princípio, contará com a presença do líder dos EUA, Barack Obama.
O País dos brandos costumes, do povo sereno, é fundador da NATO, foi anfitrião da Cimeira da Vergonha, tem tropas em vários palcos de guerra e agora será palco do novo documento estratégico da Nato, que prevê mais invasões.
Um bom curriculum, sem dúvida.
Eu nunca comi Caviar II
Contra a Esquerda Caviar, Por uma ampla frente popular: Isilda Pegado/Plataforma Cidadania e Casamento/PCTP MRPP
a ler eu nunca comi caviar
a ler eu nunca comi caviar
Deus
São reaccionários mas também os lemos: 31 da Armada
Desde de já obrigado.
PS: faço questão de relembrar que este blogue é plural, tendo a preocupação de se debruçar sobre o máximo que consegue, mesmo que os reptos não colham frutos.
Desde de já obrigado.
PS: faço questão de relembrar que este blogue é plural, tendo a preocupação de se debruçar sobre o máximo que consegue, mesmo que os reptos não colham frutos.
Eu nunca comi Caviar
Eu quero desde já agradecer à TSF por ter disponibilizado online estas primorosas declarações de Isilda Pegado: Diploma sobre casamento homossexual apenas serve esquerda caviar
Eu não sei com que cara ficaram as pessoas que estiveram na Plataforma Cidadania e Casamento, quando ouviram as declarações dessa grande timoneira popular que é a Isilda Pegado contra "o mundilho que vai da Expo a Cascais" . Eu admito que fiquei realmente perplexo, quando vi a lista de porta-vozes e opinion makers da causa do referendo e do impedimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Talvez ande iludido, e as referências do conservadorismo português optaram por deixar de frequentar o mundilho da Expo e de Cascais e substituíram-no pelos bairros operários de Moscavide e da Baixa da Banheira.
Estranho mundo este.
Eu não sei com que cara ficaram as pessoas que estiveram na Plataforma Cidadania e Casamento, quando ouviram as declarações dessa grande timoneira popular que é a Isilda Pegado contra "o mundilho que vai da Expo a Cascais" . Eu admito que fiquei realmente perplexo, quando vi a lista de porta-vozes e opinion makers da causa do referendo e do impedimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Talvez ande iludido, e as referências do conservadorismo português optaram por deixar de frequentar o mundilho da Expo e de Cascais e substituíram-no pelos bairros operários de Moscavide e da Baixa da Banheira.
Estranho mundo este.
17 de maio de 2010
Somos mais livres!
Cavaco acaba de dizer ao país que não vai vetar a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Declarações idiotas à parte, é um facto: podemos casar com que quisermos.
Casamento livre é o que divide o país, Cavaco?
Cavaco, justifica o conservadorismo com o facto de a maioria dos estados serem estupidamente atrasados ou optarem pelas soluções liberais do "partenariado" e afins. E justificou-se com a crise e com a maioria parlamentar que o obrigaria, de qualquer forma, a assinar a lei.
Que se lixe, teve de engolir o sapo-arco-íris ;)
Sabemos que persiste a absurda proibição da adopção, essa que era a única norma inconstitucional (e a única que Cavaco não levou ao Tribunal Constitucional)... Sabemos, as lutas contra o conservadorismo continuam.
O fundamental da questão, no dia da luta pelos direitos LGBT, Cavaco teve de engolir uma vitória material e ideológica de todas as pessoas que lutam em todas as frentes: pela LIBERDADE.
CASAMENTO é um contrato entre pessoas PONTO. O resto é conversa.
Saltos, saltos, saltos! dizia um revolucionário.
Façamos festa e preparemos as próximas lutas.
16 de maio de 2010
15 de maio de 2010
Piada económica roubada a alguém
Qual foi o último desejo da economia da Islândia, antes do seu falecimento? Que as suas cinzas fossem espalhadas pela Europa.
14 de maio de 2010
Promiscuidade..
No dia 10 de Maio a UMAR distribuiu em Lisboa um jornal gratuito com o nome "i diário" que continha notícias fictícias como "Mulheres vão ser padres", "Fim das propinas anunciado para 2011", etc.
No dia 11 de Maio recebeu um e-mail da representação jurídica da empresa "Sojormédia Capital S.A.", proprietária do jornal "I":
No dia seguinte ao envio deste comunicado, inspectores da ASAE deslocaram-se às instalações da UMAR e com base numa queixa-crime de contrafacção, imitação e uso ilegal de marca, apresentada pela "SOJORMÉDIA CAPITAL, SA", proprietária do "Jornal I", e apreenderam (sim, apreender) todos os jornais existentes nas instalações.
A UMAR tinha previsto uma distribuição no Porto, do mesmo jornal que, como é de esperar, não aconteceu.
Entretanto, aquela ferramenta "poderosa" que é o Facebook, veio dar-nos uma bela nova de 2 de Abril de 2010: Papa rende 10 milhões em 'T-shirts' e galhardetes (DN)
Um excerto...
"Segunda-feira [5 Abril] começam a ser vendidos os estandartes, os lenços e as medalhas, num total de 500 mil unidades. É a Sojormedia, grupo Lena, que tem a concessão (...) Se forem todos vendidos, são 3,9 milhões de euros. (...) Está, por enquanto, no segredo dos deuses a "contribuição" dada pela Sojormedia, empresa ...que vai comercializar os lenços, os estandartes e as medalhas."
Fica claro que a economia e os seus interesses são uma ferramenta muito útil e, que a Igreja tem muitos anos disto.
É coisa para dizer, abençoada seja a SOJORMEDIA CAPITAL SA, eterno defensor da liberdade.
Podem ver o ataque feroz ao jornal I e à sua imagem (sim, o grafismo tem demasiadas semelhanças) aqui.
No dia 11 de Maio recebeu um e-mail da representação jurídica da empresa "Sojormédia Capital S.A.", proprietária do jornal "I":
A UMAR, visto que não era intenção fazer qualquer associação com o jornal I enviou um comunicado de imprensa entitulado "CLARIFICAÇÃO 'i diário' NADA TEM A VER COM 'Jornal I' ". Podem consultar na página da UMAR.«V.Exas conceberam e distribuem um jornal intitulado “i diário”. Jornal que toma várias posições contrarias à igreja católica em geral e de Sua Santidade o Papa Bento XVI.» e acrescentando que «porque a conduta de V.Exas é passível, entre outras, de queixa-crime e afim de evitar mais danos quer ao jornal “i” quer a V.exas, vimos solicitar que cessem de imediato a ilicitude, designadamente procedendo à recolha de todo e qualquer jornal, além da divulgação pública de que o jornal diário “i” é totalmente alheio à vossa publicação.'
No dia seguinte ao envio deste comunicado, inspectores da ASAE deslocaram-se às instalações da UMAR e com base numa queixa-crime de contrafacção, imitação e uso ilegal de marca, apresentada pela "SOJORMÉDIA CAPITAL, SA", proprietária do "Jornal I", e apreenderam (sim, apreender) todos os jornais existentes nas instalações.
A UMAR tinha previsto uma distribuição no Porto, do mesmo jornal que, como é de esperar, não aconteceu.
Entretanto, aquela ferramenta "poderosa" que é o Facebook, veio dar-nos uma bela nova de 2 de Abril de 2010: Papa rende 10 milhões em 'T-shirts' e galhardetes (DN)
Um excerto...
"Segunda-feira [5 Abril] começam a ser vendidos os estandartes, os lenços e as medalhas, num total de 500 mil unidades. É a Sojormedia, grupo Lena, que tem a concessão (...) Se forem todos vendidos, são 3,9 milhões de euros. (...) Está, por enquanto, no segredo dos deuses a "contribuição" dada pela Sojormedia, empresa ...que vai comercializar os lenços, os estandartes e as medalhas."
Fica claro que a economia e os seus interesses são uma ferramenta muito útil e, que a Igreja tem muitos anos disto.
É coisa para dizer, abençoada seja a SOJORMEDIA CAPITAL SA, eterno defensor da liberdade.
Podem ver o ataque feroz ao jornal I e à sua imagem (sim, o grafismo tem demasiadas semelhanças) aqui.
13 de maio de 2010
é sempre a mesma história que nos contam !!
O capitalismo está constantemente em reconversão: inova, transforma-se, encontra formas de se autolegitimar. E por muito que os discursos politicamente correctos nos venham falar de inevitabilidade não há escapatória: o problema de Portugal, da Europa e do Mundo é um problema ideológico. É um problema de sistema, de organização, de valores. Mais de dois mil anos de hegemonia de um modelo de dualismo social e de exploração (que na verdade nunca ninguém ousou quebrar) nunca oferecerem nada de realmente importante ao Mundo. E não nos desenganemos, porque o problema do PEC e da ditadura do défice é um problema estrutural, meramente estrutural. É um problema ideologicamente estrutural. Com a crise financeira o discurso liberalizador faliu e deu origem ao discurso regulador e moderador (também presente no discurso social cristão e social democrata do pós guerra). Para salvar o sistema os estados meterem rios de dinheiro nos mercados e nos bancos. E agora tapar esses buracos de salvação e os que já existiam criam-se os PECS e a ditadura de mercado. Em Portugal pagaremos (nós os mesmos de sempre) a factura dessa cangalhada elitista que destrói o país, o Mundo e que tem as costas quentes – o modelo neoliberal:
- Aumento para 21% da taxa do IVA.
- Aumento da taxa intermédia para 13 %.
- Aumento da taxa reduzida (a de bens essenciais e alimentares) para 6 %.
- Aumento de 1 % sobre os rendimentos.
- Congelamento salarial.
- Cortes nos subsídios sociais – subsidio de desemprego e RSI.
- Aumento para 21% da taxa do IVA.
- Aumento da taxa intermédia para 13 %.
- Aumento da taxa reduzida (a de bens essenciais e alimentares) para 6 %.
- Aumento de 1 % sobre os rendimentos.
- Congelamento salarial.
- Cortes nos subsídios sociais – subsidio de desemprego e RSI.
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