31 de janeiro de 2011

O Guevarismo

"Che Guevara foi um dos grandes revolucionários do século XX, que deu um contributo importantíssimo a movimentos de libertação das garras colonialista e imperialistas das décadas de 60 e 70 (embora a sua influência se tenha prolongado)."

"Apesar da mistificação que existe à volta do médico que se tornou soldado em nome de ideais revolucionários socialistas, a necessidade de ir além do mito surge. E surge porque qualquer mito impede as pessoas de terem um olhar crítico e de questionamento sobre o mito em questão."

"E é isso que se pretende com este artigo, indo mais a fundo na produção teórica de Che Guevara, que mesmo não sendo muito extensa, nos permite caracterizar o guevarismo e as oposições ou diferenças face ao socialismo soviético que era dominante na altura. Também percebemos que o contexto em que Che escreve muitos dos seus artigos é importante para analisarmos com maior exactidão as suas visões sobre o marxismo."

Por Isabel Pires e Diogo Barbosa

Artigo publicado integralmente em http://www.acomuna.net/index.php/contra-corrente/2997-o-guevarismo

Os espelhos, as desconstruções e os incómodos.

Olhando para a história, e para a história das opressões e das emancipações, que a Esquerda tanto reclama conhecer, interpretar, e que tanto orgulho tem em dizer: "nós soubemos evoluir, (re)interpretar as opressões e explorações; nós não ficámos presos na história; soubemos aplicar o melhor do Marxismo, que é a perspectiva de leitura sobre o real, e sobre as dominações e as relações de força dos nossos tempos", vemos que o contributo das Ciências Sociais foi enorme. A sociologia, a história, a antropologia, a economia deram enormes contributos para a desconstrução daquilo que nos parecia (e parece) visível e inevitável, mas que na verdade não era tão visível nem tão inevitável quanto isso. A história das Ciências Sociais também uma história de desencantos, mas é, por outro lado, e sobretudo, uma história de avanços e de contributos para o desenvolvimento das sociedade e para emancipação dos dominados em tantas e tantas frentes.

Espanta-me, por isso, que tanta gente de Esquerda e politicamente lúcida, não compreenda por exemplo porque é que a Sociologia era proibida no fascismo. Espanta-me, por exemplo, uma certa tendência que muitos à Esquerda apresentam para renegar os contributos das Ciências Sociais para os avanços e transformações sociais. E espanta-me, ainda mais, um certo desprezo encapotado que tantos à Esquerda têm pelas Ciências Sociais afirmando-a que estas não têm grandes contributos a dar para a compreensão do Mundo, da realidade, das relações de força e de dominação. Quero acreditar que é por desconhecimento… mas não sei se acredito.

Contudo, a economia é considerada como estando sempre fora dessas "ciências sociais que não têm grande coisa a dizer", como se, na verdade, não houvesse (e não fossem predominantes) pensadores economistas liberais e que estão na base do statuo quo. Na verdade, os economistas sempre tiveram um espaço intocável na política portuguesa e não é por isso que continuamos a andar a passo de caranguejo. Como em tudo, há bons e maus economistas, como há bons e maus antropólogos, como há bons e maus sociólogos, como há bons e maus historiadores. A questão é falaciosa, porque o problema não é a especificidade da ciência, mas o destino dos conhecimentos que ela produz.

Boaventura Sousa Santos ganhou uma bolsa de 2,4 milhões para um projecto chamado "Alice: Espelhos Estranhos". Muito basicamente o projecto centra-se na promoção de auto reflexividade da Europa, não com base nos seus olhares e perspectivas, mas com base nos espelhos que a Europa deixou historicamente no Mundo, ou seja, é uma imagem devolvida. Será Boaventura Sousa Santos um perigoso teórico reaccionário ao serviço da burguesia? Será um teórico social que não passa de um académico e numa perspectiva interventiva nenhum contributo tem a dar? Ou será que Boaventura Sousa Santos disputa diariamente a hegemonia do conhecimento oficial, das lógicas de pensamento instituídas, que são a base da ordem dominante que legitima a inevitabilidade, o determinismo e as relações desiguais de força na sociedade?

Na verdade, a disputa faz-se em todos os campos. E ser-se Marxista, ou ter-se sobre o Mundo um ângulo de análise Marxista, implica abandonarmos qualquer tipo de arrogância intelectual. Implica saber olhar o Mundo na sua complexidade, saber descodificar os sistemas de dominação, o simbolismo da opressão e as visões oficiais de pensamento. Ter-se uma perspectiva Marxista sobre o Mundo implica saber lê-lo, avaliá-lo, descontrui.-lo para o podermos transformar com todas as armas que temos, com todas as armas que temos a capacidade usar. E as Ciências Sociais são uma delas, quando usadas com uma perspectiva crítica e transformadora. É estranho que Ciências que incomodam tanto o poder incomodem ainda mais quem o tenta transformar.


Publicado aqui

Solidariedade



Todos estamos a par das recentes manifestações na Tunísia, Egipto, Argélia, Jordânia… bem como da violenta repressão que é exercida sobre os manifestantes.
Num Mundo globalizado, cabe-nos a nós, defensores da liberdade expressar o nosso apoio àqueles que estando longe, lutam por uma sociedade mais justa, menos opressora e mais próxima dos ideais que norteiam toda a nossa actividade cívica e política.

Convido-vos a estarem presentes AMANHÃ no Largo Camões no Chiado, onde estaremos a recolher assinaturas a partir das 18:30 para entregar na embaixada do Egipto.

Esta acção conta com o apoio do Comité de Solidariedade com a Palestina, Solidariedade Imigrante e SOS Racismo até agora.

Vens?

É preciso ter lata

Depois de décadas a suportarem, diplomática e economicamente, o regime ditatorial de Mubarak. Os EUA vêm pedir eleições democráticas no Egipto, para que "ninguém preencha o vazio". Por sua vez, a Internacional Socialista (ao qual pertence o PS) só expulsou o partido de Ben-Ali, após o seu regime ter caído nas ruas da Tunísia. A democracia é uma palavra oca e retórica para o Império, saindo apenas da gaveta quando fica bem no discurso.

É a frase do dia.

30 de janeiro de 2011

Liberalismo e as lições chilenas

O “plano” aplicado no Chile teve um resultado imediato: assassinadas mais de 3.000 pessoas. A nível económico, os “boys” de Chicago decidiram fazer uma privatização quase completa dos sectores públicos.

A Justiça chilena vai, pela primeira vez, analisar as circunstâncias da morte de Salvador Allende em 1973, quando as tropas de direita lideradas por Pinochet tomaram o poder. Juntando a outros 725 casos de violação dos direitos humanos, o juiz Mario Carozza irá ter uma responsabilidade acrescida em julgar o que foi, para muitos sectores da esquerda, um assassinato.

O golpe de Estado do Chile ocorreu num contexto de largo apoio popular ao primeiro chefe de estado marxista eleito num sistema de democracia parlamentar. Respondendo às reivindicações do movimento popular, Allende nacionalizou grandes empresas produtivas nacionais expropriando a burguesia chilena e internacional, atacando directamente a elite económica que esmagava milhões de chilenos pobres.

A resposta da burguesia chilena, aliada a grandes lóbis internacionais com interesses na manutenção da situação de exploração extrema, foi das mais violentas da História. Depois do golpe apoiado por sectores da inteligência americana, o poder foi tomado pelos militares com a tutela da economia oferecida a uma corrente então minoritária da teoria económica: a Escola de Chicago de Milton Friedman. Descrita por Naomi Klein como uma doutrina de choque, o “plano” aplicado no Chile de repressão a todos os níveis, teve um resultado imediato mais óbvio: assassinadas mais de 3.000 pessoas e o desaparecimento de mais de 30 mil.

Mas a nível económico, os “boys” de Chicago decidiram fazer uma privatização quase completa e violentíssima dos sectores produtivos públicos. Isto transpôs-se não só na privatização de grandes empresas estatais de, por exemplo, exploração mineira, mas também na privatização do sistema de segurança social. Até aos dias de hoje, o Estado chileno tem de compensar a desvalorização tremenda das reformas de milhões de chilenos, perdidas no casino internacional das bolsas de valores. O capitalismo não só não conseguiu transformar a segurança social num sector “lucrativo”, como queriam, como brincaram com a vida dos chilenos, privando-os de uma segurança social de facto segura.

Pouco depois, nas décadas de 70 e 80, esta mesma política de desregulamentação dos serviços públicos ensaiada no Chile foi aplicada nos EUA e em Inglaterra, na era Thatcher e Reagan. Apesar da administração americana nunca ter estado directamente envolvida na escolha da doutrina económica aplicada no Chile, também nunca esteve interessada em democratizar o Chile (ao contrário do Iraque, por exemplo), provando que sempre preferiram um ditador de direita a um democrata de esquerda. Esta onda de expansão do neoliberalismo levou a uma espiral de privatizações e desresponsabilização do Estado nas políticas sociais que eventualmente foram uma das causas da crise financeira desencadeada em 2007.

Mas a lição do fracasso das políticas ultra-liberais da Escola de Chicago não foi aprendida. Apesar do falhanço completo em transformar o Chile num estado-modelo a nível de crescimento económico com um Estado pequeno, hoje em dia as várias correntes liberais expandiram o seu poder e a sua hegemonia política, económica e cultural. Com a submissão completa à especulação criminosa dos sempre nervosos “mercados”, os Governos do PS e do PSD fizeram a vénia à doutrina neoliberal, incrivelmente dizendo que só assim se pode defender o Estado Social. Hoje, está na ordem do dia a venda ao desbarato de sectores do Estado como a ANA, mesmo sendo lucrativos. A gradual privatização do SNS, do Ensino Superior e as propostas mais ou menos mal-encapotadas do PSD de privatização da segurança social são hoje bandeiras da Direita, mas não só.

Esta semana no Parlamento, Teixeira dos Santos disse respondendo a Paulo Portas, "os governos do PSD/CDS-PP é que não fizeram qualquer esforço de privatização", enquanto defendia as privatizações realizadas pelo Governo em 2011. O PS está oficialmente a concorrer com a direita para saber quem destrói mais o Estado, quem está mais à Direita.

Podemos agora pensar se a História é de facto, cíclica. Será que o capitalismo consegue superar as suas contradições e aprender com os seus erros? Será que o futuro que se adivinha cada vez mais próximo nos promete a doutrina de Friedman e a destruição das conquistas sociais e políticas que custaram a vida a milhares de lutadores de esquerda? Parece-me que sim, e a questão agora, é saber se conseguiremos construir uma resistência social que ganhe, ou se seremos esmagados pela hegemonia neoliberal.
Publicado em Esquerda.net

29 de janeiro de 2011

Biutiful

Aproveitem o fim de semana para ver este intrigante filme.


Resistir aos presságios da nossa morte


Era uma imagem desfocada, quase imperceptível, aquela que me chegava da noite eleitoral de 23 de Janeiro. A saliva dos chacais do regime, escorria pelas TV´s do país. Aquele era o dia pelo qual esperavam. As sondagens, esses audazes e inovadores tempos de antena de Cavaco Silva, trataram de consciencializar as presas, leia-se o eleitorado anti-Cavaco, da certeza da sua morte. Depois, no próprio dia das eleições e com a "abstenção forçada", todos pudemos sentir na pele o país do simplex.

Com os primeiros resultados divulgados, Marcelo Rebelo de Sousa e António Vitorino, acotovelavam-se para serem os primeiros a depositar a coroa de flores da pretensa morte política de Manuel Alegre e de toda a esquerda que ele humanizou. José Sócrates, que na sua declaração política dizia que "os portugueses preferiram a estabilidade", voluntariava-se para carregar o caixão durante o funeral. A ele se juntou, de pronto, Paulo Portas. De seguida, apareceu o clone político do Primeiro-Ministro, Silva Pereira, dizendo que o PS tinha apoiado Manuel Alegre, porque "não houve sinais de disponibilidade de qualquer outra figura relevante". Por fim, chegou com um sorriso de orelha a orelha, aquele que há 5 anos havia feito reserva para este evento: Mário Soares.

É verdade que a abstenção pode ajudar a explicar este resultado. No Açores, círculo eleitoral estratégico para as aspirações da candidatura de Manuel Alegre, a taxa de abstenção fixou-se nos 68%. Por outro lado, esta candidatura falhou nos grandes centros urbanos, Porto e Lisboa, onde obteve em média 20.88%. Fosse a abstenção nos Açores similar à média nacional e tivesse Manuel Alegre chegado aos 25% no Porto e Lisboa e a conversa pudesse ter sido outra. O problema, em meu entender, é todavia, mais profundo.

Há muito que Eduardo Lourenço nos diz que um dos problemas da esquerda, é o de acreditar no mito da sua maioria político-social. Segundo ele, a relação de forças em Portugal, é claramente desfavorável àquele espectro político. Como é óbvio, é o seu entendimento de quem é a esquerda, das forças que a compõem, que o fazem divergir dos propagandista daquele mito. Talvez com este resultado de Manuel Alegre, fosse tempo de reflectir sobre isso. Note-se, contudo, que não é pretensão de Manuel Alegre, muito menos minha, falar em nome de toda a esquerda. Há mais vida na Esquerda, para lá da candidatura de Manuel Alegre e ainda bem que é assim.

Quem, de facto, esteve com Manuel Alegre na rua e não a miná-la surrateitamente no seu interior, ou melhor, aqueles que apareceram nas arruadas, que andaram pelas juntas de freguesia a distribuir propaganda, mesmo na ausência do chinfrim mediático (das câmaras de televisão ou dos flashs), têm agora a responsabilidade de juntar forças para abrir aquele caixão, antes que a esperança que lá está depositada, pereça num qualquer crematório da SIC Notícias. Mas é bom que se relembre que tal só será possível, depurando o oportunismo eleitoral daqueles que se serviam de "canivetes para dar palmadinhas nas costa" de Manuel Alegre, num exercício cruel de cumprimento de calendário.

Acontece que, o dia 23 de Janeiro nos provou que só esta (s) Esquerda(s) não chega(m), para o que agora vivemos e para o que aí vem. Só uma plataforma das esquerdas ampla, popular, mas coerente, poderá ser o agente político de resistência a esta compilação de inevitabilidades socialmente destrutiva. Mas dizer isto, não é reavivar romântica e voluntaristicamente velhas teses de unidade, carregadas de pó histórico. O idealismo transformador que germina na Esquerda, é o oposto do oportunismo eleitoralista da Direita. Não é de frentes eleitorais que falo, portanto. É de um cordão humano plural que seja capaz de barrar e de resistir nas ruas, nas fábricas, nas escolas e faculdades, à entrada do FMI em Portugal, à austeridade selectiva que vem de uma Europa cada vez mais anti-democrática (e do governo português que, de joelhos, diz que sim), à liberalização dos despedimentos, ao aniquilamento do SNS, da escola pública, etc.

Resistir é, neste momento, a palavra da esquerda. Resistir à tentação de voltar a acreditar nas "3ª, 4ª, 5ªs vias que virão" por mais Segur(as) que elas se mostrem para nos proteger as Costa(s). Resistir ao sectarismo e ao purismo ideológico que ainda floresce em todos nós. Resistir à desilusão de uma derrota eleitoral e voltar a ser o insurgente do passado e "o nosso companheiro de viagem do futuro". É isso que pedimos a Manuel Alegre.

Invocar a palavra esperança, a propósito de um candidato ou de um partido tem o seu quê de sebastiânico. É um expediente sob a forma de trapo, de tanto usado que é. Só a luta e a resistência social, poderão voltar a fazer da Esquerda a "luz ao fundo do túnel", a esperança que já simbolizou, mas, por culpa própria, deixou de espelhar.

28 de janeiro de 2011

Egipto III



via twitter

Ficou bonito

Egipto II



Impressionante o poder das pessoas.

Egipto



No dia em que publiquei este post perguntei a um amigo: "Achas que vai chegar ao Egipto?"

Os "bons alunos" e os "copiões"

O governo quer reduzir o número de dias de trabalho contabilizados para cálculo das indemnizações devidas por despedimento (de 30 para 20 dias de salário por cada ano trabalhado) e introduzir-lhes um limite máximo de 12 meses, que é como se faz em Espanha.

Isto é de aplaudir porque a Comissão Europeia bem se farta de dizer e toda a gente sabe que a rigidez das leis laborais e os custos com os despedimentos estão na base do problema do emprego, e que se o mercado de trabalho for flexibilizado, as empresas contratam mais, com menores níveis de precariedade, e que isto protege sobretudo os jovens.

Em Espanha, que com uma aplaudível coragem política e sapiência técnica implementou esta cartilha, isto ainda não aconteceu mas com certeza não tardará.

Mas, pelos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística espanhol, na realidade Espanha está nos antípodas dessas deduções lógicas da cartilha neoliberal.

Com a taxa de desemprego a atingir recordes de 20,33% no último trimestre de 2010, em Espanha – onde passou a ser mais barato despedir e onde, portanto, as empresas passaram a ter mais incentivos para contratar –, entre o terceiro e o quarto trimestre do ano, o nível de desemprego cresceu 2,6% (mais 121 mil desempregados). Entre os jovens, tradicionalmente mais expostos aos vínculos precários e à contratação temporária – que a diminuição dos encargos com despedimentos viria diminuir –, a taxa de desemprego atingiu um novo máximo de 42%.

Como é de crescimento económico que importa falar para adereçar o sacrossanto problema da dívida (medida em % do PIB), percebe-se a tentação do governo de copiar pelo vizinho do lado.

Ainda segundo os dados do INE espanhol, os valores do Inquérito de População Activa indicam que, no final do ano, mais de 1,3 milhões de lares em Espanha tinham todos os seus membros desempregados – mais 8,8% do que em 2009 –, e que há menos 2% de lares em que todos os membros têm emprego.

Juntar resultados destes às medidas de austeridade que reduzem as prestações sociais, aumentam impostos sobre o consumo e sobre os rendimentos do trabalho e fazem recuar ainda mais o Estado Social fará com certeza maravilhas pelo consumo privado. Em Portugal e em Espanha.

Mas isso não interessa porque, como a cartilha diz, e a Comissão Europeia diz e toda a gente sabe, a melhor aposta para o crescimento económico é na competitividade das exportações. E mesmo que Espanha seja o principal destino das exportações portuguesas, tudo há-de correr pelo melhor.

Estabilidade e Crescimento?


Segundo o Conselho Geral da Universidade do Minho, 500 alunos já abandonaram esta Universidade desde o início do ano lectivo. Segundo o comunicado do mesmo órgão, foram 800 os alunos que perderam a bolsa de acção social face às novas regras de atribuição de bolsas (introduzidas no PEC III). Mariano Gago diz que temos de esperar até Fevereiro para tirar conclusões. Parece que para estes 500 alunos as conclusões chegaram mais cedo.

26 de janeiro de 2011

E agora?

Uma plataforma de governo saída destas presidenciais juntaria a tese e a sua antítese, provocando uma síntese pulverizadora para a esquerda. Recuando a luta social e a mobilização anti-liberal em mais de uma década. Todas as pontes, esperanças e alternativas, que se têm cimentado ao longo destes anos, cairiam como um baralho de cartas.

O resto pode ser lido aqui.

Imigrantes em greve da fome na Grécia


Cerca de três centenas de migrantes, homens e mulheres, iniciaram terça-feira uma greve de fome na Universidade de Direito de Atenas reivindicando um estatuto de asilo.

Os imigrantes, na sua maior parte oriundos do Norte de África, são protagonistas da maior mobilização deste tipo jamais realizada na Grécia depois de uma greve da fome nas prisões realizada há alguns anos.

Num apelo tornado público, os imigrantes explicam que a sua situação se deve a circunstâncias de pobreza, ditaduras e falta de apoio dos países ocidentais que os faziam viver em condições infra-humanas. “As empresas multinacionais e os seus servidores políticos não nos deram outra alternativa que não seja arriscar dez vezes as nossas vidas para conseguirmos chegar às portas da Europa. Vivemos sem dignidade, na escuridão da ilegalidade beneficiando empregadores e serviços estatais com a dura exploração do nosso trabalho. Vivemos do nosso suor e com o sonho de um dia ter os mesmos direitos que os nossos companheiros trabalhadores gregos”, declararam os imigrantes.

Durante os últimos meses, iranianos, afegãos e palestinianos que solicitam estatuto de refugiados estabeleceram acampamentos separados no exterior dos edifícios de duas universidades gregas desenvolvendo acções para informar a opinião pública sobre a sua situação. A polícia está proibida de penetrar em instalações universitárias a não ser com autorizações especiais.

De acordo com os imigrantes agora em greve da fome, nos últimos dias a sua vida tornou-se ainda mais insustentável. “Como os salários e as pensões estão a ser cortados e tudo está a ficar mais caro somos apresentados como os culpados, os responsáveis pela dura e abjecta exploração dos trabalhadores gregos e dos pequenos empresários”.

A propaganda dos partidos racistas e fascistas tornou-se agora o discurso oficial para as questões da migração através das propostas que estão a ser discutidas no Parlamento e apresentadas pelo governo como soluções para garantir uma "solução temporária". É o caso do muro de Evros, de centros flutuantes de detenção, da presença de tropas europeias no Egeu e de deportações em massa. As organizações de direitos humanos têm criticado repetidamente a Grécia por não prestar apoio às pessoas que fogem dos conflitos em África, no Médio Oriente e do subcontinente indiano. A Grécia tem agora cerca de 47 mil pedidos de asilo, alguns dos quais esperam deferimento já há oito anos. A maioria destes migrantes são mantidos durante meses em centros de detenção superlotados e celas de prisões até serem libertados recebendo ordens administrativas para sair do país.

Assinaturas de solidariedade são recolhidas em ypografes.allilegyia@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar (com nome e actividade).

Sócrates recebe a Extrema-Direita Israelita

Carta aberta aos portugueses acerca da visita à Lisboa do Ministro de Negócios Estrangeiros de Israel

Um homem de nome Lieberman - o mesmo apelido que o meu avô materno - reuniu ontem em Lisboa com o Ministro dos Negócios Estrangeiros português e vai reunir hoje com o Presidente da Assembleia da República, a Comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e o Primeiro Ministro! Que eu saiba, ele pode ser um parente meu, distante e afastado ... mas devo ficar com orgulho por isso?

Na minha família há gente de varias persuasões religiosas desde ortodoxos até ateus. Também há gente com opiniões diversas no que toca ao sionismo e o Estado de Israel, desde Revisionistas do Likud até activistas a favor dos direitos do povo palestiniano. Os laços familiares permitem-nos co-existir e partilhar o que nos é comum. Mas família é família e fora da família, a politica é a politica. Neste campo o próprio povo judeu está dividido. Em particular, e apesar da predominância política das associações sionistas, não há uma voz que nos une em relação a Israel e à sua prática de ocupação dos que permanecem dos territórios que, pelo direito internacional, pertencem ao povo palestiniano. Eu, por exemplo, situa-me entre judeus que consideram que a ocupação é não só prejudicial em termos da normalização do futuro de Israel mas uma vergonhoso e inaceitável atentado contra os direitos humanos e nacionais do povo palestiniano.

Haverá vozes de entre os judeus portugueses que discordarão com a minha opinião, mas o Governo de Portugal e os portugueses têm que avaliar a politica do Estado de Israel em consonância com valores universais e democráticos, os seus compromissos internacionais e os seus próprios interesses e não devem preocupar-se com a existência de um consenso entre os judeus para determinar o que fazer com respeito à situação no Médio-Oriente e em relação a este conflito especificamente.

Portugal, pais da União Europeia, membro do Conselho de Segurança das ONU, está vinculado ao direito internacional e o consenso internacional em relação ao conflito israelo-palestiniano. Sobre isso não há ambiguidades apesar da prolongada incapacidade da comunidade internacional em actuar decisivamente para traduzir o consenso em actos no terreno. Certamente não é preciso citar aqui todos os compromissos que isso implica mas valeria a pena parar e lembrar em primeiro lugar que o homem que actualmente representa Israel no estrangeiro é um residente num colonato ilegal israelita em território palestiniano! A sua residência é ilegal porque todos os colonatos israelitas alem da “Linha Verde” infringem as Convenções de Genebra com respeito à apropriação de territórios conquistados pela força e à transferência de população. Em segundo lugar, é preciso lembrar que este homem que actualmente representa Israel é um proponente de transferência de populações, nomeadamente da transferência da população árabe de Israel para fora de Israel. Em outras palavras ele é apologista e activista da expulsão de cidadãos do seu próprio país. Em Portugal e outros países de Europa esta posição ficaria fora do discurso que consideramos aceitável em democracia; chamamos esta posição aqui incitação racista e xenófoba, mas em Israel actualmente esta perspectiva não só faz parte do discurso político nacional legitimado como está presente no discurso e prática do próprio governo e é representada por este homem que reunirá hoje com os parlamentares e o Primeiro Ministro!

Será preciso lembrar a reacção dos governos europeus quando em Áustria – pais europeu! - um politico com um programa xenófobo foi integrado na coligação governamental? Houve um boicote diplomático! Em muitos aspectos pode-se afirmar que o Governo actual de Israel, com este Ministro de Negócios Estrangeiros como representante, é tão ou mais xenófobo e racista que o governo de Áustria da altura.

Israel é um pais cuja legitimidade está consagrada entre a comunidade das nações; Portugal, tem relações bilaterais e comunitárias com Israel e, por isso, é normal que o Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Primeiro Ministro encontrem com o Ministro de Negócios Estrangeiros de Israel. Contudo, face à situação do conflito israelo-palestiniano, ou seja, a intransigência do Governo israelita em conformar com o direito internacional, a sua politica agressiva de expansão dos colonatos, o bloqueio desumano de Gaza, a sua continuada rejeição das propostas de paz e normalização com os países da região, não pode haver discussão; só há uma mensagem que os nossos governantes deveriam transmitir ao representante de Israel e isso é que Portugal vai continuar a exigir o respeito pelo direito internacional em Israel-Palestina e vai actuar em consonância com esta orientação nas instancias internacionais, que Portugal exige o fim do bloqueio a Gaza, que Portugal exige o fim da ocupação e dos colonatos, que Portugal apoiará concretamente o estabelecimento de um Estado Palestiniano nos territórios de Cisjordânia e Gaza ocupados por Israel em 1967 com Jerusalém Oriental como capital e com uma justa solução da situação dos refugiados palestinianos.

Como é óbvio não tenho qualquer orgulho na presença em Portugal deste homem com o mesmo apelido do meu Avô, antes pelo contrario. Mas além de mais, não quero ter vergonha do Governo de Portugal e espero que a politica portuguesa não ceda nem uma virgula às politicas criativamente racistas e colonialistas deste Lieberman.


26 Janeiro de 2011

Alan David Stoleroff

25 de janeiro de 2011

Passagem da UM a fundação de direito privado: assassínio da democracia e da qualidade do ES




A redução da responsabilidade social do Estado atinge o apogeu desde o 25 de Abril, já que, com Bolonha, sub-financiamento e RJIES, a perspectiva do governo sobre o ensino, que é visto mais como um negócio do que como um bem público, é por demais evidente. Os economistas neoclássicos consideravam o conhecimento como um bem público; hoje, contudo, a relação entre Estado e Ensino Superior (ES) é repensada à luz de direitos e interesses privados e de satisfação da fome de quem procura lucrar com a retirada da democracia e da qualidade das Universidades.

Nos anos 80, e sob grande influência dos EUA, as autoridades públicas começaram a encorajar as Universidades a patentear as descobertas e a aumentar as propinas, ao mesmo tempo que o financiamento era substancialmente reduzido e que eram impostas normas de gestão privada. A força motriz era a alma do negócio: não podia permanecer na esfera pública o que podia tão facilmente dar lucro e, fosse a que preço fosse, a cara privatização progressiva teria de ser iniciada.

Se dantes o ES era controlado pelo Estado, hoje é simplesmente supervisionado por ele. As IES contam hoje com mais com mais autonomia e o Estado regula-as à distância. Devido a uma ideologia que pretende fingir que tudo o que é público é ineficaz e pouco produtivo, ao invés do que aconteceria na esfera privada, as ideias neoliberais emergiram e espraiaram-se no campo das relações entre o Estado e o ES. Falta, contudo, provar a superioridade e a legitimidade dos modelos de gestão privada na Universidade que se quer pública, democrática e de qualidade. Convém não esquecer que a Austrália, onde cedo se enveredou por políticas neoliberais, está hoje a inverter o caminho nesta área.

O processo de privatização da esfera pública começou, contudo, muito antes de assumirmos completamente que a UM ia passar a fundação. Começou antes de haver uma decisão democrática sobre esta passagem. Começou quanto foi exigido que as assembleias estatutárias incluíssem membros cooptados, facto que em absolutamente nada contribui para a qualidade do ensino que a Universidade oferece. Por provar estará também a legitimidade dessas “personalidades” de reconhecido “mérito” terem uma voz tão audível na definição das políticas educativas e na vida real das escolas, tirando a voz democrática a quem, com toda a legitimidade, a devia ter. A gestão democrática, só neste âmbito, leva uma facada: estes membros não têm qualquer representatividade democrática e representam instituições que não estão minimamente ligadas ao âmbito pedagógico.

No meio disto tudo, importa aquilo que é óbvio: as empresas não são democráticas, as empresas procuram lucro. Daí que seja natural que se desconfie de que o que está em causa não é a qualidade e a democracia do ensino, mas o seu carácter de inglório genésico de lucro e o proveito económico a ser tirado daqui.

Não há, portanto, qualquer dúvida quando se afirma que a passagem da UM a fundação de direito privado será um passo em frente na guerra que o capitalismo trava com os direitos e um passo atrás na qualidade e na democracia do ES, direitos outrora tidos.

o presidente com o pior resultado de sempre.

então e os juros??


Cavaco venceu mas os juros continuam a subir. afinal os mercados não mostram assim tanto respeitinho pelo respeitinho que Cavaco lhes tem. E afinal, subir por subir, mais valia ter elegido um outro Presidente, mais democrático e menos obediente.


a imagem, of course, de
gui castro felga

3 ilustres: Chico Buarque, José Saramago e Sebastião Salgado

Entrevistados por Jô Soares em 1997. Um daqueles achados que vale a pena ver e rever.

23 de janeiro de 2011

a luta continua.




"Estou certo que todos os que me apoiaram continuaram a lutar pela defesa e valorização do Estado Social, do Serviço Nacional de Saúde, da Escola Pública, da Segurança Social Pública e pelos direitos laborais"

"... em Democracia vergonha é fugir ao combate e não saber por que se luta"

Manuel Alegre, 23/01/10

... de cabeça e punho erguido!

Che Guevara dizia “retroceder sim, desistir nunca”. A Esquerda não desvia olhar quando as coisas correm mal. Somos positivos… já conquistámos na história tantos direitos, liberdades e garantias, que só temos razões para acreditar que ainda temos muito para conquistar. Muito mesmo.


Cavaco Silva foi eleito por apenas 25 % das pessoas que em Portugal podem votar. 25% aproximadamente porque foi eleito com metade dos votos nos 47 % de Portugueses que votaram. Logo por cada 100 pessoas que podiam votar, apenas cerca de 25 votaram Cavaco Silva.

Continuamos a olhar para a realidade com a mesma visão, com a mesma perspectiva de análise: continuamos a perguntar como levamos para a rua e para a luta democrática essa maioria social que não foi às urnas, como levamos para a rua essa maioria absolutíssima que não votou Cavaco Silva, como cativamos e falamos com pessoas, como lutamos com elas.

Como transformamos o Mundo?

Uma certeza temos: não fugimos do combate, sabemos sempre por que lutar!


21 de janeiro de 2011

As competitividades de Cavaco Silva

Então cá vai mais uma das “ideias” de Cavaco Silva, acessíveis a todos na sua página oficial de campanha.

Por competitividade, Cavaco Silva entende e passo a citar:

“O reforço da capacidade competitiva das nossas empresas está ao nosso alcance. Há hoje uma nova geração de empresários conhecedores das exigências da globalização, imbuídos de uma cultura de inovação e de excelência. Temos empreendedores que se assumem como agentes de mudança, que sabem que o sucesso das suas empresas não está dependente da protecção do Estado nem pode construir-se com base permuta de favores ou copiando modelos obsoletos. Os novos empresários já se aperceberam de que o êxito dos seus projectos depende da sua capacidade para enfrentar e concorrência na economia global.”

Muito bem. Ficamos então a saber que a nova geração de empresários portugueses conhece bem as exigências da globalização e para tal enfrentam a competitividade num plano global.

No tópico seguinte, o mesmo Cavaco Silva diz-nos aquilo que acha dessa mesma Competitividade Global:

“A competitividade à escala planetária se encontra centrada nos aspectos económicos, fazendo tábua rasa de factores como a falta de qualidade da democracia, a injustiça social e a ausência de protecção dos mais desfavorecidos, a precariedade das condições de trabalho ou a degradação maciça do ambiente. Por outras palavras, o comércio livre faz-se, à escala planetária, entre nações que não possuem os mesmos padrões de exigência em termos políticos, sociais ou ambientais.”
...ainda bem que os nossos empresários estão bem "conhecedores das exigências da globalização".

Não votar na hipocrisia



Cavaco Silva, no seu site oficial de campanha, cita Sofia de Mello Breyner ao referir-se a Salgueiro Maia como «aquele que deu tudo e não pediu a paga». Tem razão, Salgueiro Maia apenas pediu, em 1988, pouco tempo antes de adoecer, uma pensão por “serviços excepcionais ou relevantes prestados ao país”. O serviço excepcional de Salgueiro Maia para as nossas vidas é bem conhecido. O então Primeiro-Ministro Cavaco Silva não pensava assim e recusou o pedido. Mais tarde escolheu conceder a mesma pensão aos ex-agentes da PIDE, António Augusto Bernardo e Óscar Cardoso, sendo este último o conhecido organizador dos Flechas.

Eu cá escolho não votar na hipocrisia.

Manuel Alegre - "Se fosse presidente vetava Código Laboral"



Ler a entrevista de Manuel Alegre ao Correio da Manhã aqui.

Hoje foi um dia Alegre

25 de Abril Sempre, Cavaco Nunca Mais!

20 de janeiro de 2011

O que significa ser sócio da Goldman Sachs

Diz me com quem andas...

"A decision has been taken by the President together with the Secretary General, in accordance with the statutes of the Socialist International, to cease the membership of the Constitutional Democratic Assembly (RCD) of Tunisia.

This decision, in extraordinary circumstances, reflects the values and principles which define our movement and the position of the International on developments in that country. "

O texto pode ser lido aqui

Foi preciso o Ditador cair pelo poder das ruas, para que a Internacional Socialista expulsasse o partido de Ben Ali da organização. Estou como o Renato Soeiro, não é mesmo necessário que se acrescente mais algum comentário. E desde já agradeço-lhe por ter trazido isto para a blogoesfera.

19 de janeiro de 2011

Faz-se o que se pode, quando não se quer fazer por mais

Quando o argumentário chega a este ponto e se estende por este caminho , é necessário levar-se uma lanterna para o debate para se-o poder acompanhar, tal é a baixeza da latitude retórica.

Não procuro colocar ninguém neste blogue, num pedestal ou numa torre de marfim, no que toca à sua forma de discussão e como se entende por estas bandas expor ideias.

Grande parte do que ainda se pode ter a dizer sobre este debate, versará sempre em torno do que muitos disseram na caixa de comentários do primeiro post supracitado, pelo que me ficarei por algumas questões.

"E o Bloco de Esquerda que papel cumpre no actual panorama político? Conseguirá dormir sabendo que apoia o mesmo candidato que uma parte dos coveiros da classe trabalhadora? Dos que lançaram a polícia contra os que lutam?"(1)

Quem apoiou o PCP definitivamente em 1980 e em 1991?

Que Partido/Governo reprimiu estes trabalhadores ? E qual é o partido irmão português?

Se aplicarmos o quadro de referência de Bruno Carvalho, este será culpado pela repressão de cada trabalhador em cada país em que um partido "irmão" do PCP esteja no poder. Da África do Sul à China, sem nunca esquecer Angola e o Laos.

E já agora, também pode ser responsabilizado pelos funerais da classe trabalhadora portuguesa, porque o PCP e Francisco Lopes estiveram na primeira volta com Ramalho Eanes e com Jorge Sampaio. E o que dizer dos trabalhadores lisboetas e das coligações PS/PCP para a Câmara. Sem falar nessas imensas coligações pós-eleitorais com o PSD nas autarquias. E o que dizer da carga policial do dia 20 de Outubro de 2004 no Pólo II da Universidade de Coimbra? Curiosamente o Reitor Seabra Santos é militante do PCP, e já agora, o então Vice-Reitor Avelãs Nunes , foi mandatário da CDU nas Europeias de 2009.

E assim é o debate quando ele não salta fora do simplismo.

Mesmo assim, deixo aqui isto:

"o que se passou ontem foi abuso de poder por parte da polícia"

Manuel Alegre critica confrontos entre polícia e manifestantes junto à residência oficial do PM

O que Cavaco representa

Cavaco é um aldrabão. Um seguidor do Antigo Testamento. O Homem de mão da finança.

Cavaco é um tipo que os criminosos da finança querem como presidente, como o Dias Loureiro,e que beneficia de privilégios só possíveis pelo crime financeiro de gajos como o Oliveira e Costa.

Por Mário Tomé

E que tal falar destas coisas na SicN e Tvi24?
















Tanta gente preocupada com a incoerência da candidatura do Manuel Alegre juntar, numa campanha presidencial, partidos antagónicos, como o Bloco e o PS e ninguém diz nada sobre coisas semelhantes na campanha do Cavaco... Alguém se lembra daquele director do Independente, que vivia de campanhas negras contra o Primeiro-Ministro, Cavaco Silva? A Constança Cunha e Sá e Ana Lourenço que falem disso hoje, sff...

18 de janeiro de 2011

Lucros de 140% para todos os portugueses


Eu voto num homem tão sério tão sério que quando compra uma casa, a sua palavra basta.
Um aperto de mão deste senhor vale mais que uma qualquer escritura, por isso porquê fazê-la?


As mulheres, em casa, com as criançinhas :)

Gasolina atinge hoje máximo histórico


Com as subidas desta semana, o preço da gasolina avançou para o valor mais elevado de sempre, superando o máximo histórico registado em Julho de 2008 - de 1,525 euros por litro - altura em que o preço do petróleo atingiu máximos históricos, acima dos 147 dólares por barril. Nesse ano, um litro de gasóleo chegou a valer 1,428 euros, motivando a célebre greve dos camionistas que quase paralisou o país.

Agora que o barril de petróleo anda perto dos 90 dólares por barril o preço atinge números proibitivos.

Obrigado Sócrates.


Democracia?

Dois dirigentes sindicais foram hoje detidos junto a residência oficial do primeiro-ministro, após uma concentração contra os cortes salariais que terminou com confrontos entre manifestantes e agentes policiais.

17 de janeiro de 2011

O branco ficou mais vazio

O MRPP reconsiderou o seu apelo ao voto em branco, passando agora a apoiar Alegre. Esta mudança poderá significar pouco para a candidatura do poeta, no entanto, deixa aos puramente líricos o espaço do isolamento, o lugar de quem não contribui para a luta de classes em Portugal. Dos que preferem ficar em branco, ao invés de fazerem algo pela alteração radical da cor da tela.

Apontamento diário para AComuna.net

Ubiquidade


Proposta n.o 795/10 - Indicação de 2 novos representantes do Município de Oeiras na Aitec - Oeiras: Deliberado aprovar a indicação de António Pitta de Meireles Pistacchini Moita, como Vice-presidente e Agostinho Correia Branquinho, como Vogal da Direcção da “AITEC Oeiras - Associação para a Internacionalização, Tecnologias, Promoção e Desenvolvimento Empresarial de Oeiras”


Primeiro não sabia o que era a Ongoing, depois foi trabalhar para a Ongoing no Brasil

Entretanto é nomeado para a AITEC em Oeiras.

Espero que não estejam a ser os contribuintes de Oeiras a pagar as viagens do Agostinho.

Já o outro representante é o líder da bancada do IOMAF na Assembleia de Oeiras.

Comentem vocês.



rEVOLUTION


O vírus da revolução propaga-se pelo Magrebe:

A man has died after setting himself on fire at a government building in Algeria, state media has reported, echoing the self-immolation that triggered the protests that toppled the leader of neighbouring Tunisia.

The daily El Khabar reported on Sunday that Mohsen Bouterfif had died of his burns after setting himself on fire on Thursday in front of the town hall in Boukhadra, east of Tebessa.

The paper reported that it hapened after a meeting with the mayor who was unable to provide Bouterfif with a job and a house.

It was the one of four attempted public suicides in Algeria this past week in apparent copycat replays of last month's self-immolation of a 26-year-old graduate in Tunisia which triggered a popular revolt that led to the ouster of that country's autocratic ruler, Zine El Abidine Ben Ali.

E também:

En Jordanie, où la grogne monte contre l'inflation, plusieurs «sit-in» ont eu lieu ce week-end, dont un de syndicalistes samedi devant l'ambassade de Tunisie à Amman, appelant à la propagation de la «révolte de jasmin». Au Yémen, un millier d'étudiants ont manifesté à Sanaa pour demander aux peuples arabes de se soulever contre leurs dirigeants. À Khartoum, au Soudan, un ténor de l'opposition, Moubaral al-Fadil, a estimé que le pays était «prêt pour un soulèvement populaire»…

Si contagieux soit-il, le parfum de liberté qui flotte sur Tunis est lourd d'incertitude.

Via Al Jazeera e Le Fígaro

O silêncio da rua Árabe é o mais estranho a ressalvar.

Normalmente tão ruidosa e participante, está a deixar Mubarak e meio mundo à beira de um ataque de nervos.

Recomendo a leitura do último capítulo do "Violência" de Zizek, onde ele explica sob que circunstâncias o mais violento a fazer pode ser nada fazer.

A seguir com atenção.

16 de janeiro de 2011

via http://alegro.blogs.sapo.pt

Garcia Pereira apoia Alegre

"O PCTP/MRPP, liderado por Garcia Pereira, decidiu reconsiderar no apelo ao voto em branco e resolve agora defender o voto em Manuel Alegre. E “o único candidato que pode fazer face a Cavaco Silva e tem hipótese de vencer numa segunda volta”, disse Garcia Pereira em declarações ao PÚBLICO.
“A reapreciação da campanha eleitoral tem tornado claro que o PS não apoia Alegre”, notou, explicando a mudança do sentido de voto. “Considerando que não podemos ficar de braços cruzados à espera que a direita eleja Cavaco à primeira volta” e tendo em conta “que a abstenção e o voto em branco só servirão para tal eleição e ainda que a tarefa principal do Povo é derrubar o Governo de Sócrates e impedir que a alternativa seja Governo PSD/CDS” o PCTP/MRPP “reconsidera a sua posição e apela ao voto em Manuel Alegre”, diz o advogado."

"Público Online"


Cada vez são menos os cúmplices de Cavaco Silva que apelam ao voto em branco.
Cada vez são mais os que querem encontrar pontes para derrotar a burguesia nestas eleições.
Cada vez são mais os partidos e movimentos que apoiam Manuel Alegre...

Vamos derrotar Cavaco Silva e a Direita.

Via: Gui Castro Felga @ Facebook

14 de janeiro de 2011

Algumas razões para votar Alegre e um aviso à navegação.

Sendo parte elementar da decisão política quando toca a Presidenciais, nunca é demais começar por dizer que para se votar em Manuel Alegre, no dia 23, não é preciso assinar um compromisso de camaradagem com o candidato. De igual modo, ficamos dispensados à partida de concordar com a totalidade da sua visão para o País. Podemos, contudo, dizer que Manuel Alegre representa uma alternativa de voto que as circunstâncias políticas nos impõem, mais do que nos comprazem. É igualmente certo que é das forças conjugadas à esquerda, que proporcionem fôlego à luta social, que está dependente uma saída socialista para crise, ultrapassando largamente o espaço das Presidenciais. Acontece que Manuel Alegre foi aquele que escolheu tomar parte de importantes resistências e lutas essenciais na configuração de forças que o tornam, hoje, o melhor colocado para derrotar o candidato que, sendo Presidente, é um líder político no avanço da política de austeridade e exploração: Cavaco Silva.

Foi assim com a votação do Código de Trabalho, na defesa do Serviço Nacional de Saúde e continuou, agora na campanha, com um discurso que ataca a precariedade laboral e assume a defesa intransigente do Estado social face ao projecto político de revisão constitucional lançado por Passos Coelho. Muitos dirão que é pouco, acontece que as Presidenciais também não são o todo da luta social. Mas estabelecer a barreira que delimita o campo em que se decidem as questões essenciais para os próximos tempos passa por ter uma posição clara nestas eleições.

O voto em Manuel Alegre é um voto que dá alento aos precários, pois fortalece o debate público em torno do modelo de relações laborais a seguir. É um voto que ajuda a travar o ataque liberal ao Serviço Nacional de Saúde e assim protege a conquista dos direitos universais do Estado. É um voto que alinha uma resistência ideológica, indispensável e urgente, ao projecto de revisão constitucional de uma direita que já saliva pelo poder todo. E, acima de tudo, o voto em Manuel Alegre é um voto que impõe uma resposta política face a um programa. Um programa que traz a urgência de uma recomposição da esquerda tomando como centro a defesa do trabalho e do Estado Social. É a resposta a esse programa que resulta num PS dividido no apoio a Alegre, e na constatação de que, para Sócrates, muito mais vale Cavaco do que Alegre em Belém. Onde Alegre foi oposição, Cavaco foi aliado. O PCP sempre foi incapaz de entender tal facto, lançando uma candidatura paralisante e defensiva, alicerçada num patriotismo bacoco. Fernando Nobre, esse, com o início da campanha mostrou todo o seu vazio, sem nada ter a acrescentar a não ser a reaccionária proposta de redução do número de deputados.

Por fim, para os mais desanimados ou desencontrados, é certo que há mais vida para além das Presidenciais mas ficar em casa no dia 23 ou votar em branco é ajudar Cavaco Silva. E ele já tem muita ajuda para nos darmos a esse luxo.

(texto escrito para o vermelhos.net)