
A xenofobia soft já está a criar o seu argumento para o "filme" do autor confesso dos atentados de Oslo: «His rage, fed by video games, may also have been caused by the lack of real debate on the radical changes caused by a multiculturalism.»
Entre outros elementos desse discurso, considero que entrar em contabilidades sobre quem matou mais é vergonhoso: «The thousands and thousands of people murdered by (radical) Islam should weigh heavier than these 92 deaths.» Como se matar uma pessoa não fosse de mais. Justificam-se os crimes com contabilidade de cadaveres? A existência de crimes de fascistas islâmicos justifica que se feche os olhos ao crecimento de uma extrema-direita anti-islâmica na Europa?
Mas neste momento, preocupa-me principalmente a teoria da "xenofobia razoável". É disso que trata a primeira citação, que é aliás uma amostra desse discurso. Uma forma do método polícia-bom/polícia-mau: para evitar a violência subjectiva e sangrenta dos "anti-muçulmanos hard core", há que aplicar uma política anti-muçulmana soft, ou seja, há que aplicar uma violência objectiva/estrutural de barreiras legais à cultura e às pessoas muçulmanas: desde pribições de minaretes na Suiça (rever aqui) às leis anti-imigração selectivas.
Temos de estar atentos e politicamente atuantes, pois ressurge perigosamente uma política da "xenofobia razoável", da mesma linhagem do "anti-semismo razoável" de Robert Brasillach proclamado em 1938:
“Nós nos permitimos aplaudir Charlie Chaplin, um meio judeu, nos cinemas; admirar Proust, outro meio judeu; aplaudir Yehudi Menuhin, um judeu; e a voz de Hitler é carregada por ondas de rádio que receberam seu nome do judeu Hertz (…) Nós não queremos matar ninguém, nem queremos organizar nenhum pogrom. Mas também pensamos que a melhor maneira de conter as sempre imprevisíveis ações do anti-semitismo instintivo é organizar um anti-semitismo razoável.”
Entre outros elementos desse discurso, considero que entrar em contabilidades sobre quem matou mais é vergonhoso: «The thousands and thousands of people murdered by (radical) Islam should weigh heavier than these 92 deaths.» Como se matar uma pessoa não fosse de mais. Justificam-se os crimes com contabilidade de cadaveres? A existência de crimes de fascistas islâmicos justifica que se feche os olhos ao crecimento de uma extrema-direita anti-islâmica na Europa?
Mas neste momento, preocupa-me principalmente a teoria da "xenofobia razoável". É disso que trata a primeira citação, que é aliás uma amostra desse discurso. Uma forma do método polícia-bom/polícia-mau: para evitar a violência subjectiva e sangrenta dos "anti-muçulmanos hard core", há que aplicar uma política anti-muçulmana soft, ou seja, há que aplicar uma violência objectiva/estrutural de barreiras legais à cultura e às pessoas muçulmanas: desde pribições de minaretes na Suiça (rever aqui) às leis anti-imigração selectivas.
Temos de estar atentos e politicamente atuantes, pois ressurge perigosamente uma política da "xenofobia razoável", da mesma linhagem do "anti-semismo razoável" de Robert Brasillach proclamado em 1938:
“Nós nos permitimos aplaudir Charlie Chaplin, um meio judeu, nos cinemas; admirar Proust, outro meio judeu; aplaudir Yehudi Menuhin, um judeu; e a voz de Hitler é carregada por ondas de rádio que receberam seu nome do judeu Hertz (…) Nós não queremos matar ninguém, nem queremos organizar nenhum pogrom. Mas também pensamos que a melhor maneira de conter as sempre imprevisíveis ações do anti-semitismo instintivo é organizar um anti-semitismo razoável.”
(Ver também: Atentados em Oslo ou o que fazer contra a extrema direita? )