30 de junho de 2010

A verdade é que...

... fosse o PT (Partido dos Trabalhadores) fiel ao seu programa fundacional e já há muito a VIVO estaria nacionalizada. Mas como podemos ver na imagem, os 40% dos mais de 500 milhões de lucros anuais da PT que são arrancados aos brasileiros revertem estratégicamente para o povo português. Não há dúvida.

PRINCIPAIS ACCIONISTAS DA PT

29 de junho de 2010

O apuramento da inteligência que o partido de Merkel quer fazer na Alemanha traz-me negras recordações do tempo do nazismo em que o apuramento racial era condição de sobrevivência. O método é o mesmo. Desrespeitar as pessoas, impondo-lhe um teste à sua condição – antes física, agora intelectual -, como condição de permanência no país. Só que agora em vez de o bode expiatório serem judeus (e outros grupos), são os imigrantes. O princípio é o mesmo: ódio encapotado às minorias! É um verdadeiro atraso civilizacional e um desrespeito pelos direitos humanos…

E afinal de contas, todas as ditaduras sugiram assim.

Não podemos ter memória curta…

nojo

O partido da Angela Merkel na Alemanha defende que se realizem testes de inteligência aos imigrantes que queiram entrar no país. A ideia é proteger os interesses do Estado Alemão, dizem eles...


.... e o Hitler



o resto do nojo aqui

28 de junho de 2010

Um homem de moral

Documentário sobre a obra musical do zoólogo Paulo Vanzolini. O filme tem participação de grandes nomes da música brasileira como Chico Buarque, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Márcia, Inezita Barroso, Paulinho Nogueira, Miúcha, Virgínia Rosa, Ana Bernardo, O Bando de Macambira, Chico Aguiar, Edu Maia, João Macacão, Maria Marta e Adoniran Barbosa.


Notas sobre o Mundial de 2010 (4)


No jogo com a Espanha, Portugal deve jogar "olhos nos olhos", ainda que possa ter de servir-se, por vezes, de uns óculos, para atenuar a superioridade espanhola.

Qualquer ortodoxo dirá que a principal virtude de uma equipa é a sua coerência táctica, isto é, a definição e repetição, sem excepções, de uma determinada forma de jogar, independentemente do adversário. Dizem até que, na hipótese contrária, se revela pouca coragem. Tal estratégia é, de facto, eficaz em equipas como o Barcelona, o Brasil, a Argentina... Equipas que, por disporem dos melhores jogadores em todas as posições, podem encarar os respectivos adversário sem grandes cautelas, crendo sempre que a sua mais-valia individual, acabará por esconder as suas (pouquíssimas fraquezas)colectivas.

Isto para dizer que a Espanha tem, efectivamente, melhores jogadores que Portugal, tal como o Brasil tinha(e tem), e nem por isso tal impediu a selecção portuguesa de dispor das principais oportunidades de golo naquele jogo da fase de grupos. A estratégia para o jogo com a Espanha terá, obrigatoriamente, de ser semelhante à do jogo com o Brasil, ainda que com outros executantes. Se a estratégia for jogar "o nosso futebol e a Espanha o seu", decerto, se repetirá a goleada de Novembro de 2008 com o Brasil (6-2)

Assim, Portugal deverá jogar em 4-4-2 losango, apostando numa estratégia de aproveitamento dos erros espanhóis. Para tal, os três sectores da equipa(defesa, meio campo e ataque), deverão ocupar, aproximadamente um terço do campo ( entre os 15metros antes da linha de meio campo e 15 metros depois dessa linha), evitando espaços entre linhas e desposicionamentos suicidas.

A defesa, com a dupla de aço Bruno Alves e Ricardo Carvalho , acompanhada dos laterais Miguel e Fábio Coentrão, deverá evitar posicionar-se muito próxima da grande área, evitando, desta forma, problemas de maior.

No meio campo tudo se decidirá. Alinhar com 4 jogadores neste sector permite esconder eventuais fraquezas dos defesas laterais, assim os médios interiores saibam fazer as devidas compensações. A Pedro Mendes caberá o papel de equilíbrio e transição defesa - meio campo, servindo-se para tal da sua excelente qualidade de passe e capacidade de concentração. À frente dele, deverão jogar Raúl Meireles e Tiago, que para além das devidas compensações se deverão acompanhar de pressionar constantemente Xavi e Iniesta, os dois jogadores mais importantes de Espanha. Evitar que eles construam jogo, eis o seu objectivo sem bola. Com bola, deverão, sempre que possível auxiliar Deco (passado o amuo despropositado). De Deco se espera que seja Deco. Se não estiver interessado em sê-lo, poderá Simão ocupar o seu lugar, ainda que com funções diferentes.

Na frente Liedson, com a missão, não só de concretização, mas, fundamentalmente de desgaste dos defesas espanhóis. Se assim acontecer, poderá Ronaldo, jogando estratégicamente na sua retaguarda, livre, aparecer para fazer jus à sua capacidade de finalização. Jogando embora como um vagabundo em campo, Ronaldo deverá, tendencialmente, recair sobre o lado direito do ataque, aproveitando as fragilidades defensivas de Capdevila. Acresce que, a indefinição posicional de Ronaldo, poderá provocar desposicionamentos na defensiva espanhola, sempre preocupada com as investidas do capitão português.

Três palavras resumem as estratégia para este jogo: Concentração, Rigor e Paciência. Tal estratégia criará, decerto, desgaste a ambas as equipas. Se tal acontecer não faltarão alternativas no banco português que mantenham a forma de jogar (Pepe, Miguel Veloso, Hugo Almeida), ou até a alterem (Danny, Simão).

Mais uma coisa que nas outras fases finais não temos feito: nas bolas paradas defender zonalmente, né Filipinho?!

Depois desta nota, fiquem certos, daqui a 10 anos estou a treinar a Académica!

"Filosofia de Jogo"
"Há vezes em que o jogador vai isolado e pensa... Não me apetece marcar mais!"

Civilização na Islândia II


Entrou hoje em vigor na Islândia a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A primeira-ministra Johanna Sigurdardottir e Jonina Leosdottir, mulher com quem vivia há vários anos, foram as primeiras a casar (1).

A partir de hoje, a Islândia é o nono país a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, juntando-se à lista actual onde orgulhosamente Portugal se situa (como se diz na velha linguagem da diplomacia e do direito internacional público) entre as "nações polidas e civilizadas":


Holanda (2001), Bélgica (2003), Espanha (2005), Canadá (2005), África do Sul (2006), Noruega (2008), Suécia (2009), Portugal (2010), Islândia (2010).

27 de junho de 2010

Queremos preconceitos novos!




Aliás foram os imigrantes que criaram a crise and so on...

Notas sobre o Mundial de 2010 (3)



"O futebol é um jogo de 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha", Lineker, antigo internacional inglês - Mundial de 1990 em Itália.

Muitos se interrogam acerca das constantes desilusões desportivas da Inglaterra nas fases finais das grandes competições de Futebol. A verdade é que, ter Lampard, Gerrard ou Rooney, vale de muito pouco quando se tem como guarda-redes David James, do lado direito da defesa Glen Johnson, ou não se encontra um médio defensivo capaz de equilibrar a equipa...

Comparável só o caso daquele país que forma jogadores como Figo, Ronaldo, Nani, Simão, Quaresma, Danny, Varela, mas depois vive suspirando por um ponta de lança de idêntica dimensão, por um defesa esquerdo de raiz e ao mesmo tempo eficaz, etc... Parece que neste ponto concreto, a nossa Senhora do Caravaggio não deu grande ajuda, hein "Filipinho?"

"Filosofia de Jogo"

"A que posição jogas? A capitão!"

Domingo é Música: José Mário Branco

26 de junho de 2010

Notas sobre o Mundial de 2010 (2)




O que seria do Uruguai neste Mundial com Cristian Rodriguez e Luis Aguiar?

Há 5 anos perdemos Eugénio de Andrade

Agora
Onde te despes
É Verão:
Tudo colhe
e afaga
O que teu corpo tem
de concha
Molhada

Notas sobre o Mundial de 2010 (1)

No dia em que têm início os jogos dos Oitavos de Final do Campeonato do Mundo de Futebol de 2010, prometo fazer jus aos ensinamentos que me ficaram da prática daquele desporto durante 10 anos, só interrompidos pela minha vontade em prosseguir os meus estudos académicos (sabe-se lá se não estaria agora a disputar este Mundial... como jogador naturalizado da Coreia do Norte!). Terão, por isso, os prezados acompanhantes deste blogue uma "espécie de crónica diária Luís Freitas Lobiana".

Como diriam os melhores prémios nobeis da Literatura, comecemos pelo princípio.

Pela primeira vez na História dos Mundiais de Futebol, de entre as 16 equipas apuradas para os Oitavos de Final, apenas 6 são europeias (Portugal, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Holanda e Eslováquia), com a particularidade de todas elas se defrontarem nesta fase da competição. Ora, por maioria de razão, apenas 3(minoria)estarão nos Quartos de Final (outro factor histórico).

Pelo contrário, as equipas do continente Americano constituem a maioria (e, por isso, a grande novidade) dos Oitavos de Final. Pela primeira vez na História dos Mundiais, temos 5 equipas Sul-Americanas nesta fase da competição, a saber : Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile. Uma vez que apenas Brasil e Chile se encontraram nesta fase, pode dar-se o caso de termos 4 equipas do Sul da América nos Quartos de Final (outro dado único na história).
Acresce que, também as equipas da América Central e do Norte lograram representação nesta fase da competição, EUA e México.
Como facilmente se perceberá, tal evolução competitiva deve-se, sobretudo, ao facto de a grande maioria dos jogadores daquelas equipas (com a excepção das equipas da América do Norte e Central) disputarem os campeonatos de clubes mais competitivos, os europeus. Face a estes dados, impõe-se, sem dúvida, o aumento de equipas Americanas nas fases finais dos Mundiais de Futebol, em desfavor do contingente Europeu.

Outro dado relevante é a presença nos Oitavos de Final do Mundial de Futebol de duas equipas da zona de qualificação Ásia-Oceânia, Japão e Coreia do Sul, facto apenas verificável em 2002, quando a competição fora realizada precisamente nesses dois países. Não fossem as participações desastrosas da Coreia do Norte e as relativas desilusões da Austrália e Nova Zelândia, e talvez não fosse abusivo exigir pretensão semelhante à das equipas do continente Americano.

Uma palavra para as equipas da "casa", as do continente Africano. Começam a surgir talentos de nível Mundial em África, como Drogba ou Eto`o, mas a fraca evolução colectiva das múltiplas selecções não tem permitido o alcance de outros resultados. Só isso explica que, de entre os 16 finalistas, apenas o Gana tenha conseguido a qualificação. Com excepção talvez da Costa do Marfim, eliminada por estar inserida no grupo mais forte do Mundial, todas as restantes selecções africanas evidenciam uma clara falta de experiência neste tipo de competições (de que são exemplos as expulsões claramente evitáveis- Nigéria), não obstante a valia dos seus talentos individuais. Talvez seja por isso que, uma selecção como a do Gana, sem grandes talentos individuais (na ausência de Essien), tenha conseguido, por força da sua mais-valia colectiva,obter a qualificação.

"Filosofia de Jogo"

"Na segunda parte vamos inverter o losango do meio campo!"

No fim do jogo, mais violência

de contraaviolenciapolicial.blogspot.com
Mais um "arrastão" na ressaca da resposta que o senhor ministro da ademenisteração interna deu à deputada Helena Pinto.

Vamos ao caso. Acaba o jogo entre Portugal e o Brasil e os adeptos no Parque das Nações são surpreendidos por uma confusão que começa, alega o intendente Azevedo Ramos, da PSP, quando alguns adeptos que assistiam ao jogo no Parque das Nações e "praticaram actos de vandalismo" em alguns automóveis ali estacionados. Ora, não há nem queixas nem imagens de carros vandalizados. Não há imagens de confusão nenhuma, a não ser de polícias a apontarem armas a pessoas que se afastam, assustadas.
A polícia mandou fechar e evacuar os bares da área (falta saber o prejuízo) sem conseguir comprovar nenhuma ameaça substancial.

A impunidade sobre o abuso de violência da PSP está a dar nestes aparatos de balas de borracha e de confusão sem razão.
Os jornalistas perguntaram - e nós continuamos a esperar pela resposta - o que aconteceu no Parque das Nações? Onde estão os vândalos? Se existiram, como não foram detidos no meio de tantos agentes?


Há questões que não podem esperar eternamente pelas respostas. As forças policiais têm de ter ordens claras que definam a sua forma e o seu campo de acção.

As acusações de xenofobia por parte das/os adeptas/os que estavam no recinto montado para ver o jogo são a resposta natural de pessoas violentadas sem razão.

Vejam aqui os vídeos da SIC.

O Presidente de todos os ressentidos


Por Ricardo Araújo Pereira ( roubado ao spectrum )
Para Eduardo Lourenço, a obra de Saramago é um diálogo extraordinário com a Bíblia. Harold Bloom dizia que Saramago era o mais talentoso romancista vivo. E Cavaco Silva afirmou uma vez que os livros de Saramago lhe desagradavam porque tinham demasiadas vírgulas. Enfim, cada crítico literário com a sua mania. A mim, que não percebo nada de literatura, pareceu-me que as explicações com que o Presidente da República justificou a sua ausência do funeral de Saramago tinham demasiadas reticências.
Bem sei que Cavaco decretou que a polémica em torno do facto de não ter comparecido no enterro de Saramago era estéril. Mas, por azar, as polémicas estéreis são as que mais me costumam interessar. Para polémicas fecundas sempre revelei menos capacidades.
Primeiro, e na qualidade de cidadão especialista em evasivas, devo lembrar que as melhores desculpas são singulares. Ora, Cavaco apresentou três. Por um lado, disse que não conhecia Saramago. Por outro, disse que não era amigo dele. Finalmente, alegou que prometera aos netos mostrar-lhes as belezas dos Açores durante quatro dias. Só faltou dizer que não iria ao funeral de Saramago por desconfiar que Saramago também não irá ao dele. São demasiadas desculpas e, como é próprio das desculpas múltiplas, são pobres. A circunstância de não ter uma relação próxima com os homenageados nunca impediu o Presidente da República de estar presente em cerimónias de Estado. Por exemplo, Cavaco comparece sempre nas cerimónias comemorativas do 25 de Abril, embora mal conheça a data e não seja propriamente amigo dela. Talvez seja melhor retificar a regulamentação do luto nacional. O País fará luto por ocasião da morte de uma personalidade de excecional relevância, a menos que o Presidente da República se encontre a contemplar as Furnas.
No entanto, também o facto de estar de férias não tem impedido o Presidente de intervir em matérias de Estado. Ainda fresca na nossa memória está a importante comunicação ao País sobre o estatuto político-administrativo dos Açores, por causa do qual Cavaco Silva interrompeu o merecido descanso, há cerca de um ano e meio. Creio que, se o estatuto político-administrativo dos Açores tivesse falecido, Cavaco teria pedido desculpa aos netos e ter-se-ia dirigido ao Alto de São João para lhe prestar a última homenagem. Tendo morrido só um homem, não houve necessidade de perturbar o turismo. Na verdade, foi apenas isso que aconteceu. Não morreu um santo nem um demónio. Morreu um homem. Logo por coincidência, dos três é o meu preferido.

The Take: Occupy, Resist, Produce!



In suburban Buenos Aires, thirty unemployed auto-parts workers walk into their idle factory, roll out sleeping mats, and refuse to leave. All they want is to re-start the silent machines. 


With The Take, director Avi Lewis, one of Canada's most outspoken journalists, and writer Naomi Klein, author of the international bestseller No Logo, champion a radical economic manifesto for the 21st century.


But what shines through in the film is the simple drama of workers' lives and their struggle: the demand for dignity and the searing injustice of dignity denied.


http://thetake.org/

25 de junho de 2010

GALP: o petróleo ítalo luso tropical

A GALP é criada em 1978 (o mesmo ano em que a refinaria de Sines começa a laborar) como marca ligada à PETROGAL, que por sua vez é o resultado da fusão da SACOR, CIDLA, SONAP e PETROSUL (esta última com participação do grupo Mello), todas sociedades petrolíferas nacionalizadas em 1975.

Em 1989, o Governo de Cavaco Silva transforma a PETROGAL em Sociedade Anónima, mas o capital permanece sob controlo estatal. Em 1992, Cavaco Silva privatiza 25% da PETROGAL em favor da holding PETROCONTROL, que tinha como accionistas o Grupo Espírito Santo, Banco Totta, os Mello, Amorim e Parfil, Patrick Monteiro de Barros, a Fundação Oriente e Manuel Boullosa. Com mais mudanças pelo caminho, António Guterres e Pina Moura, já em 1999, ditam a constituição do Grupo GALP ENERGIA, - detentor da Petrogal e da GDP (Gás de Portugal) e avançam, no mesmo ano, com a privatização do grupo. Aos 60% que ficam em posse do Estado Português contrapõem-se 2,75% da CGD, 3,27% da EDP, pequenas participações da PORTGÁS e SETGÁS e 33,4 % da PETROCONTROL.

Em 2000, com a segunda fase da privatização, dos 15% que o Estado aliena, 4% vão para a IBERDROLA (da qual Pina Moura é agora administrador) e 11% para os italianos da ENI, que somam ainda mais 22,34% vendidos pela PETROCONTROL (com o consentimento do Governo) que realiza uma mais-valia de 525 milhões de euros com a operação se juntarmos os outros 11% que vendem à EDP.

Com a terceira fase de privatização, já com o Governo Durão em 2003, 18,3% vão parar à REN, dos quais 13,5% foram adquiridos à CGD e os restantes 4,8% ao Estado. O mesmo Durão presta o favor de retirar os tectos ao preço dos combustíveis E eis que, em 2005, surge Américo Amorim que compra 14,2% à EDP e em 2006 vê a sua posição chegar aos 33,34% com a entrada da empresa em Bolsa, onde o Estado vende 23% do capital a um valor de mil e setecentos milhões de Euros. Em 2009 essa participação já valia mais mil milhões de euros e os dividendos de Amorim já lhe permitiam pagar um quinto do valor da aquisição.

Mas Amorim não está sozinho, a Sonangol e Isabel do Santos, filha do Presidente Angolano, detêm 45% da Amorim Energia. Em conluio com a ENI e a CGD firmam um Acordo Parasocial onde se comprometem a não vender as suas participações até 2011. Ora, a ENI já veio acenar com a possível venda da sua parte no final do ano, o que originou de pronto muita salivação financeira. Isabel dos Santos já ameaçou com a saída da Amorim Energia de forma a ter participação directa na GALP e do outro lado do oceano apareceu a gigante brasileira PETROBRAS que, apoiada na CGD, quer 25% do bolo. Dilma Roussef, candidata do PT às eleições presidenciais brasileiras de Outubro, esteve em Portugal na semana passada onde discutiu o assunto com José Sócrates e...Américo Amorim.

Qual a resposta de Sócrates? Mais privatização claro. A privatização de 7 dos 8% que ainda pertencem ao Estado já está agendada. A entrega de uma rede monopolista que ocupa papel central na economia, que pertencia a todos e cujos lucros revertiam para o Estado, resultando na perda do controle de definição dos preços e dos investimentos para grandes grupos privados foi e será sempre a política do centrão. PS e PSD são os alcoviteiros nesta história de amor onde os coitos aquisitivos não faltam e onde as cenas do próximo capítulo só perspectivam emoção e tragédia.




Vamos?

24 de junho de 2010

Em que Mundo vive Passos Coelho?



Algumas pessoas devem pensar que eu tenho um preconceito ideológico muito forte contra Passos Coelho que leva a escrever quase sempre para ao blogue sobre ele. É verdade, tenho e com imenso orgulho de o ter. Passos Coelho, além de ser um liberal demagogo, o político do marketing e da imagem que a única coisa que tem para oferecer é uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, está-se também a formar como o político que, a seguir a Socrates, mais atrasos civilizacionais pode vir a impor ao país.

A primeira coisa que teve para oferecer ao debate das ideias num tempo de crise financeira, económica, social, de tanta e tanta miséria foi a revisão constitucional. A seguir sucederam-se-lhe algumas pseudo reformas que nem se quer soube concretizar teoricamente (outras que são um perfeito absurdo como a regra de 5 por 1 na função pública). Seguidamente alia-se ao Governo Sócrates e impõe o PEC 1, o PEC 2 e o PEC 3. Posteriormente quis mexer na legislação laboram e penalizar milhares de trabalhadores precários, condenando-os a mais instabilidade e à perda de ainda mais direitos. E agora joga mais um trunfo:

Quer acabar com a garantia constitucional de que a Educação e a Saúde sejam tendencialmente gratuitas e suportadas pelo Estado.

Podemos discordar do papel estratégico do Estado em todas as áreas, agora no garante de condições de Saúde de um sistema de educação público que responda às pessoas pode-se por em causa o papel do Estado?

Isto não só roça a irresponsabilidade como é uma atitude de absoluto desrespeito porque quem neste país não tem condições para encher os bolsos dos donos de hospitais privados e de colégios.

Em que Mundo é que este homem vive?????

23 de junho de 2010

Direito está a reagir!

Há muito o hábito do estudante de Coimbra de se vangloriar dizendo que “em Coimbra é que é, em Coimbra é que há contestação, inconformismo, intervenção.” Quem, como eu, por cá ande há algum tempo percebe que, do que se trata realmente, é de um mito. E dessa mistificação continua ainda a cidade a colher frutos, recebendo, todos os anos, estudantes de todos os pontos do país, quiçá iludidos (outras vez, como eu) com os ensinamentos da “Geração de 70 do séc. XIX”.

Isto a propósito do súbito e inesperado despertar (convém na abusar com a terminologia!) de alguns núcleos/associações de estudantes historicamente ligados ao establishment associativo, de que é paradigma, o curso de Direito.

Com o bafo pressionante dos “advogados já estabelecidos”, a Ordem dos Advogados decidiu este ano, como forma conjuntural de diminuir os seus efectivos, impor um exame de admissão como pré-requisito de acesso à profissão de advogado. Assim, para além da licenciatura em Direito, os candidatos teriam ainda de lograr a aprovação naquele exame para almejarem, enfim, o exercício daquela profissão. “O exame parece todo construído não para avaliar as competências dos estudantes, mas para barrar a entrada na profissão” defendem os representantes dos estudantes. Por outro lado, consideram aquele exame ilegal, uma vez que “o artigo 187º do Estatuto da OA dispõe clara e inequivocamente que todos os licenciados podem aceder à Ordem”. Por fim, tendo chumbado 90% dos candidatos, os estudantes queixam-se “da inexistência de critérios de correcção…” (onde é que eu já vi isto?!).

Em bom português, com o exame (pré-requisito) de admissão à Ordem dos Advogados chegou-lhes a pimenta ao nariz e decidiram levantar os rabos dos gabinetes e tentar reagir (palavra escolhida a dedo!).

O Bastonário, um misto de labirinto e barco à deriva, retorque que este exame para além do efeito de racionalização do acesso à Ordem, coloca a nu as fragilidades do ensino de Bolonha que considera uma “fraude” e classifica os finalistas de "bacharéis baptizados de licenciados". Culpabiliza igualmente o sub-financiamento estatal do Ensino Superior e a sua consequente degradação. Por sua vez, Menezes Leitão refere que “é evidente que quatro anos de licenciatura não chegam, com ou sem exame”.

É evidente que o Bastonário instrumentaliza em seu favor as críticas ao Processo de Bolonha e ao sub-financiamento estatal. A sua grande preocupação é a de “reduzir o número de licenciados que chegam ao mercado de trabalho todos os anos”. Mas as suas objecções oportunistas, não deixam de ter muita da verdade desta história.

Quem tenha conhecido o modelo pré-Bolonha admitirá, sem delongas, a sua superioridade do ponto de vista científico. Quem tenha acompanhado (e sido vítima) da transição para o Processo de Bolonha, em especial no curso de Direito, se opção tivesse, escolheria, decerto, o modelo antigo.
Na verdade, por todo o país as faculdades de Direito foram as que mais dificuldades encontraram para se adaptar à “catástrofe Bolonha”. A avaliação contínua para todos foi sempre uma miragem, dado o número massivo de estudantes e a falta de condições logísticas. Depois, os estudantes não só viram as suas oportunidades de obter avaliação positiva nas múltiplas cadeiras reduzidas (fim da época de Setembro), como foram obrigados, sem avaliação contínua a realizar exames de quatro em quatro dias. A qualidade pedagógica, essa utopia imemorial, manteve-se igual a si própria… E mais não digo. Com o aumento das dificuldades em obter aproveitamento escolar, os bolseiros viram a sua vida pauperizar-se como nunca.

E onde estava esta “elitezinha” de representantes associativos de Direito?!

Mas a saga de Bolonha vai muito para além da degradação do ensino nas faculdades de Direito. Não só viram a qualidade do ensino piorar, como tiveram os estudantes de pagar mais por um serviço que se deteriorou. A divisão por ciclos de estudo, e as sub-divisões entre ciclos (mestrados de elite e mestrados dos “descamizados”), há muito faziam crer que todos os anos sairíam estudantes formados em Direito, de nível inferior aos seu antecessores.

Eu sou daqueles que não esquecem. Ao mesmo tempo que lia, há já dois anos, uma notícia sobre a ocupação de faculdades em Barcelona em protesto contra a implementação do Processo de Bolonha, a Associação Académica de Coimbra, encabeçada por variadíssimos estudantes de Direito, marcava para o mesmo dia uma guerra… de almofadas na Praça da República! Lembro-me também do então candidato à AAC, Jorge Serrote, ter dito ao Jornal Universitário A Cabra que “ não valia a pena discutir a implementação ou não do Processo de Bolonha porque este já era uma realidade.” É caso para cantar com Tony Carreira: “Ai destino, ai destino!”. É precisamente a sua geração, a primeira a arcar com as consequências nefastas do Processo de Bolonha (a falta de qualidade, etc) e os resquícios de aproblamiticidade com que, academias como a que ele liderou, granjearam a implementação de Bolonha!

Pois é, caros “colegas” do meu curso… Da próxima vez façam um esforço para ver mais do que os vossos olhos vos mostram! Levantem-se contra a injustiça e não só contra as injustiças de que são vítimas. Têm (temos) toda a razão contra a Ordem dos Advogados, mas o que merecemos mesmo é que quem está de fora ignore as nossas justas reivindicações, tal como fizemos, de uma maneira geral, com eles. É só para ver se aprendemos alguma coisa.
Perdoem-me se fui incendiário, sim?

Mais um crime de abuso policial, desta vez na Amadora

Às 4:55 horas da madrugada de domingo 14 de Junho, no Parque Central da Amadora, um grupo de jovens, entre os quais Jakilson Pereira, 26 anos, licenciado em Educação Social, desempregado e candidato a bolsa de investigação, dirigiam-se para a Mina, Amadora.

Jakilson, que também é rapper e é mais conhecido como Hezbollah, agachou-se para apertar os atacadores dos ténis. De repente sentiu um automóvel aproximar-se dele. Levantou a cabeça e viu um homem com uma arma apontada na sua direcção que gritou “Caralho!” Assustado, Hezbollah correu na direcção do seu amigo Flávio Almada, 27 anos, estudante finalista do curso de Tradução da Universidade Lusófona, também rapper e mais conhecido como LBC, mediador sociocultural na Escola Intercultural das Profissões e do Desporto da Reboleira e formador musical de jovens inseridos no Projecto Escolhas do Moinho da Juventude e da Comissão de Moradores da Cova da Moura. LBC disse ao agressor: “Ele está desarmado!”, referindo-se ao seu amigo Hezbollah. Nesse momento, o homem disparou um tiro na direcção de Hezbollah. O homem estava fardado, era da PSP e tinha sido transportado para o local por um automóvel da PSP.

Hezbollah continuou a fugir e foi esconder-se por trás de um automóvel junto à Estação dos Correios, observando a progressão do agente da PSP que o procura de arma na mão. O agente detecta-o e corre na sua direcção. Sai outro agente do automóvel e ambos cercam Hezbollah. Agarrando-o sob ameaça da arma, começaram a pontapeá-lo. Chega um automóvel Volkswagen Golf preto, com dois polícias à paisana. Enquanto um dos agentes fardados algema Hezbollah, obrigando-o a deitar-se de barriga no chão, o outro polícia fardado volta a dar-lhe pontapés. Um dos agentes à paisana exclama: “Deixa o rapaz!”

Entretanto LBC tinha-se aproximado para tentar socorrer o amigo. Os polícias fardados agarram-no, deitam-no ao chão e algemam-no, pontapeiam-no e depois metem-lhe um pé sobre a cabeça e tiram-lhe a carteira e o telemóvel.

Levam-nos – cada um dos detidos no seu automóvel – para a Esquadra da Mina, na Avenida Movimento das Forças Armadas 14. Aí aparece o agente Monteiro e pergunta a Hezbollah, agarrado pelos braços por dois outros agentes para o manterem sentado numa cadeira: “Estás preparado?” e começa a dar-lhe socos e joelhadas na barriga. Hezbollah vomitou em consequência dos dois primeiros socos. LBC também é sovado. Um dos agentes comenta a certa altura: “Aqui estão os dois gajos. Qual de vocês é que tem um caso com a polícia?” Hezzbollah foi absolvido há cerca de um mês da acusação de ter partido dois dedos a um polícia, quando na realidade o que aconteceu foi que, ao voltar para casa à noite, foi cercado por vários polícias, que o deixaram inanimado, sem sapatos e sem casaco, num terreno vago, depois de barbaramente espancado, a ponto de lhe partirem a cana do nariz.

Metem-nos de novo no automóvel e levam-nos para a Esquadra do Casal da Boba, na Amadora. Depois de os encostarem a uma parede, o agente Nunes dessa esquadra dá um forte pontapé no estômago de Hezbollah, enquanto outros agentes o seguram e batem para o impedir de se encolher a proteger-se da agressão. Um dos polícias comenta: “Qualquer dia vão encontrar o teu corpo morto na mata de Monsanto”. Tiram fotografias aos dois detidos. LBC é colocado ao lado de Hezbollah e um dos polícias acusa LBC de ter em seu poder um telemóvel roubado. Ele nega e é-lhe devolvido o telemóvel, que lhe tinha sido confiscado e levado para outra sala, depois de verem as mensagens e chamadas.

Foram levados de novo para a Esquadra da Mina. Lá chegados, os detidos repararam na presença do rapaz e da rapariga com quem Hezbollah e LBC tinham trocado palavras que provocaram uma cena de socos entre Hezbollah e o rapaz, na Estação da Amadora.

Repete-se a cena de Hezbollah, ainda algemado, ser agarrado pelos ombros e braços e agredidos a soco no estômago pelo agente Monteiro. LBC interpela-os dizendo “Porque é que estão a fazer isso?” e foi imediatamente agredido a pontapé pelos dois agentes que o enquadravam.

O agente diz-lhe que vai ter de limpar o vomitado com a boca. Hezbollah recusa-se e o agente Monteiro e o agente Ferreira – que tinha tirado o crachá – Insistem: “Vais limpar, vais limpar” e, segurando-o, lançaram-no por cima do vómito e arrastaram-no para trás e para a frente, como se fosse uma esfregona, até o vómito ensopar por completo as calças, o casaco. Num canto ainda ficou um resto de vómito. O agente Monteiro pega no boné de Hezbollah e lança-o sobre esse canto e, colocando-lhe o pé em cima, esfrega-o sobre o vomitado. O agente Monteiro deixou de lhe dar socos mas passou a dar-lhe pontapés, chamando-lhe “porco”.

Os detidos ficaram ali até às onze horas e tal da manhã, altura em que lhes passaram um papel para comparecerem no Tribunal de Alfragide às 10h do dia 14 de Junho e os deixaram sair da esquadra, depois de, pela primeira vez, os desalgemarem. O documento refere-os como arguidos e acusa-os de “agressão à integridade física”, sem referir a quem.

LBC e Hezbollah passaram todo o dia de domingo nas suas respectivas casas (Reboleira e Amadora respectivamente).

Na 2ª feira apresentaram-se ao tribunal, onde encontraram os agentes Monteiro e o outro torturador, o agente Ferreira, ambos à civil. Também estavam presentes o rapaz e a rapariga com quem Hezbollah tinha trocado palavras e socos na Estação da Amadora. Os polícias deram-lhes dois chocolates Twitters. Perante isto, LBC e Hezbollah disseram no seu depoimento que um amigo deles que estava presente naquele episódio e tentara acalmar os ânimos devia ser chamado para o seu testemunho ser confrontado com o deles. A funcionária do tribunal perguntou a Hezbollah se queria um advogado oficioso e ele recusou,. A funcionária tomou nota de toda a ocorrência, e deu a ler o depoimento aos detidos, que assinaram.

O caso vai ser investigado. A funcionária recomendou a Hezbollah que não lavasse as roupas sujas com vómito.

Neste momento Hezbollah e LBC não têm advogado que os defenda e sabem que, se nada for feito para dar publicidade a esta situação, continuarão a ser alvo da brutalidade policial. Foi o que aconteceu com Tony da Bela Vista, Teti, torturado até morrer de hemorragia interna, Angoi, morto com dois tiros nas costas, PTB abatido dentro do carro, Snake, assassinado com um tiro nas costas quando conduzia o seu automóvel, Corvo, abatido com um tiro na cabeça, Kuku, morto aos 14 anos com um tiro a 12 cm da cabeça, Célé, morto com 62 balas, etc”.

Ana Barradas

Em que mês Abril é mais competitivo?



O Partido Socialista aprovou na semana passada uma iniciativa para acabar com alguns feriados e transferir outros para junto do fim-de-semana. De acordo com os deputados socialistas, o problema da economia portuguesa está na falta de produtividade e o problema do fraco desempenho produtivo na preguiça do povo, que trabalha pouco e ganha demais.
Quanto ao pouco que se trabalha, arrumemos o assunto de vez:

Número médio de horas de trabalho anual por trabalhador (2008) – OCDE


O PS parece ter descoberto, no 25 de Abril e no 1º de Maio, a razão do nosso pobre desempenho económico, e não vale a pena procurar destinos “cá dentro”, porque o mais provável é não haver sequer subsídio de férias.
Subitamente, as conquistas de Abril e de Maio são contrárias à produtividade, à competitividade e ao crescimento. Por isso, cortam-se salários e prestações sociais, aumentam-se impostos e facilitam-se despedimentos. A estratégia é diminuir os custos do trabalho de forma a aumentar a competitividade nas exportações e a garantir que a consolidação orçamental se faz apenas pelo lado dos salários, sem tocar nos mercados financeiros, nos lucros das empresas ou nas grandes fortunas.
Contudo, ser competitivo não significa necessariamente ser produtivo e muito menos é sinónimo de desenvolvimento económico e de qualidade de vida.

O resto do artigo está no site do esquerda.net e pode ser lido aqui

7

Fosse Portugal uma República Socialista e já o Tiago estaria a receber a medalha de Lenine.
Para os Navegadores aqui fica uma sugestão musical mais a preceito:

21 de junho de 2010

A urgência da unidade

Público - Nova estrutura de cúpula dos patrões portugueses será hoje formalizada

A Associação Empresarial de Portugal (AEP), a Associação Industrial Portuguesa (AIP) e a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) preparam-se para uma fusão institucional, cujos pormenores vão ser anunciados hoje, informou fonte ligada àquelas organizações.

A crise da Laura: Ministério da Educação promove trabalho a €200 por mês









Ontem à tarde, alguém me chamou a atenção para o enunciado do exame de matemática do nono ano. O exame fala de um arraial, de uma série de pessoas que nele trabalharão e da respectiva remuneração.

Diz ainda o enunciado que “a Laura [que] também vai trabalhar no arraial” irá receber €1,5 por cada hora de trabalho. Façamos as contas: se a Laura trabalhar oito horas por dia receberá €12. Significa que, se o Arraial durasse um mês (aplicando a medida padrão de 22 dias de trabalho), a Laura receberia €264 por mês. Como, provavelmente, a Laura trabalhará a recibos verdes (e aplicando uma taxa de 24,5%), no final do mês da Laura ficará com €199,05.

Significa que a Laura precisaria de trabalhar cerca de três anos (sem um único dia de férias!) para conseguir receber o que um trabalhador com o salário mínimo recebe durante um ano. Felizmente, a Laura receberá “€3 para o bilhete de autocarro, de ida e volta”.

cantor maldito

Doido doido, fico doido com o Cantor Maldito! A crítica é deliciosa; os lugares foram poucos, não fui a tempo de ter entrada na Carta Branca do CCB este ano e a música é de génio.
Nascido em viagem, no meio do mar, Fausto Bordalo Dias, veio e não vai embora. Ouçam e reproduzam Fausto.

Prémio " E o Cigano sou EU?!?!?!? "



"Diogo Feio, do CDS-PP, diz que as autoridades portuguesas devem tomar uma posição sobre o e-mail da polícia do Luxemburgo que se refere aos portugueses de forma negativa."

Pois... Eu pergunto o que é que as autoridades portuguesas devem tomar quando ouvem as tiradas xenófobas dos meninos do CDS/PP?

Já agora aceitam-se apostas: Quem é o burro que aparece na foto?
Uma pista: a crina não é postiça.

20 de junho de 2010

Hoje, Dia Mundial dos Refugiados


Portugal é um dos países que integra o Programa de Reinstalação (assinado em 2007), com o objectivo de acolher refugiados cuja protecção tenha sido comprometida no anterior país de asilo.

Contudo, segundo Teresa Tito de Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados, este programa de protecção internacional “não se tem desenrolado de forma célere que permita a chegada de mais pessoas”. Diz ainda: “estamos preocupados porque no ano passado chegaram 30 pessoas ao abrigo do Programa de Reinstalação dos Refugiados e este ano só chegaram três”.

Para a presidente do CPR, Portugal não recebe mais refugiados por causa da falta de representação diplomática nos países de trânsito, dificultando assim, a concessão de título de viagem, a articulação com o ACNUR e a identificação dos casos de reinstalação.

Estes processos não deveriam ser em maior número, e quem sabe, talvez mais simples?

Na televisão Coreana o Brasil perdeu com a Coreia do Norte...

19 de junho de 2010

Quem disse que o Vaticano nunca leu a obra de Saramago?
























Homenagem ou santificação póstuma?

Qualquer coisa que hoje se escreva sobre a morte de José Saramago trará, inevitavelmente, um vago sabor a edificação de um santo.
Aliás, durante o dia de ontem ouviram-se dezenas de lamentações à morte do escritor - da política, da cultura, passando pelo seleccionador português.
E até, imagine-se, Cavaco emergiu da sua mumificação semi-permanente, para "lamentar profundamente" a morte do escritor.

Saramago não foi, nem julgo que quisesse sê-lo, um escritor consensual. E essa coragem valeu-lhe a crítica mordaz dos sectores mais conservadores da sociedade. António Sousa Lara, com o apoio do então primeiro-ministro Cavaco (ontem tão combalido, coitado), vetou a candidatura do "Evangelho segundo Jesus Cristo" a um prémio europeu.

A ideia de tornar Saramago num símbolo da cultura nacional é exactamente o oposto de uma justa homenagem. Consensualizar Saramago é apagar parte da sua obra. E descansem os nacionalistas pacóvios, afectados pela febre do Mundial: afinal o corpo de Saramago vai ficar em Portugal.
Nós por cá preferimos prestar homenagem a um "comunista por necessidade hormonal", que "nunca precisou de deixar de ser quem é" para receber um Prémio Nobel.

18 de junho de 2010

1922-2010



Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.

Marchar, marchar!

Amanhã: toca a marchar!!

Manifesto da 11ª Marcha do Orgulho de Lisboa 2010

Todos os anos, ao longo do mês de Junho, muitas cidades do mundo organizam eventos que celebram o Orgulho LGBT, entre os quais uma marcha, chamada Marcha do Orgulho. Portugal teve a sua primeira Marcha do Orgulho LGBT em Lisboa no ano de 2000, decorrendo em 2010 a sua 11ª edição. Este ano, a sua comissão organizadora integrou 18 associações, sinal inequívoco do seu crescimento.

Os seus objectivos são vários:

- Assinalar o dia 28 de Junho de 1969, pois foi nessa data que, na cidade de Nova Iorque (EUA), no bar Stonewall Inn, homossexuais e transsexuais resistiram, pela primeira vez na História, às habituais rusgas policiais, à discriminação e à violência. A data de 28 de Junho é, por isso, fundamental para o movimento de defesa dos direitos das pessoas LGBT, sendo marcada por diversas Marchas e Prides a nível mundial desde então.

- Ocupar o espaço público com a diversidade de identidades de género e de orientações sexuais que nos caracteriza enquanto seres humanos porque, felizmente, somos todos/as muito diferentes entre nós e as identidades, as relações humanas e os afectos não obedecem a regras alheias, arbitrárias e injustas.

- Contrapor à vergonha que muitos/as querem impor às pessoas LGBT o Orgulho, pois só assim é possível resistir a séculos de opressão e discriminação e lutar por sociedades mais livres, mais iguais, em que a nossa diversidade seja respeitada e valorizada.

- Celebrar o recente direito adquirido de igualdade no acesso ao casamento civil, tudo o que já foi conseguido e continuar a mobilizar-nos para que mais seja possível alcançar, até chegarmos a uma cidadania plena. A mudança não acontece sozinha, por si, com o tempo. Os avanços legais, sociais e culturais que conseguimos deveram-se sobretudo à mobilização colectiva, à denúncia e à participação.

- Recordar que, no Portugal de 2010, há ainda muito caminho a percorrer na luta contra a discriminação com base na orientação sexual e na identidade de género. A lei perpetua a exclusão de casais de pessoas do mesmo sexo no que se refere à adopção e tarda em reconhecer formas de coparentalidade. Portugal nega às muitas crianças geradas e/ou criadas por gays e lésbicas o reconhecimento das suas famílias. Mulheres solteiras e mulheres lésbicas estão impedidas de aceder a técnicas de procriação medicamente assistida. Permanece ausente uma lei de identidade de género que proteja pessoas transgénero e transsexuais. Uma efectiva mudança social e cultural resta ainda por fazer.

- Promover e respeitar a diversidade sexual como valor humano porque boatos, anedotas, mexericos e controlo social continuam a contrariar o direito à felicidade de todas/os. A violência psicológica e física exercida sobre pessoas LGBT é uma realidade, como o demonstram os casos de bullying nas escolas ou os ataques e assaltos em vários pontos do país.

- Denunciar o facto de, pelo mundo fora, existirem sete países em que a homossexualidade é punida com pena capital e que em 93 outros qualquer pessoa pode ser julgada e punida com multa ou prisão por ser lésbica, gay, bissexual ou transgénero.


Saímos à Rua porque muitos/as de nós, amigos/as, colegas, familiares, pessoas ao nosso lado, vivem a discriminação todos os dias, mesmo que num silêncio imposto pelo medo, pela solidão ou pela vergonha. Por isso, importa denunciar, olhar nos olhos, ocupar o espaço. Fazemos da nossa cidadania uma bandeira contra a homofobia, a lesbofobia, a bifobia e a transfobia.

Por nós, por todas/os!

Legislativas 2009 e Presidenciais 1976: Um estudo comparativo (ou talvez não!)



A minha professora de estatística pede, no trabalho final, para realizarmos uma análise geral tomando como objecto duas eleições eleitorais à nossa escolha. Pois bem, estão escolhidas.

(A publicação das análises em si dependerão das variáveis A: minha pachorra para o estudo e B: bonitos dias de sol e Mundia na Tv.)

Para a mesa de João Galamba sff.



"E acho que estas eleições, pela primeira vez em muito tempo, ao contrário do que toda a gente diz, são um combate ideológico como há muito tempo não existia, e toda a gente que dizia que a ideologia está morta, 'tá enganada, porque a 27 de Setembro vamos de facto escolher entre duas visões de mundo e projectos políticos radicalmente diferentes. E gostava que as pessoas à esquerda percebessem isso de uma vez por todas, que a divisão entre esquerda e direita, não está à esquerda do PS. Está entre o PS e o PSD".

Belas palavras estas sem dúvida. A discussão do Orçamento de Estado, do PEC I, do PEC II e do PEC III, teriam sido alturas de profunda discussão e crispação política entre o Partido Socialista e o Partido Social Democrata, se não existisse uma simbiose, entre Sócrates e Passos, em torno do Tango.

Na verdade João Galamba teve azar, teve mesmo muito azar, se não fosse aquela melodia argentina apaixonante do Bloco Central, teríamos tido, em tempos de crise, duas visões políticas sobre o Estado, Sociedade e Economia diametralmente opostas. Há dias assim, lá teve, e tem que levar, com a música e com o coro cantante e afinado na AR por parte do PS e do PSD.

No entretanto, João Galamba volta-nos com uma nova certeza, o PS não tocará no décimo terceiro mês. Tal como não iria mexer nos impostos, no IVA, nas prestações sociais e muito menos privatizar mais empresas para além da ANA.

É que só Galamba é que deve ter ficado convencido disso, porque o PS, passou o debate todo a fugir à questão e a contorná-la. De qualquer das formas, o povo português, poderá contar com uma efusiva oposição pública e política de JG a este aumento, caso ele surja. Ou não foi assim até agora?

Em suma, ou Galamba se rendeu à morte das ideologias e à governance, ou está-se se a preparar, com toda a força, para os próximos Jogos Olímpicos na modalidade de engolir sapos.

Há sempre alguém que resiste, há sempre alguem que diz não

Defensor Moura

Deputado socialista e ex-presidente da Câmara de Viana do Castelo afirma ter recebido vários apoios dentro do grupo parlamentar do PS e que pondera avançar com uma candidatura alternativa a Manuel Alegre.

17 de junho de 2010

Contra as vitórias da Burguesia... andar em contra-mão

T.H. Marshall descreveu o Estado-providência como ‘o ponto mais alto de um longo processo de evolução de direitos de cidadania’. Marshall e outros teóricos do Pós Guerra [e igualmente milhões de cidadãs e cidadãos] ‘esperavam que os sistemas de protecção social se expandissem de forma progressiva e fossem capazes de aperfeiçoar indefinidamente, até garantirem a todos os direitos sociais’ (Giddens 1998, p.20). Na frustração desta expectativa podemos ver o fracasso do reformismo social-democrata.

(...) Eis as duas vitórias possíveis nesse querer ‘a burguesia sem o proletariado’:

É claro que do ponto de vista material a burguesia e o proletariado persistem, mas a vitória burguesa foi simultaneamente material e ideológica. A primeira vitória decorre directamente da trégua do Estado-providência. Afinal, como diz o próprio Giddens: ‘[o]s direitos de cidadania e os programas de protecção social derivam em grande parte da necessidade que os estados tinham de manter o apoio das populações, um fenómeno que continuou durante o período da Guerra Fria’ (1998, p.68). No mundo Pós Bipolar, nascido da queda do Muro de Berlim e do Colapso da União Soviética 1989/90, o Estado burguês pode finalmente abandonar as funções de Estado-providência.

A trégua do Estado-providêcia garantiu a paz social, apoiado nas expectativas já referidas. E essa trégua deu tempo ao desenvolvimento tecnológico que viria a permitir a Globalização Económica e a Nova Economia. A desindustrialização reduziu o operariado em número. E a precarização das relações laborais reduziu o poder do operariado e das trabalhadoras e trabalhadores em geral. A burguesia atacou o proletariado e pôs fim à trégua do Estado-providência, logo que pode. Esta foi a vitória material da burguesia: redução da capacidade material do proletariado.

A segunda vitória é ideológica. A queda do socialismo real abalou, de um só golpe, o socialismo, o comunismo e o conservadorismo. O conservadorismo era, há muito, um mero reflexo negativo do socialismo real (o anti-comunismo era a sua característica principal). O fim do Mundo Bipolar abre assim caminho à hegemonia neoliberal. No contexto da hegemonia neoliberal, a vitória ideológica da burguesia consiste, neste aspecto, em fazer crer que chegámos a esses fantasioso estádio em que existe ‘a burguesia sem o proletariado’. Simples mudanças de nome (que, simplificando, no plural se dizem: passagem do estatuto ‘trabalhadoras e trabalhadores’ para ‘colaboradoras e colaboradores’) e outras operações ao nível do discurso fizeram o proletariado regressar ao tempo da ficção civilista do século XIX: a igualdade formal perante a lei esconde a desigualdade real/económica.

(...)

No contexto da ‘queda do muro de Berlim do Capitalismo’, a batalha no campo ideológico impõe-se. É urgente desmascarar o falhanço da(s) Terceira(s) Via(s) e por a nu as verdadeiras razões da crise. E a essa urgência responde-se, na prática, a partir das trincheiras do Estado Social e em aliança com todos quantos o querem defender: o que inclui muitos sociais-democratas que em Portugal e por toda a Europa entram em cisão com o social-liberalismo. Afinal, como alguém disse sobre a ‘Posição dos comunistas com os diversos partidos oposicionistas’: os comunistas ‘Lutam para alcançar os fins e interesses imediatos da classe operária, mas no movimento presente representam simultaneamente o futuro do movimento’(Marx & Engels 1848).

Isto foi parte do que disse sobre A tercerira via (do sentido único)... E pistas para andar em contra-mão (pp. 13 - 14 e 19). E é o que me apetece dizer quando à ‘queda do muro de Berlim do Capitalismo’ se sucede uma forte ofensiva burguesa contra tudo o que restava da tradição social europeia do pós guerra.

o melhor rap de sempre

Até prova em contrário, foi uma corrente de ar que lhe partiu a mandíbula

Era o que faltava o Ministro dizer na sua resposta a Helena Pinto sobre violência policial. 

Helena Pinto questiona Ministro sobre violência policial


A deputada Helena Pinto questiona o Ministro da Administração Interna sobre os recentes episódios de violência policial ocorridos com a PSP. A deputada bloquista refere casos concretos ocorridos, bem como outras situações de ilegalidade, como a falta de identificação dos agentes em causa e a falta de registos na esquadra.

Uma provocação

Todos nós sabemos que a política de milagres é bastante lucrativa. Pelo que parece na segunda circular aposta-se no mesmo:

"Tirando o Barça, não são tão gigantes como se pinta"
(Jorge Jesun in "O Jogo")

Deixando de lado as explicações científicas que refutam o aparecimento da Virgem Maria em Fátima, realço apenas este facto: Liverpool 4 - 1 Benfica

Espanha: No futebol como na economia


Depois de Angela Merkel foi Ottmar Hitzfeld que pôs a Espanha em sentido. Podemos ver na foto o esforço que ele faz para "agarrar" o Euro com as duas mãos, não vão os PIGS deixá-lo cair.

"None of the governance reform proposals that are currently discussed even attempt to answer the questions of how Spain is going to get out of this hole, and how the competitiveness gap between the north and the south of the eurozone is going to be closed."
diz Paul Krugman no seu blog.

Vale a pena ler para desenjoar do futebol.

16 de junho de 2010

Falsos Recibos Verdes nos Açores em xeque?

Na Assembleia Regional dos Açores, por proposta de alteração do Bloco de Esquerda a um projecto do PS que estabelece mecanismos de acompanhamento da empregabilidade na Região Autónoma dos Açores, nas empresas em que for detectado trabalho a falsos recibos verdes, ou seja, trabalhadores que passem recibos verdes, mas que desempenhem funções permanentes, que tenham de cumprir um horário de trabalho e obedeçam a uma hierarquia, vão ficar impedidas de aceder a linhas de crédito bonificado da Região Autónoma durante os três anos seguintes.
Fora isso, por proposta de alteração do Bloco, foi também retirada a alínea que previa a motivação ao trabalho voluntário, ao estilo daquela proposta parecida do PSD que falava em tributo solidário.

Agora, vamos ver se este avanço, mais que justo, é realmente aplicado.