No dia em que têm início os jogos dos Oitavos de Final do Campeonato do Mundo de Futebol de 2010, prometo fazer jus aos ensinamentos que me ficaram da prática daquele desporto durante 10 anos, só interrompidos pela minha vontade em prosseguir os meus estudos académicos (sabe-se lá se não estaria agora a disputar este Mundial... como jogador naturalizado da Coreia do Norte!). Terão, por isso, os prezados acompanhantes deste blogue uma "espécie de crónica diária Luís Freitas Lobiana".
Como diriam os melhores prémios nobeis da Literatura, comecemos pelo princípio.
Pela primeira vez na História dos Mundiais de Futebol, de entre as 16 equipas apuradas para os Oitavos de Final, apenas 6 são europeias (Portugal, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Holanda e Eslováquia), com a particularidade de todas elas se defrontarem nesta fase da competição. Ora, por maioria de razão, apenas 3(minoria)estarão nos Quartos de Final (outro factor histórico).
Pelo contrário, as equipas do continente Americano constituem a maioria (e, por isso, a grande novidade) dos Oitavos de Final. Pela primeira vez na História dos Mundiais, temos 5 equipas Sul-Americanas nesta fase da competição, a saber : Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile. Uma vez que apenas Brasil e Chile se encontraram nesta fase, pode dar-se o caso de termos 4 equipas do Sul da América nos Quartos de Final (outro dado único na história).
Acresce que, também as equipas da América Central e do Norte lograram representação nesta fase da competição, EUA e México.
Como facilmente se perceberá, tal evolução competitiva deve-se, sobretudo, ao facto de a grande maioria dos jogadores daquelas equipas (com a excepção das equipas da América do Norte e Central) disputarem os campeonatos de clubes mais competitivos, os europeus. Face a estes dados, impõe-se, sem dúvida, o aumento de equipas Americanas nas fases finais dos Mundiais de Futebol, em desfavor do contingente Europeu.
Outro dado relevante é a presença nos Oitavos de Final do Mundial de Futebol de duas equipas da zona de qualificação Ásia-Oceânia, Japão e Coreia do Sul, facto apenas verificável em 2002, quando a competição fora realizada precisamente nesses dois países. Não fossem as participações desastrosas da Coreia do Norte e as relativas desilusões da Austrália e Nova Zelândia, e talvez não fosse abusivo exigir pretensão semelhante à das equipas do continente Americano.
Uma palavra para as equipas da "casa", as do continente Africano. Começam a surgir talentos de nível Mundial em África, como Drogba ou Eto`o, mas a fraca evolução colectiva das múltiplas selecções não tem permitido o alcance de outros resultados. Só isso explica que, de entre os 16 finalistas, apenas o Gana tenha conseguido a qualificação. Com excepção talvez da Costa do Marfim, eliminada por estar inserida no grupo mais forte do Mundial, todas as restantes selecções africanas evidenciam uma clara falta de experiência neste tipo de competições (de que são exemplos as expulsões claramente evitáveis- Nigéria), não obstante a valia dos seus talentos individuais. Talvez seja por isso que, uma selecção como a do Gana, sem grandes talentos individuais (na ausência de Essien), tenha conseguido, por força da sua mais-valia colectiva,obter a qualificação.
"Filosofia de Jogo"
"Na segunda parte vamos inverter o losango do meio campo!"
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