29 de janeiro de 2012

Faz-se luz no Conselho Nacional do PSD?

Este senhor bem composto é Celso Ferreira, Presidente da Câmara Municipal de Paredes, Município onde Passos Coelho encerrou a sua campanha contra Manuela Ferreira Leite e um dos seus bastiões internos. Passos agraciou o apoio de Celso Ferreira com os cargos de membro do conselho de jurisdição do PSD e conselheiro nacional do Partido.

Em entrevista recente Celso Ferreira diz coisas como:

"O acordo assinado com a Troika é castrador e dificílimo de implementar."

"Dentro de dois anos a administração central vai ter as suas contas em ordem mas o país vai estar totalmente esburacado."

"Eu tenho sido crítico do governo com a falta de medidas e orientações destinadas ao crescimento económico. Acho que a austeridade só nos levará à desgraça. Este modelo fortemente condicionado pelo acordo da troika, não é um modelo que esteja condenado ao sucesso, pelo contrário."

Das duas uma. Ou este é mais um que decidiu mudar de Barão ou os cortes nos repasses para as autarquias e o plano para eliminar freguesias começam a fazer mossa na própria nomenklatura laranja.


FNAC: A cultura renova-se, a estupidez é eterna.


Roubado aqui.

Porque é que romper com a troika é a única solução?

A MERKEL dá a resposta:

"A Grécia tem de comprometer-se, legalmente, a dar prioridade absoluta ao futuro pagamento da dívida. Este compromisso tem de ser legalmente consagrado pelo Parlamento grego. As receitas do Estado devem ser usadas prioritariamente para o pagamento da dívida, somente a restante receita pode ser usada para financiar as despesas primárias. Isto irá tranquilizar os credores públicos e privados assegurando que a República Helénica honrará os seus compromissos após PSI e influenciar positivamente o acesso ao mercado. A Eliminação de facto da possibilidade de um default faria a ameaça do não desembolsar da nova tranche do GRC II muito mais credível. Se uma futura tranche não for desembolsada, a Grécia não pode ameaçar os seus credores com um default, mas em vez disso, terá que aceitar novos cortes nos gastos básicos como a única consequência possível de do não desembolsar de uma nova tranche"

Lê a missiva de Berlim ao Governo Grego aqui.

27 de janeiro de 2012

PSD e CDS muito à direita da "Ala liberal"


A memória é uma coisa muito importante. Certa vez, eu e outros blogers fomos convidados a falar de Sá Carneiro. Com todo o espírito democrático, lá fui dizer o que penso sobre Sá Carneiro. Entre outras coisas deixei claro que não era "sa-carneirista", classificação que foi gentilmente oferecida aos blogers presentes (pertencentes a diferentes sensibilidades de esquerda, ou pelo menos à esquerda do PSD).
Não era e não sou, em primeiro lugar, porque não sou social-democrata, sou marxista. Em segundo lugar, a "social-democracia" de Sá Carneiro, se é que assim pode ser chamada, apesar dos discursos da Assembleia Constituinte, nunca esteve no campo da luta pelo socialismo. Concretamente, na viragem à direita em que a AD (PPD/PSD-CDS-PPM) chegou ao poder, o Governo de Sá Carneiro esteve contra as conquistas populares, na destruição das conquistas do povo (enfim este comentário até era escusado; sobre o ser ou não ser do socialismo, mais valia dos outros, mas isso são contas doutro rosário).
Apesar de tudo isto, e de outras coisas que referi, é de destacar que, enquanto membro da Ala Liberal, Sá Carneiro defendeu a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.
É, assim, lamentável vermos o estado a que isto chegou: censura na RDP; um governo do PSD e do CDS muito à direita da Ala Liberal dos tempos da Ditadura.

De resto, sublinho a pergunta do Fabian: Onde está o entusiasmo agora?

26 de janeiro de 2012

Onde está o entusiasmo agora?

Eu recordo-me de umas quantas cabeças pensantes da "nova direita" portuguesa, organizada essencialmente na blogosfera, organizar uma manifestação em frente à Assembleia da República pela "Liberdade de Expressão". Como entendiam que esse mesmo direito era supra-político e meta-ideológico deram-lhe o nome "Todos pela Liberdade". Até criaram um blogue para alojar o manifesto e convocaram todas as pessoas, para que a conquista não fosse vilependiado.

Só para recordar os mais desatentos e esquecidos, na altura tinha arrebentado o escândalo PT/TVI. Daí a mobilização efusiva desses sectores.

Mas pelos vistos, a demissão de jornalistas e o encerramento de crónicas por delito de opinião, com mão governamental não é motivo para tanto alarido. Pois claro, nós sabemos, agora são os vossos a cumprir as despesas da casa.

Por cá, continua-se entusiasmado com a liberdade de expressão. Quando a coisa voltar a dar a volta, os vossos saírem dos gabinetes de Estado e perderem novamente influências nas redes que se tecem em torno do poder governativo, sabemos, que voltarão a entusiasmar-se com a liberdade de expressão.

PS. Eu acredito que seja complicado e que ainda estejam a engolir os aventais.

25 de janeiro de 2012

Fazer como na islândia?

Quando se deu o colapso da banca islandesa e as sondagens davam boa votação a um partido mais à esquerda fiquei curioso com o processo que se iria aí desenvolver. Desde então, muitas e muitos de nós fícámos entusiasmados, alguns desfraldaram a bandeira islandesa e muitos mitos circularam, no facebook, em slogans e cartazes. Mas qual é a história para além dos mitos? O Luís Fazenda escreveu um artigo para o nr. 27 d' A Comuna que hoje mereceu o destaque de ser pré-publicado para abrir o apetite para esse próximo número:


Islândia, e agora?

A Islândia é frequentemente citada no debate público, quer a propósito dos resgates do FMI, quer sobre o “default” da dívida, o “não pagamos”. Sob a ameaça da “dividocracia”, o que se passa realmente na Islândia”? Separar factos de mitos parece essencial na discussão de alternativas ao “regime de credores”. De que país falamos? (ver mais) Artigo de Luís Fazenda

Dedicado a A.Marques aka Carlos Moedas versão comentários em blogue, com amor(é este gajo que se senta numa mesa com a troika e decide o nosso futuro)

"REALMENTE A ÚNICA PESSOA QUE NESTE MOMENTO ME INSPIRA PARA UMA MUDANÇA COMPLETA EM
PORTUGAL PARA UM PROJECTO SÓLIDO É...



  • ...O DOUTOR
  • PAULO RANGEl"





20 de janeiro de 2012

Carta Aberta ao Deputado Duarte Marques

No seguimento da intervenção que o senhor proferiu no dia 20 de Dezembro de 2011, nós, cidadãos e cidadãs deste país, de diversas proveniências e idades, vimos por este meio solicitar-lhe que adopte a despudorada recomendação feita por diversos membros, partidários e apoiantes do seu governo e emigre.
Já nos bastam as dificuldades que as políticas governamentais nos colocam no dia-a-dia, o desemprego que enfrentamos, a vida precária que levamos, a dificuldade que temos em suportar os custos do ensino a todos os níveis.
Já nos basta a dor que sentimos sempre que vemos um dos nossos a partir para o estrangeiro porque o país, por vossa vontade, não o acolhe, não lhe dá emprego, não lhe dá oportunidades para prosseguir os estudos, quando transforma o ensino público em escola de elites e o mercado laboral em comércio de escravos.
Já nos basta ver o esforço incomensurável que os nossos pais, os nossos avós, os nossos tios, os nossos vizinhos, os nossos amigos, fazem para pagar as prestações das casas, para pagar a luz, o gás, a água, a alimentação, para manter os postos de trabalho, para manter osseus filhos a estudar, para sobreviver com o salário ou a pensão miserável que recebem.
Já nos basta viver numa precariedade impiedosa, ver os nossos projectos traídos e ter de adiar o futuro.
Por todas as razões enunciadas, por termos um “choque de realidade” (como disse o senhor) todos os dias, quando nos levantamos para trabalhar, quando procuramos emprego, quando lutamos quotidianamente para que as nossas vidas precárias não nos desanimem, quando vemos o desânimo na cara dos nossos pais, dos nossos avós, dos nossos vizinhos, dos nossos amigos, pedimos-lhe que emigre, porque não precisamos de que ninguém na casa da nossa democracia nos humilhe, desonre o esforço de todos os nossos antepassados e parentes e nos tente virar contra as gerações às quais tanto devemos, às gerações que enfrentaram a ditadura e a pobreza e construíram a democracia e os serviços públicos. Às gerações às quais também o senhor muito deve.

Reforçamos, com toda a nossa honestidade: emigre, demonstre o seu mérito no mercado laboral estrangeiro. Será poupado das atrocidades que as alterações laborais nos provocarão, que o senhor diz serem tão benéficas para nós.

Votos de uma boa viagem.

Sem mais,

Os melhores cumprimentos,

Todas as pessoas que querem ter oportunidades neste país sem terem de ouvir os seus familiares a serem humilhados.

Ana Bárbara Pedrosa, Escritora

Ana Beatriz Rodrigues, Jornalista

Catarina Rodrigues Doutoranda (emigrante)

Cláudio Gaspar, Biólogo

Fabian Figueiredo, Sociólogo

Hugo Ferreira, Jurista

Inês Santos, Estudante

João Manso, Químico

Joaquim Rodrigues Administrativo

Laura Diogo, Estudante

Luís Miguel, Estudante

Mª Hermínia Dias Professora aposentada,

Maria Helena Dias Loureiro, Professora

Miguel Pacheco, Técnico de Digitalização

Paula Santos, Estudante

Raquel Misarela Conservadora Restauradora

Rita Andrade, Estudante

Rita Morgada Lemos, Psicóloga

Sandra Camilo, Estudante

19 de janeiro de 2012

Eu nunca me filiarei num sindicato da UGT!

A UGT - União Geral dos "Trabalhadores - na pessoa do seu secretário-geral João Proença, assinou um acordo em sede de concertação social que irá provocar o maior retrocesso social a nível de direitos laborais, sociais e económicos na história da Democracia portuguesa - desvalorizando os salários, embaratecendo as remunerações e liberalizando totalmente os despedimentos. Os participantes deste evento vêm desta forma afirmar o seu repúdio com esta traição da UGT , para com quem vive do seu salário, e deixar claro que nunca se filiará em nenhum sindicato da UGT.

16 de janeiro de 2012

A vitória do Duque


João Duque assinava, aqui há dois meses, um artigo onde dava conta dos perigos da RTP tratar a informação de forma aprofundada, com pontos de vista à mistura. Dava o exemplo de um Ministro ou empresário Angolano que visse atacada a sua pátria no canal público e em seguida cancelava os contratos com os tugas.

Pois dois meses depois a RTP superou-se e foi até Angola. onde a bimba da Fátima Campos Ferreira conduz mais um prós e prós, com toda a escória da ditadura angolana e do Governo Luso. E ainda há malta a pagar 200 euros para ter TDT? Dêm graças pelo apagão.

7 de janeiro de 2012

Até que a morte os separe.

A revista Sábado usou, e bem, o trabalho de investigação desta humilde casa para questionar o nosso já conhecido Secretário de Estado. Carlos Moedas adoptou fala firme e esclareceu: “podia ter ficado com a empresa [crimson] mas não quis por uma questão de honra pessoal”. E honra, como sabemos, não é coisa que se transaccione no terminal da bloomberg. Mas na verdade Moedas não podia, por lei, ficar com a empresa testa-de-ferro do grupo Carlyle, por isso mudou o contrato para a outra mesinha de cabeceira do quarto, para que a sua mulher possa, como o próprio diz, “fazer serviços de consultadoria”. A honra está a salvo.

Mas Moedas disse mais e lamentou não ter ainda encontrado comprador para as suas acções da WIN World (empresa que tem como clientes a REN, ANA ou a Liberty Seguros) o que o faz sócio directo do membro do Conselho de Administração da Tranquilidade Seguros (BES), seguros LOGO (BES) e Espírito Santo Saúde, Miguel Maria Pitté Reis da Silveira Moreno. Uma ligação normal, não fosse o facto de Carlos Moedas ser o responsável pelo processo de privatização dos seguros da CGD, que irá alterar todo o panorama do sector segurador português.

Mas claro, tal facto não merece reparo por parte deste governo, uma vez que, mesmo depois da venda de todas as acções (que esta notícia deve ter acelerado consideravelmente) a união de facto entre Carlos Moedas e a nata da burguesia portuguesa permanecerá. Até que a morte os separe.

6 de janeiro de 2012

También la lluvia - Um filme de Icíar Bollaín


Quando realidade e ficção se cruzam entre o presente e o passado sob o roteiro de Paul Laverty (Terra e liberdade, Bread em roses) o resultado é este filme imperdível. Dos olhares calados dos índios que viram chegar os homens feios de Colombo até o levantar da luta contra a privatização das águas em Cochabamba, em 2000, muito se passou, mas algo permanece, o que antes era o ouro, pago em impostos à coroa espanhola, agora é a água, que é vida paga às companhias internacionais. E é tão simples: ela cai do céu.

divã do tamarit, federico garcía lorca

começo por dizer isto: o garcía lorca era um senhor de esquerda. posto isto, posso avançar para a parte literária (não querendo, obviamente, dizer que ser de esquerda não é poético), porque já não me sinto mal por não escrever uma linha referente a qualquer assunto político num blog chamado adeuslenine há um tempinho largo.

divã do tamarit, que pode ser encontrado aqui, não sendo dos maiores portentos que a poesia espanhola tem para oferecer (saliente-se que, para mim, a poesia em língua castelhana morreu no dia em que o neruda publicou o seu assassino poema 20 de "Veinte poemas de amor e una canción desesperada), também não é nada de que se queira fugir. gacela del amor imprevisto + gacela de la terrible presencia + gacela del amor desesperado são, aliás, muito aconselháveis e podem ser lidos no primeiro link que aqui deixei.

3 de janeiro de 2012

Fisco Doce: Sabe bem pagar tão pouco


Como já devem saber as ações do Pingo Doce e os seus lucros aceitaram a sugestão do Governo e emigraram para a Holanda. Quanto é que o Pingo Doce vai pagar de impostos ao Estado Português? Zero.

Agora vamos ao boicote.


a maçonaria é uma casa bem arrumada

Arrebentado o escândalo sobre as relações entre o SIED e a Maçonaria, vale a pena dar uma vista de olhos à mensagem de boas festas do Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portugal, João Francisco Moreno, a que pertencem Luís Montenegro e o ex-responsável da SIED:

Sou daqueles que penso que a
Maçonaria Regular não se escreve, pratica-se, vive-se. A Maçonaria Regular é alegria.

(...)

Normalmente o ser humano rejeita o desconhecido. A Maçonaria Regular não é secreta, como alguns dizem, é legalmente discreta; não se justificando num Estado de Direito certas desconfianças, ou certos comportamentos negativos. Da nossa parte continuaremos a dar passos no sentido da transparência e da abertura à Sociedade, até porque em prol da Sociedade já a Maçonaria Regular trabalha.

O Maçom deve ser exemplar e constituir uma "elite de Homens bons".

Solidariedade, Fraternidade e Liberdade são valore5 protegidos pela Maçonaria Regular, competindo-me fazer com que continuem a ser aperfeiçoados, de tal forma que nos perfilemos como uma Escola de Carácter e de Valores.

(...)
O resto pode ser lido aqui

Olhando para Fernando Lima (ex-Presidente da SLN) Miguel Relvas, Fernando Nobre e para outros que tal,
não sobram dúvidas, a maçonaria é uma casa muito bem arrumada!