10 de março de 2011

O novo "velho" presidente

9 de Março de 2011 marca a tomada de posse de Cavaco Silva para o seu segundo mandato como Presidente da República. Do seu discurso digno de muitas notas, apenas três usarei para tecer o meu comentário a tão excelso senhor que ficará mais cinco anos a conduzir o país com o seu leme sempre tendencioso para aquilo que é a sua génese, a direita. Numa primeira citação Cavaco Silva diz: "Portugal vive uma situação de emergência económica e financeira, que é já também uma situação de emergência social." Ora a sua análise está correcta, até ai nada a apontar Sr. Presidente. Mas não terá sido Cavaco Silva quem iniciou o processo de privatizações? Quem fez com que os alunos do Ensino Superior tivessem de pagar propinas? Não terão essas medidas contribuido para que a situação do país se tenha degradado? A "Geração à Rasca" estudava nas universidades quando Cavaco Silva governava a seu belo prazer o país, pois é essa geração que no Sábado dia 12 vai sair à rua para demonstrar o quão enrascada ficou com tantos anos de "cavaquismo", seguidos é claro por muitos outros que gostaram tanto do exemplo que o seguiram e ainda fizeram pior. A situação de emergência social existe, e não foi no dia da tomada de posse que ela apareceu, muito menos durante a campanha em que se subia a carros e se esticavam os braços. A emergência social está cá com o Decreto Lei 70/2010 que retira o apoio às famílias, está cá cada vez que a subida dos salários não corresponde às verdadeiras necessidades das pessoas. Está cá cada vez que existe mais um sem abrigo, cada vez que uma pessoas perde o emprego, que é precarizada, que os estudantes perdem as suas bolsas e abandonam o Ensino Superior, está cá quando os reformado não recebem o suficiente para terem um resto de vida digno. Isto é a emergência social, e não é de agora.

Que bem ficava agora a outra citação: " Portugal vive numa situação particularmente difícil". Pois claro que vive. Como poderia um país onde os salários da função pública são reduzidos viver numa situação fácil? Não me parece que ao retirarem poder de compra ao mesmo tempo que o preço dos bens aumenta seja facilitar a vida a alguém. A dificuldade está no aumento do número de desempregados, no número de precários, no número de falsos recibos verdes, sem falar dos que não estão contabilizados. Bem, os 150 mil postos de trabalho propostos por Sócrates ainda não apareceram, aliás foram desaparecendo em contratos precários e em desemprego. Realmente Sr. Presidente, que situação difícil, ter de viver com pouco ou quase nada e ainda ter de apertar mais. Para mostrar que a emergência social não é de agora, do dia 9 de Março, da pompa e circunstância, o Primeiro Ministro Durão Barroso avisava para que se fosse apertando o cinto que isto ia melhorar. O cinto foi apertando e apertando, e para apertar aceitaram-se contratos de trabalho precários, foi-se saindo das universidades, foi-se deixando de trabalhar. Era a obrigação de apertar o cinto. Parece-me que o cinto não tem mais furos, não dá para apertar mais, ai que o cinto vai ficar à rasca também. E a particularidade da situação difícil reve-se nos 770 mil desempregados, que curiosamente vão ter de deixar de contar com o apoio do Estado, que tem de cortar na despesa não vá a Sra. Merkel ficar chateada e nos expulse do Euro, parece que assim o empreendedorismo de cada um é que vai safar a situação. Não me parece que assim seja.

Para última citação em análise deixo esta "...extremamente positivo que os jovens se assuimissem como protagonistas da mudança...". Os jovens que levaram bastonadas na Ponte 25 de Abril? Os jovens que hoje estão sem bolsa? Os jovens que não têm emprego? Se não são estes jovens, então que jovens serão? Queremos uma mudança sim, mas não a mudança que nos tentam impor todos os dias. Não queremos estágios não remunerados, não queremos ter de pedir empréstimos para estudar, empréstimos esses que provavelmente não vamos conseguir pagar. O que parece é que quem está desfasado da realidade é o Sr. Presidente Cavaco Silva. Quem não está a ver o que se passa à sua volta. Era bom que essa percepção surgisse no dia 12 de Março, e que surgisse outra vez dia 19, os protestos contra este desgoverno vão continuar. Cito agora a nova música de intervenção que corre pelo mundo de todas as pessoas que no Sábado se vão manifestar: "Que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar."

Sim, a parvoíce vem do exemplo de quem não percebe as reais necessidades das pessoas que querem estudar, trabalhar, ter uma reforma, no fundo querem ter uma vida que é aquilo que Cavaco Silva foi tirando e que Sócrates continua a tirar com o seu apoio.
Dia 12 vamos à luta.

1 comentário:

  1. DIZ CURSO PRÉ RESIDENCIAL-BUT I HAVE A TALENT, A BEAUTIFUL THING -OBRIGADO PELA AMIZADE
    I'm nothing special, in fact I'm a bit of a bore

    -BUT I HAVE A TALENT, A BEAUTIFUL THING

    'Cause everyone listens when I start to sing

    I'm so grateful and proud

    All I want is to sing it out loud

    não me ponham microfones a gravar os IPs de quem
    envia massagens ao presidente

    Provocar | Primeira chapada

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