16 de fevereiro de 2011

austeridade provoca recessão - é o governador do Banco de Portugal que diz!




Já não é só no Adeus Lenine ou em outros sítios onde se procura pensar economia a sério, longe dos dogmas desta ciência que de natural tem tão pouco.
A capa do Diário Económico de hoje traz o actual governador do Banco de Portugal a anunciar que já estamos em recessão económica, como contrapartida o processo de ajustamento orçamental e do "emagrecimento". Afirma ainda que "há um limite de utilização da capacidade das empresas exportadoras" como impulsionadoras do crescimento.

Nada que não tivesse já sido dito e re-dito aqui, aqui aqui ou mesmo aqui (e são só alguns exemplos).

A lógica é simples de perceber. Mais austeridade tem como consequência directa uma diminuição do poder de compra das famílias, ou seja, uma quebra no consumo, a mais importante componente do PIB. Para alem do seu efeito no consumo, que por sua vez terá consequências ao nível das vendas das empresas, a contenção draconiana do consumo e investimento públicos estão a contrair outras importantes componentes do PIB, os gastos públicos e o investimento.

Com este efeito recessivo que retrai a procura agregada da economia, e sem bancos em condições de conceder créditos, a economia vê-se sem qualquer factor dinamizador da actividade a não ser as exportações. Mas por mais que consigamos aumentar as exportações, o que é difícil dada a falta de crédito e investimento, e diminuir as importações, este efeito não será suficiente para combater a recessão.

A acrescentar a isto temos ainda o facto de todos os países da Europa estarem a seguir a mesma estratégias que Portugal - conter gastos e salários e aumentar exportações - o que coloca algumas dificuldades, nomeadamente em saber quem poderá comprar o que produzimos.






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