31 de janeiro de 2011

É preciso ter lata

Depois de décadas a suportarem, diplomática e economicamente, o regime ditatorial de Mubarak. Os EUA vêm pedir eleições democráticas no Egipto, para que "ninguém preencha o vazio". Por sua vez, a Internacional Socialista (ao qual pertence o PS) só expulsou o partido de Ben-Ali, após o seu regime ter caído nas ruas da Tunísia. A democracia é uma palavra oca e retórica para o Império, saindo apenas da gaveta quando fica bem no discurso.

É a frase do dia.

4 comentários:

  1. Entäo mas e se vier o Baradei "encher o vazio", näo fica bem? O homem representa a democracia e tal. Pois é, o verdadeiro medo é que se häo eleiçöes livres a 100% arriscam-se a que os fanáticos religiosos (os que mataram Nasser e agora säo Al-Qaeda) ganhem por maioria absoluta. E logo ali ao lado de Israel!

    O problema do Império é que as "ditaduras" que estäo a cair säo precisamente aquelas poucas aliadas do "Ocidente", as que medeiam entre árabes e palestinianos, as que negoceiam (ou colaboram) com Israel.

    Veja-se se aquilo na Argélia, onde a ditadura militar convive com fanáticos religiosos, dá em alguma coisa mais democrática. Infelizmente, näo. Ou quiçá na Líbia, onde nem häo imolaçöes nem revoltas.
    Pelos vistos na terra do Kadafi, tá-se beeeeem... será porque alguma da riqueza do pitrol vai para o povo?

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  2. Mataram Nasser e depois mataram Sadat!

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  3. O imperialismo norte/americano mete o nariz sempre que sente o chão a fugir-lhe. Mubarak não é um aliado dos EUA e da UE?

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  4. Não é de longe o movimento fundamentalista islâmico que "controla" os protestos, muito pelo contrário. A condução da revolta tem sido feita pela massa essencialmente licenciada. Que estudou nas universidades laicas do país. O medo de um desvio pró-alqaeda não passa de fumo e poeira, só contribuiu para a descredibilização da revolta. Se investigares um bocado vês que também houve protestos na Líbia, e espero sinceramente que se intensifiquem. Uma Ditadura é a forma de governo mais reaccionária de uma elite, nestes casos, completamente alimentada e suportada pelo Ocidente (EUA-UE).

    Quanto a este comentário pro-pentágono: "as que medeiam entre árabes e palestinianos, as que negoceiam (ou colaboram) com Israel."

    Só numa leitura propagandista é que se pode afirmar que houve medição. O estado do não-Estado palestiniano é a prova viva desse facto.

    O que realmente perturba o império é a queda das suas marionetas. Agora será mais difícil saquear os recursos naturais do Magrebe e implementar a sua política de dominação no Médio Oriente e no Norte de África.

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