2 de junho de 2010

O candidato da esquerda praticante



Dizia ontem um homem Nobre que será difícil para Alegre gerir apoios tão contraditórios como os do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista. Não deixa de ser estranho que uma pessoa que defendia, há muito pouco tempo, um governo dos partidos todos: agora venha achar contraditório o apoio de apenas dois deles ao candidato Manuel Alegre.


Está certamente mal rodeado, o grande humanista Fernando Nobre. Creio e tenho mesmo esperança que a história esqueça este apontamento menos feliz da sua grande biografia: há uma vida de dedicação às causas humanitárias que, essa sim, merece ser para sempre lembrada.


Alegre não é militante do Bloco, é do PS. Mas por muito que Sócrates afirme o seu apoio a Alegre: Alegre não é o candidato do Governo, nem de Sócrates, nem da direcção do PS. A candidatura de Manuel Alegre é uma candidatura independente dos partidos, mas uma candidatura comprometida com os valores da esquerda. Por isso colhe os apoios daquelas e daqueles que à esquerda lutaram e lutam por uma política socialista e contra a política liberal. Entre essas pessoas estão não somente pessoas que votam Bloco de Esquerda mas também pessoas que votam PS, ainda que o PS seja, contra vontade da maioria do seu eleitorado, o verdadeiro aplicador das políticas liberais desde há muitos anos.

Será que a forma de agir da direcção do PS face à candidtura de Algre mudou com um empurrãozinho do sucesso da manifestação de 29 de Maio? Será isto uma difícil piscadela à esquerda por parte deste PartidoSocialista/não-praticante ?

Modou a forma, o conteúdo permanece. Mantenho o que disse aqui.

3 comentários:

  1. Pois. Mas Nobre mostrou-se solidário com a manif e Alegre mudo se quedou.

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  2. Certamente foram os marcianos que lhe deram essa táctica.

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  3. Alegre compreende o acordo PS/PSD, quer dizer, sim ao PEC2
    http://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=1436&e_id&c_id=1&dif=tv&cache=1

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