31 de maio de 2010

Os ortodoxos

Há uns dias atrás, Milton Friedman dizia-nos que países como Portugal,Espanha e Grécia deveriam de desvalorizar os seus salários em 30%, a fim de poderem ter competitividade dentro da Zona Euro, uma vez que não podem desvalorizar a sua moeda.

Se isto já pôs muito boa gente a esfregar as mãos, imagine-se o que acontecerá quando isto, começar a criar notícia na imprensa:

A Crueldade do Salário Mínimo: Como uma lei pode destruir uma indústria e atirar milhares de pessoas para o desemprego.

Como é fácil ser liberal. Para qualquer problema existe sempre uma lei ou um pedaço de Estado a mais, seja para a falta de "competitividade", de "criação de emprego", "de empreendedorismo"... enfim os chavões e a ortodoxia do costume, de quem com os seus óculos de fundo de garrafa não consegue tirar os olhos do catecismo.

Outra coisa a ter em conta, é este belo comunicado:

A Juventude Popular relembra em declarações à Lusa que o Salário Mínimo (SM) não é "mais do que o estabelecimento de um preço mínimo naquele que deveria ser o normal funcionamento do mercado de trabalho. Este preço mínimo tem dois efeitos muito claros no mercado de trabalho: impedir de trabalhar quem estiver disponível para trabalhar por valor inferior a esse preço; por outro lado impede de operar todas as empresas e serviços que não tenham a capacidade de remunerarem aquele montante."

2 comentários:

  1. Esta gente falha redondamente em atingir o ponto fulcral da questão. O problema não é o salário mínimo impedir as pessoas de trabalhar por menos do que esse valor, é colocar-se a hipótese de remunerar alguém com um valor inferior a esse.

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  2. Discorda de quê, precisamente? Não vejo nada errado no corolário apresentado pelos liberais: o salário mínimo, de facto, causa desemprego e sim, impede de trabalhar quem estiver disponível para o fazer por um valor inferior a esse preço.

    Agora, podem esfregar na cara dos liberais que vivemos em pleno século XXI e o mercado não é suficientemente perfeito para encher todas as barrigas do mundo, problema que podia estar ultrapassado há mais de 100 anos...

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