25 de setembro de 2012

Se não der para Presidente do Governo Regional, dá para um painel televisivo de certeza


 

Berta Cabral conseguiu fazer de Medina Carreira e Marinho Pinto gente de comentário sério e sóbrio.
 
PS: Os meus parabéns ao Rodrigo Moita de Deus, está a fazer um excelente trabalho de comunicação. 

20 de setembro de 2012

Adeus, Carlos Nelson Coutinho

Faleceu na manhã de quinta-feira, no Rio de Janeiro, o académico e político marxista brasileiro Carlos Nelson Coutinho (1943-2012). Durante muitos anos Professor Titular de Teoria Política na  Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tinha recebido no passado junho o título de Professor Emérito e era reconhecido internacionalmente como especialista em Gramsci, sendo um dos vice-presidentes da International Gramscian Society.
Defensor de que "Sem democracia não há socialismo, e sem socialismo não há democracia", Carlos Nelson nasceu na Bahia em 1943 e consagrou-se no estudo do marxismo no Brasil como introdutor (junto com Leandro Konder) e tradutor do húngaro György Lukács e do italiano Antonio Gramsci.
Foi militante do PCB - Partido Comunista Brasileiro e posteriormente do PT - Partido dos Trabalhadores, de onde saiu por causa daquilo que chamou "alianças oportunistas, como aquelas que Lula fez para ser eleito e governar". Foi, então, um dos fundadores e também membro da direção do PSoL - Partido Socialismo e Liberdade.
No que se refere à introdução de Gramsci no Brasil, foi responsável pelas seguintes publicações da obra do dirigente político italiano: apresentou junto com Leandro Konder e traduziu a Concepção dialética da história (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966; 6a. ed., 1986), selecionou os textos e traduziu Literatura e vida nacional (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968; 3a. ed., 1986) traduziu Os intelectuais e a organização da cultura (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968; 5a. ed., 1987) (1).
Enquanto autor, publicou vários livros, entre os quais: De Rousseau a Gramsci: Ensaios de teoria política (São Paulo: Boitempo Editorial, 2011) O marxismo na batalha das idéias (São Paulo: Cortez, 2006), Gramsci. Um estudo sobre seu pensamento político (3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007), Marxismo e política. A dualidade de poderes e outros ensaios (3. ed. São Paulo: Cortez, 2008), Contra a corrente: ensaios sobre democracia e socialismo (Cortez, 2. ed., 2008) e O estruturalismo e a miséria da razão (Expressão Popular, 2. ed., 2010 [1. ed. 1971]).  É também editor das Obras de Antonio Gramsci (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 10 vols., 1999-2005).
Talvez a melhor homenagem a tenha feito sem saber. Quando chegou esta notícia do seu falecimento, estava curiosamente com a sua grande obra de juventude Estruturalismo e Miséria da Razão, originalmente publicada em 1971 e reeditada em 2010 com um indispensável Posfácio de José Paulo Netto, de onde havia retirado, ontem, esta citação em que Carlos Nelson Coutinho resume os três elementos progressistas fundamentais que o estruturalismo negou ao rejeitar Hegel:
"o humanismo, a teoria de que o homem é um produto de sua própria atividade, de sua história coletiva; o historicismo concreto, ou seja, a afirmação do caráter ontologicamente histórico da realidade, com a conseqüente defesa do progresso e do melhoramento da espécie humana e, finalmente, a Razão dialética, em seu duplo aspecto, isto é, o de uma racionalidade objetiva imanente ao desenvolvimento da realidade (que se apresenta sob a forma de unidade de contrários), e aquele das categorias capazes de apreender subjetivamente essa racionalidade objetiva, categorias que englobam, superando, as provenientes do ‘saber imediato’ (intuição) e do ‘entendimento’ (intelecto analítico)." (2)
Bruno Góis
(publicado também em A Comuna)

Notas:
1 - Concepção dialética da história, Os intelectuais e a organização da cultura , Literatura e vida nacional  junto com Maquiavel, a política e o Estado moderno (esta não traduzida por Carlos Nelson mas por Luiz Mário Gazzaneo; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968; 8a. ed., 1987) formam a primeira edição brasileira  em quatro volumes dos Cadernos do cárcere (1929-1935), um organização temática, simétrica à primeira edição italiana, dos cadernos escritos pelo dirigente do Partido Comunista Italiano António Gramsci na prisão durante o regime fascista em Itália.
2 - Carlos Nelson Coutinho – O Estruturalismo e a Miséria da Razão. 2ª com Posfácio de José Paulo Netto . Ed. São Paulo: Expressão Popular: 2010. p. 28. (itálicos originais).

5 de setembro de 2012

Parabéns, Lenine Cunha!


Lenine Cunha conquistou a segunda medalha para Portugal, desta vez o bronze no salto em comprimento F20, com 6.95m.

Para Lenine, a medalha significa o concretizar de um sonho após doze anos, desde a última participação em Jogos Paralímpicos (Sydney 2000). A medalha é dedicada ao treinador, família e amigos.

Parabéns Lenine!


(via Comité Paralímpico de Portugal)

2 de setembro de 2012

o fabuloso acordo da EDP


 Depois do acordo com a troika e consequente alteração das leis laborais a gerência da EDP não perdeu tempo denunciando o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Segundo o site da empresa (www.edp.pt) pretende-se fazer a “adequação do conteúdo do ACT ao novo enquadramento legal laboral”, “maior equidade e eficiência na gestão das pessoas” não se sabendo se os trabalhadores irão ganhar salários como os de Eduardo Catroga e António Mexia para haver “maior equidade”. 
Na verdade, parece que Catroga e Mexia querem mesmo é retirar direitos e diminuir “despesas” salariais. Procurei reações e só encontrei esta no facebook: https://www.facebook.com/pages/Siesi-Sindicato-das-Industrias-Electricas-do-Sul-e-Ilhas/122504457821798 
Perguntei a várias pessoas da EDP e ninguém sabia de nada (o que acabei por confirmar em vários sites sindicais). Se a EDP já enviou a sua proposta de novo ACT no dia 30 de Julho aos sindicatos porque é que estes, um mês depois, ainda não informaram os trabalhadores sobre os conteúdos da proposta da empresa e uma breve análise a esses conteúdos?
Fabuloso acordo para os administradores da EDP.

A Proposta da empresa pode ser vista aqui, aqui e aqui.