Ainda ontem de madrugada escrevi esta pequena nota, não é preciso ser bruxo: "Bruxelas abre a porta para mais um ataque à Constituição: a retirada permanente dos 13º e 14º mês. O Governo bem pode jurar que não, mas o povo não pode esperar nenhuma fidelidade da parte de um governo que, submisso a interesses externos, aceita a imposição de um garrote de 0,5% ao desenvolvimento e à democracia."
Ora não precisámos de esperar muito. Ainda durante a quarta-feira Passos Coelho disse "Eu creio que é depois de 2014, porque o nosso programa de ajustamento decorre até 2014, portanto, só depois disso, como é evidente, e tem uma base anual. Portanto, a partir de 2015 haverá reposição desses subsídios".
Tragicómico foi Vítor Gaspar ter dito seis vezes, hoje no debate do orçamento retificativo, que o governo sempre disse o mesmo sobre estes cortes. Confrontado com a citação de umas declarações suas em que falava sobre o fim dos cortes em 2013, respondeu Vítor Gaspar "trata-se naturalmente de um lapso". Ora lá está, disse sempre 2015, tirando aquelas vezes em que disse 2014, aliás, 2015... E de "forma gradual", provavelmente "ao longo de 12 meses"... Já estamos a ver a volta que querem dar.
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