28 de agosto de 2011

disparate é fechar os olhos e fingir que não vê


 Falando em múmias políticas em estado semi-vegetativo tinha pano para mangas. Podia falar do Soares que diz já não ser contra o capitalismo e que o socialismo é a mera rejeição do capitalismo de casino e  que o socialismo democrático é a possibilidade real de regulação desse capitalismo (?). Ou do Alberto João que diz que já não é tão pró capitalismo, que hoje está muito mais à esquerda. Ou falar do Cavaco que entre as agências de raiting, os impostos sobre os ricos e a política de sacrifícios já deu mais cambalhotas políticas que o Durão Barros o ao ir do MRPP para o PSD em tempo recorde. Mas porque não falar dessa múmia política (quase) intocável que é Medina Carreira?



Medica Carreira, homem de curriculum e responsabilidades políticas, saltou de casa para a televisão à pala da sua teatralidade profética. Qual messias sagrado… Medina Carreira faz um papel muito melhor: é um profeta do apocalipse, competentíssimo, independente, sério e inteligentíssimo a que a classe política deveria ter dado ouvidos. Poderíamos perguntar ao doutor se sempre teve o dom do profetismo, porque é que quando foi ministro não previu o fracasso das políticas de desmantelamento do estado? Porque é que não previu a solidificação de uma elite corrupta que domina a política e que está ancorada no partido do poder? Porque é que não previu que a degradação da política era a degradação dos problemas estruturais da economia portuguesa e com isso a degradação da situação financeira do Estado Português? E que havia muita gente a quem tudo isto dava jeito?

Pois de independente Medina não tem nada. E pode agora lançar livros às dezenas à lá Zizek e Nicolas Sparks mas Medina só escreve em livro a peça de teatro que encena na TV e que vemos em cena tantas e tantas vezes, assemelhando-se a sua análise mais à de um papagaio repetitivo que à de um “analista” político.
Mas sobre a análise política, deixo-vos a pérola que me fez escrever este texto sobre tão ilustre pensador: “taxar os ricos é um disparate”. Medina carreira até pensou nisso há uns anos mas pelos vistos mudou de opinião. Ainda assim, poderia o doutor explicar se taxar os ricos é um disparate o que é cortar o subsídio de natal? E o que é cortar pensões e cortar nos subsídios sociais como o RSI ou subsídio de desemprego? E o que é cortar nos salários dos trabalhadores/as e nas bolsas de estudo? E o que é aumentar os transportes públicos? E o que é privatizar serviços públicos essenciais e que até dão lucro ao estado?
Sobre isto nada diz o doutor Medina Carreira? 

Ou pensará também que estes são disparates inevitáveis? Pois respondo-lhe como respondeu o José Luís Peixoto, se nos dizem que é impossível, dizemos que o que é mesmo impossível é não viver! E que taxar seriamente os ricos é uma questão de democracia, disparate é fechar os olhos e fingir que não vê.

1 comentário:

  1. Medica Carreira?

    ó mineiro escreves pior co tê homónimo....

    qu'aspero qu'a nã seja tê paie s'aié táis tramade

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