17 de julho de 2011

muda-se o governo, ficam as maldades

O programa do Governo para a educação vem apresentar objectivos que nos irão remeter para uma castração completa concernente à qualidade da escola pública. Sob a capa falaciosa da mudança, o Governo vem perpetuar o que já de tão inconcebível começou a ser feito por Maria de Lurdes Rodrigues e que foi seguido por Isabel Alçada (a avaliação do desempenho das escolas é só um dos tristes exemplos).

O memorando da troika prevê um corte de cerca de 400 milhões de euros, que se irá traduzir:

- em mais agrupamentos que terão a sua direcção estratosférica e afastada da comunicada escolar:

- numa redução drástica de pessoal, o que irá também significar que o perene desejo de que as turmas sejam mais pequenas e de que cada docente tenha menos alun@s continuará a não ser mais do que um desejo.

Esta poupança vem, por isso, sobrecarregar docentes e distanciar @s estudantes de um ensino mais eficaz, ainda que uma retórica razoável tente fazer com que acreditemos que tudo irá correr às mil maravilhas. Quanto a mim, ainda estou para perceber o que será exactamente a "garantia de oportunidades, baseada no mérito, no acesso ao ensino superior".

A ideia da examocracia aparece-nos, mais uma vez, como ideia salvadora e de exigência, fechando os olhos ao facilitismo que é “examinar para excluir” (MES), aumentando as explicações privadas e transformando as escolas em campos de treino para os exames, o que significa deixar à margem uma parte da matéria que devia ser transmitida decentemente. Como se não bastasse, as notas d@s alun@s continuarão a pesar na avaliação d@s docentes.

O programa do Governo fala-nos ainda "do aumento da produtividade do sistema, através duma gestão mais eficiente". Algo me diz que isto nos remete para as ledas histórias de regimes fundacionais sobre as quais, não me querendo repetir, deixo os links para isto e isto.

No meio disto tudo, importa salientar os dois caminhos possíveis: o da falácia ou o da construção de uma escola pública de qualidade. O novo Governo já escolheu o seu caminho facilitista, embriagado em falsas lógicas de competitividade e exigência. Resta-nos a alternativa.

1 comentário:

  1. Pois sua bárbara desde que não seja da famelga do Rui Pedrosa

    só tenho a escrever isto:
    em mais agrupamentos que terão a sua direcção estratosférica e afastada da comunicada escolar:

    a dita comunicada
    nunca aparece muito nas escolas
    se a direcção fica estratosférica da dita comunicada até pode ser que resulte dai algum bem
    assim os membros da comunicada quando quiserem estrafegar alguém
    têm de fazer mais exercício

    - numa redução drástica de pessoal, o que irá também significar que o perene desejo de que as turmas sejam mais pequenas e de que cada docente tenha menos alun@s continuará a não ser mais do que um desejo.

    o perene desejo.....
    com tantos docentes que só tinham meia dúzia

    o problema nãO É O Nº DE ALUNOS

    é o comportamento dos ditos

    não é por ter 10 ou 30 que se consegue personalizar o ensino

    em 45 minutos mesmo com 5 alunos
    não se poderia dar uma aula personalizada de 9 minutos a cada um

    ou dar mais atenção aos problemas existenciais amorais e amorosos dos ditos cujos

    logo a sua perene barbárie

    resulta do facto de:

    a) nunca ter dado aulas?

    b) ser de formação inox num curso de acções de observação e análise da prática pedagógica?

    c) ter uma perene aspiração a ser perene?

    (escolha a alternativa in cu reta)

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