Muito se escreverá sobre o Bloco de Esquerda durante os próximos tempos. Vasco Pulido Valente, Pedro Lomba, José Manuel Fernandes, Henrique Raposo, Helena Matos, e restante maralha irão, mais cedo do que tarde, dar a sua dentada no BE. Nada mais expectável de quem fez dessa arte um ofício rentável e tanto ódio acumulou pelas malfadadas previsões, a cada eleição, sobre os resultados do BE. Sabemos quem são e sabemos como os enfrentar. À direita nada de novo. Mas não deixa de ser notável que, nem bem arrefecidos os ânimos de uma derrota, sem dúvida amarga, alguém na esquerda desponte, num alarde frenético contra o BE, próprio de quem a espera retesou os argumentos, que agora disparam numa cadência furiosa.
Daniel Oliveira ocupou com agrado a tribuna oferecida pela RTP. A posição que apresenta é, como sempre, triunfalista. A derrota eleitoral do BE não deve ser entendida ou analisada, deve ser purificada na oferta do sacrifício, na decapitação dos ultrajantes vencidos. Por isso, não interessa, como o próprio o diz, que as mesmas pessoas sejam reconduzidas na liderança do BE e é de pouca monta o facto de, no próximo sábado, uma nova Comissão Política do BE vir a ser eleita, como sempre, pela nova Mesa Nacional (curiosamente eleita há um mês). Trata-se, francamente, de uma moral de classe, própria dos partidos em que a individualização dos resultados é consequência da sua prática política. Mas é mais do que isso.
DO aposta na deslegitimação da direcção do BE e quer uma luta mediática aberta que lhe permita equilibrar as forças que lhe faltam internamente na procura do seu objectivo: colocar o BE na rota de entendimento com o PS. É preciso recuperar “os dois anos de trabalho atirados para o lixo” por conta da moção de censura, reconstruir as pontes da amizade, agora que Seguro tem o caminho aberto e, na oposição, pode redecorar os sonhos de um PS à esquerda. Doce veneno. DO não fala das questões que importam: a aliança FMI, o bloqueio mediático do BE, a vitória do discurso da austeridade e da economia do medo. Prefere cavalgar a narrativa de erros que o próprio ajudou a criar, do Alegre à moção de censura (e sim, discuti-los-emos).
DO tem esse direito, é certo, mas tenho cá para mim que também temos o direito e o dever de, à esquerda, medir alcance da sua proposta, pois, nos tempos atribulados que se avizinham, reconhecer em que tabuleiro se decidem os embates da esquerda é um dos passos mais decisivos. Vejamos, não é a toa que a maioria dos militantes do BE abra um sorriso quando a RTP constrói uma peça de ataque à direcção do BE na qual apenas falam DO e Joana Amaral Dias. É todo um retracto. DO fala de fora, proclama a necessidade de uma nova Convenção mas os militantes do BE sabem que há um mês atrás ele não subscreveu nenhuma das 4 moções em discussão ou sequer quis ocupar o lugar de delegado. Diz ele que tudo já estava decidido na Convenção, mas as críticas que dirige à direcção do BE são referentes ao período anterior à Convenção, ou seja, foram a votos. Sabe que bastam 10% de assinaturas dos aderentes para convocar uma Convenção extraordinária mas não o refere, nem mexerá uma palha para as recolher (lá estará o Gil Garcia). Mais uma vez, o comentador vence o militante.
A proposta oca e desonesta de DO não é um apenas um episódio infeliz na esquerda portuguesa. Os falsos biombos são sempre um perigo para quem vai à luta, e como sempre na história é preciso perceber bem aqueles que, incapazes de voos altos, rapidamente perdem de vista os que estão determinados em conquistar os céus
Daniel Oliveira ocupou com agrado a tribuna oferecida pela RTP. A posição que apresenta é, como sempre, triunfalista. A derrota eleitoral do BE não deve ser entendida ou analisada, deve ser purificada na oferta do sacrifício, na decapitação dos ultrajantes vencidos. Por isso, não interessa, como o próprio o diz, que as mesmas pessoas sejam reconduzidas na liderança do BE e é de pouca monta o facto de, no próximo sábado, uma nova Comissão Política do BE vir a ser eleita, como sempre, pela nova Mesa Nacional (curiosamente eleita há um mês). Trata-se, francamente, de uma moral de classe, própria dos partidos em que a individualização dos resultados é consequência da sua prática política. Mas é mais do que isso.
DO aposta na deslegitimação da direcção do BE e quer uma luta mediática aberta que lhe permita equilibrar as forças que lhe faltam internamente na procura do seu objectivo: colocar o BE na rota de entendimento com o PS. É preciso recuperar “os dois anos de trabalho atirados para o lixo” por conta da moção de censura, reconstruir as pontes da amizade, agora que Seguro tem o caminho aberto e, na oposição, pode redecorar os sonhos de um PS à esquerda. Doce veneno. DO não fala das questões que importam: a aliança FMI, o bloqueio mediático do BE, a vitória do discurso da austeridade e da economia do medo. Prefere cavalgar a narrativa de erros que o próprio ajudou a criar, do Alegre à moção de censura (e sim, discuti-los-emos).
DO tem esse direito, é certo, mas tenho cá para mim que também temos o direito e o dever de, à esquerda, medir alcance da sua proposta, pois, nos tempos atribulados que se avizinham, reconhecer em que tabuleiro se decidem os embates da esquerda é um dos passos mais decisivos. Vejamos, não é a toa que a maioria dos militantes do BE abra um sorriso quando a RTP constrói uma peça de ataque à direcção do BE na qual apenas falam DO e Joana Amaral Dias. É todo um retracto. DO fala de fora, proclama a necessidade de uma nova Convenção mas os militantes do BE sabem que há um mês atrás ele não subscreveu nenhuma das 4 moções em discussão ou sequer quis ocupar o lugar de delegado. Diz ele que tudo já estava decidido na Convenção, mas as críticas que dirige à direcção do BE são referentes ao período anterior à Convenção, ou seja, foram a votos. Sabe que bastam 10% de assinaturas dos aderentes para convocar uma Convenção extraordinária mas não o refere, nem mexerá uma palha para as recolher (lá estará o Gil Garcia). Mais uma vez, o comentador vence o militante.
A proposta oca e desonesta de DO não é um apenas um episódio infeliz na esquerda portuguesa. Os falsos biombos são sempre um perigo para quem vai à luta, e como sempre na história é preciso perceber bem aqueles que, incapazes de voos altos, rapidamente perdem de vista os que estão determinados em conquistar os céus
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ResponderEliminarÉ com gajos como este pró coreano que a FER se quer juntar? Mas, gente, nota-se que ele nos ama!!
ResponderEliminarEste Chalana é muito mais habilidoso que o verdadeiro.
Ei! Leiria sem Heitor!!!
ResponderEliminarEu sou pró-Vietname. Não confundir os termos, sócio! De resto, passei por aqui, pra vos dizer que vos citei. Muchas gracias, sim? Tanks!
Insistir que a Convenção extraordinária foi iniciativa da FER é desonestidade intelectual, e tu sabes disso.
ResponderEliminarJoão Delgado
Não foi só, sabemos! Mas é de notar que, como o vermelhos.net noticiou, Gil Garcia tenha embarcado na esparrela de pedir a demissão da CP. Bela concepção de postura revolucionária.
ResponderEliminarproposta oca necessita de sangue novo
ResponderEliminarmas derramar o de Louçã qu'é velho
não vai dar um novo bloco
o Bloco tinha potencialidades
tinha também atavismos
e velhas mentes em novos corpos