12 de outubro de 2010

Um capital de oportunidades!


Olhando para o momento político em que nos encontramos, facilmente concluímos que a esquerda tem em mãos um dos cenários mais gravosos a que podíamos estar submetidos, mas tem também em mãos uma oportunidade única para criar movimento social e exigir transformações sociais concretas. O cenário é evidentemente negro, foi anunciado o novo pacote de austeridade, recessivo e que estabelece uma escolha política, a de ir buscar recursos a quem menos tem, os cortes na acção social para o ensino superior são uma realidade já no terreno, a guerra imperialista avança a ritmo desenfreado, o PSD ganha base eleitoral e planeia hipoteticamente o seu sonho – um governo, um presidente, uma maioria -, para avançar com a revisão constitucional que planeiam há anos. E perante tudo isto como reage a esquerda e como reagem os movimentos sociais?


Não sou daqueles que acha que quanto pior, melhor, quanto pior viverem as pessoas melhor, porque mais revolta irá surgir e mais acção daí irá advir. Mas sou daqueles que acha que perante o estado em que nos encontramos, chegámos ao momento em que a esquerda e os movimentos sociais têm que provar a sua existência. Chegou, até, o momento de quebrar o medo. Todos os dias pessoas estão a ser despedidas, os subsídios sociais estão a ser cortados, os impostos aumentados, os serviços públicos a ser privatizados, o Estado a entregar ao mercado a vida das pessoas. As pessoas não podem ter medo, porque tudo o que elas receavam já está acontecer e portanto só existe uma solução, sair à rua e lutar por outras respostas.


Dia 24 deNovembro, temos em mãos uma greve geral, que tem que ser vitória. E a esquerda deve empenhar-se fortemente nessa luta e ampliar um consenso social de luta por futuro melhor. Dia 17 de Novembro, temos em mãos, uma manifestação nacional pelo ensino superior, mais uma oportunidade de dizermos não ao desinvestimento no futuro e à elitização das Universidades e do conhecimento. Dias 19 e 20 de Novembro temos a Contra Cimeira da NATO, uma ocasião impar para resistir contra a guerra e as políticas belicistas da NATO. Pelo meio a Cultra organizará um debate sobre o papel da NATO, a resistência às portagens nas SCUT vão continuar, e muitas outras formas de luta vão emergir.

Todas estas lutas, bem diferenciadas, mas que põem em cheque o modelo de desenvolvimento escolhido vão mobilizar milhares de Portugueses, e isso não pode ser em vão, todas estas jornadas tem de ser aproveitadas para uma mobilização crescente contra o este modelo de desenvolvimento que é errado, que prejudica sempre os mesmos, e que é conivente com a guerra aos povos.

É neste quadro de lutas, a candidatura do Alegre pode ser fulcral. Ter um presidente de esquerda capaz de condenar a destruição do Estado social, dos serviços públicos, a elitização do ensino e as acções imperialistas ao invés de um presidente de direita, conversador, que não só é conivente como apoia integralmente estas políticas, é uma oportunidade ouro. E nós não a podemos perder, não hoje, não agora!

Vamos à luta!

Publicado originalmente aqui.

5 comentários:

  1. em relação a Alegre:

    "capaz de condenar"??? Será?

    É como perguntar se deus existe. Será?

    É uma questão de fé.

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  2. ÉS UM PATAQUEIRO...O PAÍS VIVE O QUE VIVE E TU QUERES O ALEGRE...OS TEUS ARGUMENTOS PARA VOTAR EM ALEGRE SÃO PATÉTICOS TRISTE

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  3. meu deus és o clone ideológico de matosinhos do
    mineiro covilhanense
    se não foste endoutrinado andas perto

    só não destruimos a unita com os mísseis para preservar os nossos recursos naturais

    É neste quadro de lutas,e comidinha quem a produz nã tou a ver ninguém a vir dos campos cada vez mais explorados pelos lutadores consumidores de produtos externos
    a defenderem os poucos produtores de riqueza


    a candidatura do Alegre pode ser fulcral. ter ilusões no caçador Simão do século xxi é bonito


    Ter um presidente de esquerda capaz de condenar a destruição do Estado social, dos serviços públicos....capaz de ir cavar a terra com palavras
    para produzir os 80 % de consumo externo que esses serviços públicos ajudam a consumir

    mais carros mais serviços centralizados a 20 ou 30 km de distância dos trabalhadores

    centros de cidades vazias cujos proprietários são as câmaras
    já nem falo das empresas das ditas cujas

    nem dos autarcas que à custa de fluviários redes com viários e públicas empresariedades ganharam o direito a casas de férias no sul do algarve e na zona serrenha ao pé de campos de golfe em nome de parentéis e de sociedades sediadas algures
    ou com time's sharing perpétuos
    no sul de espanha
    Ayamonte e isla cristiña inclusos

    vai trabalhar que já tens 18 anos
    emigra que faz bem à alma

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  4. entre um alegre cava cu e um cava cu alegre
    venha jasus e escolha um dus políticos profissionais um desde 74 e o outro desde 76?
    um deu meia dúzia de aulas a peso de ouro
    mais a reformazita de uns 60 mil por ano desde 1991
    o outro deu tiros nos pratos e reformou-se com uns cento e tal salários mínimos por ano

    tá claro cada um deles vale por 12
    e tem filhos a alimentar

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  5. "ao invés de um presidente de direita, conversador, que não só é conivente como apoia integralmente estas políticas"

    Acho que detectaste a diferença entre Alegre e Cavaco. Um é conivente, o outro apoia. Nenhum se opõe aos planos de austeridade. Ambos são, de facto, "fulcrais" relativamente ao movimento que se avizinha contra estes planos. Um é "fulcral" por ser um possível carrasco do movimento. Outro, o Alegre, é "fulcral" pois é possível bombeiro do movimento. Um é o pau, outro é a cenoura. O burro somos nós.

    Manel Afonso

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