Gostava de, um dia, ter a oportunidade de privar com Sarkozy para lhe agradecer tudo o que tem feito por mim. Era eu uma criança despreocupada e ignorante até ter sido iluminada pelas suas palavras hercúleas. Graças a Sarkozy, eu, que tão estupidamente achava que o mundo estava dividido em pessoas boas e más, dei um enorme passo na minha condição de ser humana e entendi que, afinal, o mundo se divide em branc@s e criminos@s. Até aí, tudo bem. O que me espanta é que, após Sarkozy nos ter mostrado que @s cigan@s são @s culpad@s pela crise mundial, ainda haja extremistas de esquerda pront@s a defendê-l@s. Há até, e isto é condenável, quem considere que a expulsão d@s cigan@s de França foi racismo. Mentira, raça há só uma. Há a branca, raça enorme, raça boa, já o camarada Hitler o dizia. E há as outras. As culpadas pela crise mundial, as culpadas pelos problemas do mundo. Um dia, acreditem ou não, até vi uma notícia de um preto que assaltou uma senhora. A cor de pele é impossível de disfarçar e, olhem, amig@s, essa bandidagem não engana ninguém.
Tod@s nós sabemos que @s cigan@s não são fiáveis. Na escola primária, eu tinha uma colega cigana. Era a Sheila. Camaradas, a Sheila, num belo dia solarengo, bateu-me. Com a mão. Como ela, algumas dezenas de crianças me bateram. Digamos até que a minha estupidez sempre fez com que muito boa gente tivesse vontade de me dar uns bons sopapos. No caso das dezenas de crianças que me bateram, era a idade a manifestar-se. No caso da Sheila, era, obviamente, uma coisa de sangue, um instinto violento que todas as pessoas que não são pálidas como eu possuem. Além disso, é uma falta de respeito enorme. Que uma pessoa branca me bata, tudo bem. Há igualdade de circunstâncias. Estamos tod@s no mesmo nível. Se eu bater no meu primo de sete anos, pessoa alguma se irá escandalizar e ninguém levará a mal. Agora se eu bater numa pessoa muito superior a mim, como, por exemplo, o Sarkozy, aí já é o diabo. Já lá diz o velho ditado: “cada raça no seu galho”.
Outra prova de que @s cigan@s não são fiáveis é o caso do Quaresma. Confesso que desde que o meu clube me deu um desgosto que não vejo futebol, mas jamais me esquecerei da prova de que @s cigan@s são a raça inferior que o Quaresma nos deu há uns anos, quando tão vil e tão traidor revelou ser. Ainda no Barcelona, disse o senhor que não voltaria para Portugal. Caríssim@s, umas semanas depois, lá estava o rapaz a jogar no Porto. A minha dignidade de apoiante do Sporting ficou chateada. A minha visão de pessoa branca, sinceramente, não esperava outra coisa daquele miúdo.
Quanto a França, é mais que compreensível que o bondoso Sarkozy tenha perdido a paciência. Sempre ligad@s à alta finança, @s cigan@s têm arrastado o mundo para a miséria. Sempre em negócios escuros, nas feiras tentam vender-nos produtos de baixa qualidade, qualidade muito inferior àquela que nós, pessoas brancas, merecemos. Para além disto, atrapalham-nos no nosso dia-a-dia. Ainda ontem fui ao supermercado, cheia de pressa, comprar iogurtes e bolachas e, olhem, na hora de pagar, tive de esperar que uma senhora cigana fosse atendida. Sim, porque esta gente nem se digna a deixar que @s branc@s passem a frente. E isto é que me revolta. Nem imaginam vocês a intensidade fervorosa com que louvei o amado Sarkozy nessa vil hora.
Se o que digo não vos convence, vejam cinema. Reparem no Chaplin. O homem era cigano e, para além de fazer filmes a preto a branco, ou seja, representativos da pouca evolução do mundo, raro era o filme em que o gajo não fugia da polícia.
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