Passados nove anos do ataque às torres gêmeas que transformou grande parte da geopolítica mundial, a discussão central nos EUA gira à volta do Islão. Um pastor que quer queimar livros “à antiga” acompanhado por um debate nacional sobre a construção ou não de uma mesquita perto do Ground Zero. Enquanto isto, continua uma alegada procura de Bin Laden não se sabe bem por onde, invadindo e ocupando países pelo caminho, passando por cima de quem for preciso passar. Para quê?
Reflexos de um país que ainda vai demorar muitos anos a fazer uma análise sensata das razões e das consequências do ataque de 11 de Setembro de 2001. Será sempre mais fácil culpar uma religião “estranha” e “perigosa” como o Islão, usando o medo dum grupo maioritariamente de outras etnias para manipular a opinião pública em defesa de aventuras bélicas ao serviço dos grandes interesses económicos do neoliberalismo. Procurar mais mercado, custe o que custar.
Hoje o Iraque e o Afeganistão são países em estado de choque, com um povo vivendo uma “democracia” de fantoches, que continua em guerra civil, sob o poder da mesma elite política, mas desta vez controlada pelo Império. Hoje, empresas americanas como a Halliburton ou a Blackwater enriquecem protegidas por regimes corruptos, fechando os olhos à repressão dos direitos humanos mais básicos. No Afeganistão, por exemplo, os mesmos taliban que foram censurados há poucos anos por reprimirem os direitos das mulheres e por instaurarem um regime teocrático, são hoje aliados de Karzai, Presidente apoiado por Obama e irmão de um dos maiores narcotraficantes do país.
Tudo isto é apoiado pelo braço militar do Império, a NATO, organização militar ao serviço dos EUA de que Portugal é membro. Neste momento estão soldados portugueses no Afeganistão a matar a serviço destes Senhores da Guerra que lutam por interesses geopolíticas completamente alheios às necessidades portuguesas. Portugal está em guerra, investe 10 vezes mais em defesa do que em cultura, não porque seja ameaçado por alguma força estrangeira, mas porque o Ministro Luís Amado está interessado em agradar ao Obama, ao Bush, ou a quem quer que esteja na Casa Branca.
Mas houve outro 11 de Setembro, que é sempre útil relembrar.
A 11 de Setembro de 1973, Salvador Allende, Presidente socialista democraticamente eleito no Chile, é deposto com um golpe de Estado do General Pinochet, que levaria a uma das piores ditaduras do século XX. A vitória democrática de Allende, que tinha dado esperanças a vários movimentos de esquerda pelo mundo, era um pólo de resistência numa América Latina povoada de ditaduras militares.
Com a queda de Allende, instaurou-se um regime que durante 17 anos, foi um autêntico laboratório para as políticas ultra-liberais de desregulação das economicas nacionais que são actualmente usadas por instituições como o FMI ou o Banco Mundial para “salvar” países como a Grécia. Hoje, o povo chileno ainda paga a factura das políticas selvagens de privatizações sugeridas pelos Chicago Boys de Milton Friedman, tendo que complementar a maior parte das pensões de reforma, perdidas no casino das bolsas.
A NATO, braço militar dos interesses económicos dos EUA, vai ter a sua cimeira em Lisboa de 19 a 21 de Novembro próximo. Estaremos cá à espera dos poderes mundiais protestando contra este sistema e o seu aparelho de repressão global, que quer agora ter poderes para actuar em qualquer parte do mundo, em qualquer altura, sem se preocupar com o Direito Internacional.
Reflexos de um país que ainda vai demorar muitos anos a fazer uma análise sensata das razões e das consequências do ataque de 11 de Setembro de 2001. Será sempre mais fácil culpar uma religião “estranha” e “perigosa” como o Islão, usando o medo dum grupo maioritariamente de outras etnias para manipular a opinião pública em defesa de aventuras bélicas ao serviço dos grandes interesses económicos do neoliberalismo. Procurar mais mercado, custe o que custar.
Hoje o Iraque e o Afeganistão são países em estado de choque, com um povo vivendo uma “democracia” de fantoches, que continua em guerra civil, sob o poder da mesma elite política, mas desta vez controlada pelo Império. Hoje, empresas americanas como a Halliburton ou a Blackwater enriquecem protegidas por regimes corruptos, fechando os olhos à repressão dos direitos humanos mais básicos. No Afeganistão, por exemplo, os mesmos taliban que foram censurados há poucos anos por reprimirem os direitos das mulheres e por instaurarem um regime teocrático, são hoje aliados de Karzai, Presidente apoiado por Obama e irmão de um dos maiores narcotraficantes do país.
Tudo isto é apoiado pelo braço militar do Império, a NATO, organização militar ao serviço dos EUA de que Portugal é membro. Neste momento estão soldados portugueses no Afeganistão a matar a serviço destes Senhores da Guerra que lutam por interesses geopolíticas completamente alheios às necessidades portuguesas. Portugal está em guerra, investe 10 vezes mais em defesa do que em cultura, não porque seja ameaçado por alguma força estrangeira, mas porque o Ministro Luís Amado está interessado em agradar ao Obama, ao Bush, ou a quem quer que esteja na Casa Branca.
Mas houve outro 11 de Setembro, que é sempre útil relembrar.
A 11 de Setembro de 1973, Salvador Allende, Presidente socialista democraticamente eleito no Chile, é deposto com um golpe de Estado do General Pinochet, que levaria a uma das piores ditaduras do século XX. A vitória democrática de Allende, que tinha dado esperanças a vários movimentos de esquerda pelo mundo, era um pólo de resistência numa América Latina povoada de ditaduras militares.
Com a queda de Allende, instaurou-se um regime que durante 17 anos, foi um autêntico laboratório para as políticas ultra-liberais de desregulação das economicas nacionais que são actualmente usadas por instituições como o FMI ou o Banco Mundial para “salvar” países como a Grécia. Hoje, o povo chileno ainda paga a factura das políticas selvagens de privatizações sugeridas pelos Chicago Boys de Milton Friedman, tendo que complementar a maior parte das pensões de reforma, perdidas no casino das bolsas.
A NATO, braço militar dos interesses económicos dos EUA, vai ter a sua cimeira em Lisboa de 19 a 21 de Novembro próximo. Estaremos cá à espera dos poderes mundiais protestando contra este sistema e o seu aparelho de repressão global, que quer agora ter poderes para actuar em qualquer parte do mundo, em qualquer altura, sem se preocupar com o Direito Internacional.
Também publicado no Esquerda.net
Sem comentários:
Enviar um comentário