1 de setembro de 2010

Preenchendo o questionário do 5dias

Actualmente, e na continuidade do programa da revolução democrática e nacional aprovado no VI Congresso do PCP e dos ideais, conquistas e realizações históricas da revolução de Abril, o PCP luta por uma democracia avançada no limiar do século XXI, simultaneamente política, económica, social e cultural, com cinco componentes ou objectivos fundamentais:

  1. um regime de liberdade no qual o povo decida do seu destino e um Estado democrático, representativo, participado e moderno;
  2. o desenvolvimento económico assente numa economia mista, moderna e dinâmica, ao serviço do povo e do País
in Estatutos do PCP

Todos os partidos que se reivindicam do socialismo e ou do comunismo, na Europa e na maior parte do globo, lutam por reformas, seja: por palavras de ordem, no movimento social e laboral e nos parlamentos nacionais e transnacionais (nos casos onde esta representação existe).

Apresentam os seus programas e propostas mediante a situação e a conjuntura política e social. Assim são, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português, tal como os seus parceiros internacionais, que em muitos dos casos, são semelhantes. O caso do Die Linke é apenas um deles, poderia citar dezenas, mas penso que pouco acrescentaria à discussão.

O que não invalida a pretensão e o alcance de uma sociedade socialista. E sim Rafael, na dicotomia Reforma ou Revolução, hei-de-me situar sempre do lado da Revolução.

Pegando na raíz dessa dicotomia, aproveito para responder, à saída pouco séria do Rafael, sobre o que disse sobre o Partido Socialista.

"ou seja deduzo que o Fabian até admite que se o PS reassumisse o seu papel reformista (um pouquito mais à esquerda, como havia dito), seria o companheiro ideal do Bloco (e esqueçamo-nos lá dessa porra de revoluções, que essa merda dá muito trabalho)"


Nada de mais errado, seja a minha opinião, seja a do Bloco de Esquerda. E assim aproveito para recuperar, um velho e intemporal debate, sobre o que se passou em Itália há uns anos, que cabe aqui que nem uma luva, para dissipar os preconceitos que sopram sempre do mesmo vector:

"A participação gestionária num governo liberal, de "centro-esquerda", pode até ser justificada para impedir males maiores às classes populares mas comete o crime de roubar a esperança numa alternativa social. Umas migalhas não fazem a dignidade numa luta de opostos. Ao acentuar-se a crise estratégica do reformismo mantinha-se um apelo ao reagrupamento das esquerdas políticas e sociais. O PRC (1) ao fazer parte da crise do reformismo produz desmembramento do espaço transformador, divisões, atraso na consciência social.
- Luís Fazenda, Carlos Santos e Vítor Franco in Revista Virús, pag 43 "

(1) Partido da Refundação Comunista (Itália)

Capiche? Faço das palavras supracitadas as minhas, penso que torna todo o assunto bastante claro.

Sobre a diversidade cultural e política, reconheço que ela exista dentro do PCP, e que uma forma ou outra sempre existiu, de Francisco Martins Rodrigues à Renovação Comunista, agora a sua expressividade e espaço de manobra é outra coisa.

E aliás Rafael Fortes reivindica-se parte dela, e facilmente se o reconhece em parte do seu discurso e opinião escrita. E mais exemplos existem:


O resto pode ser lido aqui

PS1 - Não sou funcionário, e acho pueril esse tipo de acusação, todos os partidos os têm, são essenciais para a vida e o funcionamento do partido. Quantos do PCP é que não escrevem na blogoesfera? Não acrescenta nada de novo, para além de poeira inconsequente. E digamos só lhe fica mal.

PS2 - As minhas referências ideológicas? Marx, Engels, Lenine, Nazim Hikmet Ran, Gramsci, Zizek, Althusser, e por ai adiante. Tenho as minhas divergências e leituras diferentes, com quase todos, mas vejo-os ,como essenciais para pensar o marxismo hoje.

Renato,

havemos de ter oportunidades de dizer Olá um ao outro, quanto a dizer, Adeus ao Lenine, deixo o repto, pós-lenine é pré-revolução.

Quanto à minha nota biográfica no 5dias, o Google ter-te-ia dado mais informações.

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