1 de junho de 2010

A Criança alemã


O presidente Köhler demitiu-se ontem por estar amuado. O presidente da república da Alemanha demitiu-se por não se sentir devidamente apoiado e pelo "desrespeito" a que foi votado pelas críticas desencadeadas por uma declaração inocente que fez:





Disse que um país tão dependente da exportação como a Alemanha deve "em casos de emergência (...) recorrer a intervenções militares para defender os seus interesses, como, por exemplo, o comércio livre"

Estava de regresso de uma visita às tropas no Afeganistão... E as críticas choveram. O gabinete do presidente tentou ingloriamente estancar o dilúvio com uma interpretação oficial: estaria a falar da operação anti-pirataria no Corno de África.

A chanceler Angela Merkel fechou-se em copas, não comentou. E o presidente Köhler, que apenas disse aquilo que todos sabemos, fez birra e demitiu-se.

Afinal isto foi mesmo um problema de infantilidade. As crianças não são impedidas de fazer cocó, é até desejado que elas o façam, mas não podem dizer cocó quando lhes apetece - há regras.

O mesmo se aplica aos gestores políticos do imperialismo global: não se pode dizer que as operações militares como a do Afeganistão (NATO ou para-NATO) servem para defender interesses económicos e de poder.

O problema é que hoje é que é o dia da criança! e é hoje um bom dia para pensarmos no que a verdade desta inconveniência presidencial significa para as crianças de hoje e de amanhã, que mundo temos e teremos para nós e para elas... Mãos à obra.

O melhor do mundo são as crianças, como diria uma Pessoa.

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