3 de abril de 2010

digo adeus na entrada deste palco

Mais que corresponder à gestão de expectativas, torna-se desafiante escrever neste promissor canto virtual de ideias apelidado de Adeus Lenine, pela força e pelo peso que a conjugação de essas duas palavras significam para a esquerda revolucionária. Um adeus é diferente do até já pois corta à partida um reencontro com o receptor da mensagem, e quando o receptor é Lenine à esquerda da esquerda abrimos um campo extenso de turbulência.

Não tendo de todo a salvaguarda que não seremos processados pelos detentores da distribuição do Goodbye Lenin em Portugal, tenho a certeza que seremos censurados por outros pelo espaço que queremos disputar e abrir, que dê respostas à luz do marxismo no século XXI, que com imaginação e rigor ideológico rompa com o legado do monolitismo, com a persistência na lógica de sempre de quem nada aprendeu com a queda do muro e com a desagregação da URSS.

A esquerda que não almejar ser mais que um projecto de resistência suportado por uma legitimação teórica interna saudosista e estóica não cultiva campo para o Socialismo, é por isso que entendo que pós-lenine é pré-revolução.

O meu adeus lenine não é um começar de tábua rasa é de quem entende que o marxismo precisa de um resgate que aprenda e que evolua de Lenine, rejeitando sempre os cantos de Sereia da concepção pós-revolucionária e pós-luta de classes e a fatalidade cinzenta do derrotismo.

Junto-me então a vocês. Que bons combates se sigam.

“It is impossible to predict the time and progress of revolution. It is governed by its own more or less mysterious laws.”

Vladimir Illich Ullianov

3 comentários:

  1. blá, blá, blá!

    Enquanto o Zé dos bigodes andou por cá, isto andava pra frente! Com o Dr. Louçã não vejo nada

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  2. eu bem o percebo. Se você "andou por cá" com o Zé dos Bigodes é normal que hoje tenha uma certa idade, e já se sabe como é, a visão é das primeiras coisas a ressentir-se do peso do tempo, daí não conseguir ver muito.

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  3. a par do zé miranda, considero-te o maior poeta político português :P

    ana bárbara pedrosa

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