É curioso que para dizer Estado/Governo os gregos usam a palavra Kratos e o nome do seu Estado, traduzido em português como República Helénica, se escreve em grego Ellīnikī́ Dīmokratía (**). Quero com esta curiosidade sobre a Grécia sublinhar que o poder ou é do Demos (povo) ou é da dívida (dos credores). E se a dívida soberana sai do poder de um soberano (que seria o povo grego) para mãos alheias é porque esse poder foi alienado: o povo de soberano passou a tutelado.
A democracia não é um poder qualquer, é o poder de um povo, o poder de uma comunidade política que se reconhece enquanto tal. Ninguém vive em democracia se não fizer parte de um povo soberano. Isso não existe. E as línguas, as etnias e as religiões são uma questão absolutamente secundária como critério para o que é um povo. O critério que prevalece é o da comunidade política. É um povo toda a comunidade política historicamente construída que se reconheça enquanto tal, e isso muda ao longo do tempo, mas não brota instantaneamente.
A soberania popular foi uma conquista histórica dos povos. O povo português, por exemplo, libertou-se do poder absoluto da Dinastia de Bragança com a Revolução de 1820 e reafirmou em pleno essa soberania popular com a Revolução republicana de 5 de Outubro de 1910. Já os povos colonizados por Portugal, ganharam a sua soberania na luta contra Portugal enquanto potência colonizadora. O caso dos Estados Unidos é semelhante, o povo norte-americano nasceu na construção de um país contra as potências colonizadoras europeias. Contra os impérios, as dinastias absolutas e as potências coloniais, assim se formaram os povos soberanos, enquanto identidade de luta e de libertação.
Ao arrepio do direito dos povos à autodeterminação, a chantagem da inevitabilidade da austeridade como resposta à crise percorre todos os Estados-Membros da União Europeia e não apenas os intervencionados – Grécia, Portugal e Irlanda. A política BCE/FMI vai entrado em pacotes de austeridade sempre com a desculpa de que isso é para não ter de “chamar” o FMI. Os programas de empobrecimento cumprem velhos sonhos das burguesias da periferia e do centro da Zona Euro, mas a mobilização do poder e da ameaça das instituições internacionais acrescentam um elemento de tutela externa.
Casos mais graves e sintomáticos são os da Grécia e de Itália. À margem de qualquer legitimidade democrática, os governos da Grécia e da Itália passaram a ser chefiados por dois tecnocratas do BCE, ambos com a Goldman Sachs no seu currículo. Na Grécia. o pretexto para empossar o não-eleito e ex vice-presidente do BCE Papademos foi negar ao povo um referendo sobre as medidas de austeridade.
Além de ex presidente do BCE, Papademos foi, entre 1994 e 2002, presidente do Banco Central da Grécia, um colaborador ativo da maquilhagem das contas públicas atribuída aos serviços Goldman Sachs. O governo de Lucas Papademos (11 de novembro de 2011 – 16 de maio de 2012), novo governo da Troika, foi empossado com o apoio do PASOK (membro do Partido Socialista Europeu), a Nova Democracia (membro do Partido Popular Europeu) e o LAOS (extrema-direita). A extrema-direita não entrava no governo desde o fim do regime militar grego, em 1974. Embora tenha saído do governo em fevereiro de 2012 pelo seu próprio pé, não nos poderemos esquecer que lá chegou pela via da Troika.
O governo do também “independente” e eurocrata Mario Monti iniciou funções a 16 de novembro de 2011. Dias antes, a 9 de novembro, Monti foi nomeado para senador vitalício pelo presidente da Republica Italiana Giorgio Napolitano. Este primeiro-ministro não eleito foi comissário europeu entre 1995 e 2004, senior advisor da Golman Sachs e apoiante do movimento federalista europeu Grupo Spinelli. Mas não é só a ligação à Golman Sachs e à eurocracia o que une Monti e Papademos, ambos são membros do think-tank Comissão Trilateral, criado por David Rockefeller, em 1973.
O respeito de Monti pela democracia pode ser visto no caso da privatização da água. Houve uma esmagadora vitória nos referendos contra as leis de aceleração da privatização da água (95,7% dos votos) e o aumento das tarifas de acordo com o capital investido (96,1%), em 12 e 13 de junho de 2011 – nas mesmas datas foram igualmente derrotadas a imunidade de Berlusconi e a energia nuclear. Porém o novo primeiro-ministro fez vista grossa a um refendo, que até Berlusconi respeitou (!). Os serviços públicos municipais, incluindo a distribuição de água, entraram no vasto rol das privatizações, junto com: Ferrovie dello Stato, ANAS, AGIP, Grupo ENI, Posta e Banco Posta, ALITALIA, ENEL
Todo este roubo da democracia e à democracia exige uma resposta popular em toda a Europa. Enquanto europeístas de esquerda, não somos soberanistas/nacionalistas, mas não é por isso que podemos deixar de afirmar a importância da soberania popular, antes pelo contrário. Defendemos que a cidadania europeia tem o potencial de poder acrescentar às democracias da Europa a força de uma comunidade que amplifique as aspirações do desenvolvimento coletivo e da paz internacional. A Europa para ser democrática tem de ser uma comunidade de muitas democracias (isto é, de muitos povos soberanos) e simultaneamente uma comunidade solidária de cidadãs e cidadãos.
A Europa não precisa de imposições de uma política orçamental ao Estados-Membros que esteja de acordo com os interesses dominantes nas principais potências como a Alemanha e a França. A Europa precisa de uma grande solidariedade, um orçamento maior que possibilite uma maior cooperação e uma grande estratégia de desenvolvimento comum de todos os Estados-Membros e ao serviço de todos eles como iguais.
Pela democracia, fora com a Troika, fora com o federalismo orçamental.
Bruno Góis
Notas
* a referência a Troikocracia (de troika Fundo Monetário Internacional/Comissão Europeia/Banco Central Europeu) está aqui em sentido amplo, posto que nos países não-intervencionados, como Itália, a política de austeridade não é aplicada por esta troika, ainda que com ela tenham as ligações referidas.
** Ellīnikī́ Dīmokratía é a versão em afabeto latino de Ελληνική Δημοκρατία |
δημοκρατία είναι
ResponderEliminaristo pá andas mal do grego ahn?
foi com a polis grega que apareceu, pela primeira vez, o que nós denominamos
Estado - conquanto o termo grego se possa traduzir tanto por Estado como por cidade... Sendo Estado e polis equivalentes
kratos é o phoder que todos e tudo phode....
Portanto adevia ficar assis:
É curioso que para dizer PHODER os gregos usam a palavra Kratos que por acaso tamém anda em bídeojogos
se escreve (ESCREVE-SE?)em grego Ellīnikī́ Dīmokratía
Quero com esta curiosidade sublinhar que o pHoder kratOS é brasileiro?
ou é do Demos (povo)
Demos, a rhetorical term for the population of an ancient Greek state. Deme or Demoi, the term for an ancient subdivision of Attica....logo de um povo muito particular
ou é da dívida (dos credores)....muitos deles gregos por sua infelicidade
grego que compra título do thesouro grego em vez de alemão chama-se parvo
idiotes é o homo privados que compra título suiço perdendo 20% em juros em 10 anos
E se a dívida soberana sai do phoder=KraTOS de um soberano (que seria o BCE...que aparentemente é de todo o povo eurropeu mas é mais grego que os demais para mãos alheias é porque esse poder foi alienado: o povo de soberano passou a tutelado....logo não pagamos as tutelas queremos ser livres como os somalis
JagaJune 4, 2012 8:23 PM
There is a real choice between two parallel currencies only when their circulation is equal and plentiful. If one is scarce and "foreign", then the other, the cheap one, becomes the default currency of everyday exchange.
Additionally, no one, not even the most pro-drachma advocates, dream of replacing euro in 24 hours. Instead, there will be a period of 6 months up to 2 years of double currency in Greece, as it works in other (poor/developing) countries. The only critical factor is the amount of money circulation (in euro) that the Eurogroup regards as "acceptable risk" for the Greek economy: if it is realistically too low, then the euro will be dropped shortly by default.
GμόσιοςJune 5, 2012 1:46 AM
I won't cry for you Argentina!
vaggelasJune 5, 2012 1:36 PM
LOΟΟL
Reply
JagaJune 4, 2012 6:06 PM
"Δουλέψτε μέχρι τα 80 σας χρόνια!" (4/6/2012):
>> http://www.hbnews.gr/permalink/133313.html
"...η κρίση χρέους στην Ευρώπη καταδεικνύει ότι οι κυβερνήσεις σε όλο τον κόσμο πρέπει να αποδεχθούν ότι οι άνθρωποι θα πρέπει να εργαστούν περισσότερα χρόνια, όσο αυξάνει το προσδόκιμο ζωής..."
Όχι, δεν το είπε ο Λοβέρδος (το έχει πει παλαιότερα βέβαια). Πριν σπεύσουν κάποιοι να συμφωνήσουν, ας διαβάσουν ποιος το λέει και που εργάζεται. Δεν χρειάζεται κανένα σχολιασμό.
Ainda bem que falas pelos gregos ó jagganatha666
de góis
bai ber estes há lá um que dizem más línguas em 2005 mandou um petroleiro pelos ares e uma refinaria junta com uns ganeses pelo meio e um grego para dizem gente das hellas...o patronato partidário hellénico receber uns trocos
isto é tutti más línguas os grecques sunt a gran people espoliado e não pagou indeminidades ao ghana porque os ganeses ganem como cães
são bárbaros e as dívidas deles são do fMI não são gregas
os gregos são fine e os jagga's e o père's dos jagga's são gente civilizada e viajada
não são bárbaros cuja incúria afundou um vaso da marinha da Hellas....
élasse andré brun...de goys e boys
tu grecque is simplex
texto para atingir o KRATOS = Phoder ou outro Kratein
ResponderEliminarAIG: Δουλέψτε μέχρι τα 80 σας χρόνια!
04 Ιουνίου 2012, 14:16
Αύξηση του ορίου συνταξιοδότησης στα 80 έτη πρότεινε ο Διευθύνων Σύμβουλος της American International Group Inc (AIG) κ. Robert Benmosche.
Ο κ. Benmosche εκτίμησε ότι η κρίση χρέους στην Ευρώπη καταδεικνύει ότι οι κυβερνήσεις σε όλο τον κόσμο πρέπει να αποδεχθούν ότι οι άνθρωποι θα πρέπει να εργαστούν περισσότερα χρόνια, όσο αυξάνει το προσδόκιμο ζωής, Σύμφωνα με δημοσίευμα του Bloomgerg....
cuidado ao traduzir καταδεικνύει kata.....
katafaraum é uma nação....
o povo são os hilotas nã botantes...
PESSOAL QUE "VENDE TUDO E MAIS ALGUMA COISA":
ResponderEliminar- pessoal que andou a promover endividamento... agora anda por aí a argumentar que - por forma a evitar que a Europa caia num caos financeiro/económico - é absolutamente necessário um salto quântico federal («implosão das soberanias»): uma unificação financeira e fiscal da Europa.
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-> Muito muito mais importante do que a crise... é o DIREITO À SOBREVIVÊNCIA!!!
-> A luta pela sobrevivência é uma coisa difícil e complicada.
-> A bandalheira liquida tudo e mais alguma coisa – ‘n’ civilizações já desapareceram…
-> Só há um caminho a seguir: ‘CORTE’ COM A BANDALHEIRA!
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-> Quem só vê um palmo à frente do nariz... anda por aí, de década em década, numa alegre decadência 'kosovariana'.
--->>> Não vamos ser uns 'parvinhos-à-Sérvia'... antes que seja tarde demais, há que mobilizar aquela minoria de europeus que possui disponibilidade emocional para se envolver num projecto de luta pela sobrevivência... e SEPARATISMO-50-50!...
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P.S.
-> Deixemo-nos de bodes expiatórios… é altura de assumir a BANDALHEIRA PURA:
- venda se soberania;
- pessoal que não se preocupa em construir em construir uma SOCIEDADE SUSTENTÁVEL (média de 2.1 filhos por mulher)... que critica a repressão dos Direitos das mulheres… e em simultâneo, para cúmulo (!),… defende que se deve aproveitar a ‘boa produção’ demográfica proveniente de determinados países [aonde essa 'boa produção' foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres]… para resolver o deficit demográfico na Europa(!);
- ‘n’ negociatas à custa de mão-de-obra servil imigrante ao preço da chuva.
- etc.
Eu,um simples operário emigrante na Holanda desde 1964 e já velhote(88anos),digo simplesmente que o DEMO que é POVO mesmo na Grécia Antiga não tinha PODER,pois eram as Élites que governavam.E os romanos mais fortes e dominadores,copiaram dos gregos muito da sua arte e filosofia mas traduziram DEMO para DEMÓNIO e desde sempre o DEMO ou seja o POVO ou POPULO é o Diabo para os Poderosos os quais téem o apoio e a bênção da Santa Madre Igreja,como se viu na Grécia em que o Chefe do Governo faz juramento diante dos Vigários de Cristo,acatando assim a Vigarice.
ResponderEliminarEm Espanha,o Governo é do Partido Popular,mas eu pergunto se é o POPULO,que governa.