18 de junho de 2012
A esquerda tem uma voz forte
Após o resultado eleitoral da noite passada na Grécia com a vitória da Nova Democracia de Samaras e do segundo lugar alcançado pela Syriza liderada por Alexis Tsipras, a Grécia enfrenta agora e mais uma vez uma dura luta, a luta contra o novo fascismo que é proporcionado pelas instituições europeias. Pode ter sido a Nova Democracia a ganhar, principalmente depois da campanha de medo lançada por vários sectores de poder mundial contra a Syriza esta conquista o segundo lugar com um curta diferença percentual. A distribuição parlamentar é enganadora dos reais resultados pois o sistema eleitoral grego dá de bandeja 50 lugares a quem vença as eleições sendo o número de deputados entre a Nova Democracia e a Syriza uma falsa realidade do resultado eleitoral.
Com isto a Grécia terá à partida um novo governo formado entre a Nova Democracia e o PASOK de Venizelos. O dirigente socialista disse que formava governo com a participação da Syriza, mas esta tomou a melhor decisão, a decisão de não se aliar aos partidos que provocaram o declínio do povo grego optando assim por ser a mais forte voz de oposição ao programa da troika e a prova de que pode ser essa forte oposição é um resultado superior a 25%, vindo de um partido que andou nos 4% nas últimas eleições, não contando as de 6 de Maio, é sim uma vitória para a esquerda, vitória que a direita tenta abafar.
Podemos ter agora uma certeza, apesar de um governo de direita na Grécia este vai contar com uma forte oposição, a oposição de uma esquerda renovada que soube, não fugindo aos seus princípios, ter um discurso forte e agregar grande parte dos votantes à esquerda. Mostrou também que não é com o sectarismo que se obtém resultados históricos, é sabendo reinventar a esquerda, torná-la mais abrangente, mas sem deixar de ser esquerda e sem se deixar corromper pelas oportunidades de poder que possam aparecer, e a prova de que essa esquerda é a Syriza é o facto de recusar formar governo com a direita, incluindo PASOK, é com esta esquerda que a Grécia pode contar para fazer oposição à troika.
Muitos parabéns à Syriza e que continue forte e seja forte contra a troika com o apoio de todos nós.
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Um sistema eleitoral que dá ao partido vencedor 50 (cinquenta) deputados e depois então é que vai fazer as contas da proporcionalidade...é de morrer a rir...parece um jogo daqueles em que é atribuído um bónus ou sei lá o quê...É isto democracia? Arranjar maiorias à martelada? O giro é que apesar deste "sistema" ninguém teve maioria...Não era altura de atribuir 290 a 295 deputados ao partido com mais votos? Assim, a maioria era garantidíssima! Isto só visto!...
ResponderEliminar"a luta contra o novo fascismo que é proporcionado pelas instituições europeias."
ResponderEliminarEntão mas esse foi o caminho escolhido do Syriza, seja com suspensões ou renegociações de resgates...
O KKE é que queria cortar com os burgueses fascistas europeus..
A Syriza até podia querer a Europa dos povos, uma união europeia da classe trabalhadora. Mas é uma grande ingenuidade pensar que esta nossa união, se poderá tornar na desejada. É claro que isto é exactamente o que eu penso de partidos Portugueses com a mesma ideologia que a mim me parece um pouco contraditória.
O KKE não soube tomar as melhores decisões neste processo eleitoral e isso foi perceptível com o resultado que obteve. Por seu lado a Syriza demonstrou como um programa anti-troika pode ser solução e um programa que faça as pessoas votarem na coligação de esquerda.
ResponderEliminarA evolução da esquerda tem de passar por aquilo que é a evolução da Syriza, não com alianças estúpidas com a burguesia, mas com um caminho à esquerda bem traçado.