10 de abril de 2012

eu acho bem que o josé antónio saraiva assuma publicamente a sua estupidez

Após ter lido este texto do José António Saraiva, uma série de ideias passou-me pela cabeça. Passam agora neste blog em regime de paráfrase.

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À minha frente, no computador, mais um texto execrável de José António Saraiva, dos seus 487 ou 488 anos. Pelo modo como escreve, espirra as mais cruas boçalidades e não parece aperceber-se da frieza ignorante do que diz, percebo que daqui vem mais do mesmo.


José António Saraiva descreve um momento de epifania da sua vida em que contactou com um ser humano que lhe parece, imagine-se o choque, gay. Tal aconteceu no edifício da FNAC do Chiado. Saraiva trabalha naquela zona e, pelo menos duas vezes por dia, sobe e desce a Rua Garrett, que deixou de ser mais uma rua lisboeta para se tornar no local preferido para uma espera tão colorida quanto o arco-íris.

Ao ler o texto de Saraiva, apercebi-me de que provavelmente em todos os países haverá gente baixa, reles, torpe, vil, miserável, pouco inteligente, estúpida, desumana, desconhecedora, ignorante, cega, incolor, etc, etc, etc, a escrever em jornais. Obviamente, Portugal não é excepção. Não sei as razões que conduzem a que tais idiotas tenham tempo de antena, mas o facto é que até já chegaram à Internet. O site do Sol é uma dessas zonas – e, de facto, cruzamo-nos aí constantemente com “pessoas” de uma estupidez enorme, atingindo esta o seu sublime e etéreo cume com Saraiva.

Julgo ser um facto notório que a estupidez de Saraiva cresce de dia para dia. Há quem afirme que não é assim – e o que se passa é que o autor tem cada vez menos receio de se assumir, cada vez menos receio de revelar as suas inclinações, tendo orgulho (e não vergonha) de ser como é.

Talvez esta explicação seja parcialmente verdadeira.

Mas, se for assim, é natural que a estupidez de Saraiva esteja mesmo a crescer. O assumir da estupidez publicamente acabará forçosamente por ter um efeito multiplicador, pois funciona como propaganda e como auto-incentivo.

Até à passagem de Maria de Lurdes Rodrigues pelo Ministério da Educação, a estupidez era reprimida socialmente, pelo que grande parte das pessoas estúpidas teria pejo de assumir a sua própria estupidez - acabando algumas por ler uns livros, estar caladas ou mesmo fingir que entendiam piadas para afastar eventuais suspeitas. Conheço vários exemplos desses: a Vânia, por exemplo, que andou na escola comigo, raramente entendia as minhas piadas elmanistas, arrisco a dizer que nem sequer sabia quem era Elmano, mas ria para que ninguém desconfiasse da fraqueza dos parcos neurónios que povoavam aquele cérebro.

Ora hoje passa-se o contrário: mesmo cronistas não têm uma estupidez evidente acabam por ser atraídos pelo mistério que ainda rodeia a estupidez em público e pelo fenómeno de moda que ela assumiu em determinados sectores. Não duvido de que há estúpidos que nascem estúpidos. Bem pelo contrário. Saraiva até me parece um deles. Mas também há estúpidos que se tornam estúpidos – por influência de amigos, de Saraiva, por pressão do meio em que se movem (no ambiente do Sol isso é claro) e por outra razão que explicarei adiante e me levou a escrever este artigo.

Ao ler o texto de Saraiva que motivou este meu texto, pensei: será que há 20 anos ou 30 anos ele teria a mesma atitude, assumiria tão ostensivamente a sua estupidez? E, indo mais longe, se ele tivesse sido jovem nessa altura seria assim tão estúpido?

Não tive dúvidas. Quando não há inteligência, não há realmente nada a fazer. Tive a percepção clara de que a sua forma de estar, assumindo tão evidentemente a estupidez, correspondia a uma evidente falta de sexo homossexual e, com aquela cara de parvo, não estou mesmo a ver que menino o quereria encostar a, por exemplo, sei lá, uma parede do elevador da FNAC do Chiado e fazer o amor com ele.

Mas certos mitos desabaram e nasceram formas de recusa do modelo de sociedade em que vivemos.

Ora uma delas é a estupidez. Já quando eu era miúda toda a gente queria ser inteligente. Para alguns cronistas, contudo, a estupidez surge não só como uma forma de ganhar dinheiro sujo mas também como uma forma de mostrar a sua ‘diferença’, de manifestar a sua recusa de uma sociedade inteligente, de lutar contra a hipocrisia daqueles que não têm coragem de se mostrar como são, de demonstrar solidariedade com aqueles que são discriminados ou perseguidos pelas suas parvas capacidades intelectuais.

Ser estúpido, para muitos cronistas, é tudo isto. É uma forma de insubmissão. E, está claro, é um desafio aos gays. Se antes os cronistas desafiavam os pais tornando-se poetas, hoje desafiam-nos recusando a ‘família gay” e mostrando-lhes que há apenas uma forma de relacionamento e de constituir família. Aliás, assumir-se como estúpido talvez seja, por muitas razões, o maior desafio que um cronista pode fazer aos gays.

Todas as gerações, desde os idos de 60, tiveram os seus sinais exteriores de revolta. Foram os cabelos compridos, as drogas, as calças à boca-de-sino, as barbas à Fidel Castro, os posters de Che Guevara colados na parede do quarto.

Ora a exposição da estupidez é hoje uma delas. E a opção estúpida é uma forma de negação radical: porque rejeita os direitos humanos, ou seja, o respeito e a felicidade da espécie. Nas relações com gente estúpida, há um niilismo assumido, uma ausência de utilidade, uma recusa do futuro. Impera a ideia de que tudo se consome numa ausência de cérebro – e que o amanhã não existe. De resto, o uso de palavras negras, a fuga da cor e o ódio ao arco-íris vão no mesmo sentido em direcção ao nada.

O fenómeno da estupidez como forma de contestação deste modelo de sociedade em que vivemos, de afirmação radical de uma diferença – enquadrada num fenómeno contestatário iniciado nos anos 60 –, nunca foi abordado.

Mas olhando para aquele texto que li e que estava à minha frente no computador Samsung, percebi que era isso que movia Saraiva quando escrevia uma série de frases boçais. Ele dizia a quem o lia: «Eu sou diferente, eu não sou como vocês, eu recuso esta sociedade hipócrita, eu assumo que sou estúpido.».

PS Que ninguém fique com a ideia de que discrimino “gente” estúpida. A minha “opção sexual” é que é menina para meter mais facilmente uma menina no meu quarto do que “gente” assim.

5 comentários:

  1. é feyo dizer que um velho de quase 90 seja ele sou ares ou seja Saraiva é estúpido
    todos somos culturalmente induzidos
    a preferirmos optar
    do que assumir a biológica bissexualidade do babuíno ou do Canis vulgaris ou do Canis lupus nossos gregários mamíferos hermanos

    biológica ilogicamente o cérebro reptiliano encontra libertação das pulsões sexuais em qualquer sexo ou na perninha da menina se for um caniche...

    A minha “opção sexual” é que é menina para meter mais facilmente uma menina no meu quarto do que “gente” assim....ou seija és tão fechadex em termos culturais como qualquer um dos velhotes xéxés

    consideras provavelmente ser o ideal que milhões paguem para ti os bens e as multas que eles não têm meios para usufruir

    ou que há gente assis" que é diferente de ti
    (que és obviamente um exemplar de escol...do futuro sem peias liberto de todos os tabus

    só é necessário eliminar as gentes assis
    que não pensam como tu...

    biologicamente tem dado um resultadão
    já nã há H.sapiens neandertalensis nem australopitecos nem H.erectus
    eram gente assis...nã pensavam como nós
    é dar cabo deles e dos gorilas...

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  2. é assim com gente como essa só comendo-a
    mas os velhos não que são duros...

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  3. Mea Culpa Mea Maxima Culpa Miserere Dominus Meo:

    Em vez de proferir palavras tão "retoricamente" bonitas, que não levam a lado algum (por talvez querer um prémio Nobel, pela estética palavreada e fraseada) nesse textozinho bonitinho - vê também sei falar "afrancesando" o barroco das coisas - para a próxima comente alguma coisa que não seja paralelismos "biológicos" e cinja-se ao que está escrito.
    Hoje em dia escreve-se pensando que é mais bonito parecer arrogante em palavras, ou simplesmente bélico em letras que tentam, coitadinhas, lutar umas com outras, formando frases que chegam ao fim assentes em pontos finais, exclamações ou interrogações sem qualquer sentido algum.
    É feio chamar estúpido a um velho de quase 90 anos?
    Leu então o que Senhor de quase 90 anos escreveu?
    Pois lamento, se o Senhor de quase 90 anos conseguiu chamar estúpido a alguns milhares de pessoas por outra estirpe de palavras.
    Se ao "Senhor" de 90 anos lhe haviam falta de ideias para escrever uma crónica, para a próxima, que escreva qualquer coisa com pés e cabeça.
    Estou ansioso pela próxima saga do JSA, talvez venha aí umas escadas rolantes no Saldanha, ou quiçá a travessia entre as plataformas da linha Azul e Vermelha de São Sebastião, isto há muito pano para mangas.
    Boa Noite.

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  4. O homem que disse que os portugueses em vez de beberem champanhe francês deviam beber Murganheira e em vez de 1500€ por uns sapatos estrangeiros poderiam dar apenas 450€ por uns portugueses não pode ser satirizado, este senhor é um génio e como tal deve ser condecorado, ele conhece a realidade internacional. Não há que respeitar todas as opiniões, algumas são pura verborreia e este homem de 64 anos só tem em comum com a vida inteligente o código genético que partilha com o tio José Hermano Saraiva, é um óptimo comediante no entanto.

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