Hoje, vou ver "A Paixão de Joana D’Arc" (Carl Theodor Dreyer, 1928) no Cineclube de Santarém. Trata-se de um filme mudo baseado nos documentos históricos do julgamento de Joana D'Arc. Esta obra cineasta dinamarquês Carl Theodor Dreyer (1889-1968) é considerada um marco na história do cinema.
Participam no filme Renée Jeanne Falconetti, Eugene Silvain e Maurice Schutz. Renée Jeanne Falconetti (1892-1946) marcou o seu lugar na história do cinema com a interpretação de Joana D'Arc, este que foi o seu terceiro e último papel no cinema - depois de "La comtesse de Somerive" (1917)e "Le clown" (1917).
O filme "A Paixão de Joana D’Arc" esteve banido no Reino Unido por mostrar cenas em que soldados ingleses torturavam Joana D'Arc, sugerindo cenas semelhantes de tortura dos romanos a Cristo. Vítima das cenas censuradas e de um incêndio, esta obra só pode ser recuperada na sua versão original em 1981, quando foi encontrada uma fita duplicada do primeiro negativo. Essa fita foi encontrada num sanatório para doentes mentais em Oslo (Noruega) e permitiu o conhecimento da obra no original e não com base em cópias duvidosas. "A Paixão de Joana D’Arc" foi considerada pela revista Sight and Sound um dos dez melhores filmes de todos os tempos, de acordo com as listas que publicou em 1952, 1972 e 1992.
Sinopse: A camponesa Joana D’Arc é julgada herege e condenada à morte por um tribunal católico, depois de ter liderado o povo francês na luta contra o Exército invasor inglês, dizendo-se inspirada por Jesus e São Miguel, em Maio de 1431. Para salvar a vida, Joana assina durante o processo, uma confissão de heresia, mas depois renega-a, preferindo salvar a alma. É então queimada viva em praça pública.
Do mesmo cineasta são as obras: "Abaixo as Armas" (1913, roteiro), "O presidente" (1919), "Leaves from Satans's Book" (1919), "Prästänkan" (1920), "Die Gezeichneten" (1922), "Mikael" (1924), "O amo da casa" (1925) e "Glomsdalsbruden" (1925); posteiores a "A paixão de Joana d'Arc" são "O Vampiro" (1932), "Dias de Ira" (1943); "A palavra" (1955) e "Gertrud" (1964).
O último filme de Carl Theodor Dreyer, "Gertrud", foi muito criticado porém é hoje considerado por muitos a sua obra maior: retrata a história de uma mulher, ex cantora famosa, obcecada com o "amor absoluto" que vive um casamento sem perspectivas. Gertrud acaba por fugir com o seu amante, contudo no dia seguinte descobre que este a trai. É assim que abandonando os dois Gertrud inicia uma vida solitária.
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