29 de fevereiro de 2012

Acima de tudo privatizem

Privatizem a TAP, a ANA, a TÓBIS, os CTT, a EDP, as Águas de Portugal, a RTP, a RDP, e não se esqueçam das Juntas, das Câmaras, das Escolas, do SNS, das Universidades, das Estradas, da Segurança-Social, do Exército, da Polícia, dos Bombeiros, do Oxigénio, das Praias, do Mar, de todos os Espaços Públicos, dos feriados, das festas populares, do abecedário, da língua, da História, da Cultura, da Ciência, do Parlamento, do Palácio de Belém e dos tribunais. Assim seremos um país moderno e do G20 à troika seremos elogiados. O Miguel Relvas quando sair que apague a luz e feche a porta.


Touradas e o Passos (setembrista)

“ Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas, bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de hora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros.”

Decreto de Passos Manuel, de 19 de Setembro de 1836

(assim era o decreto setembrista, que acabou por ser revogado pelas Cortes, meses depois)

Assina: Petição Tauromaquia no Inventário do Património Cultural Imaterial Nacional NÃO!

27 de fevereiro de 2012

Não há elogios grátis

Merkel elogia Portugal, Itália, Espanha e Irlanda. Para quê? Para atacar mais ainda a Grécia e, com isso, ameaçar os elogiados. É assim que nos querem: empobrecendo cordatamente. Só a oposição e o protesto nos tiram do caminho para a bancarrota.

26 de fevereiro de 2012

Princípios estratégicos socialistas


(...) A visão nua e crua da política, inaugurada por Maquiavel, leva a que seja considerado um precursor da ciência política. Considerar que o objectivo da política é a conquista, a manutenção e o exercício do poder é acertado. Se esse é o objectivo de todos os actores políticos, também o é para nós, socialistas; mas não é indiferente para os socialistas o que se faz com o poder, a quem serve o poder. Por isso convém falar nestes princípios estratégicos socialistas. (...)

"Princípios estratégicos socialistas" in A Comuna, nr. 27, Fevereiro de 2012, pp.24-27 <http://www.acomuna.net/media/A%20COMUNA%2027.pdf>

21 de fevereiro de 2012

Apesar do Carnaval...

14% de desemprego e 35,4% de desemprego jovem... e depois admiram-se de uma queda de 7,9% na receita fiscal? O pior é que se deslumbram com os resultados do aumento do IVA e nem se importam que esse aumento destrua pequenas empresas, postos de trabalho e orçamentos familiares. Apesar do Carnaval, é coisa para levarmos a mal.

(frase do dia aqui)

16 de fevereiro de 2012

Concentração em Solidariedade com o Povo Grego

20 de Fevereiro 18horas
Largo de S.Domingos - Lisboa
Praça da Batalha - Porto

No dia 12 de Fevereiro o presidente Loukas Papademous, lacaio do Deutsche Bank, e a maioria governamental aprovaram o segundo memorando que institucionaliza o resgate dos bancos, dos homens de negócios e do euro e, por outro lado, sacrifica o povo aos deuses da especulação.
Este pacote de austeridade pretende impor medidas que nenhum povo pode aceitar. Os “parceiros” da União Europeia exigem ao povo grego um corte de 32% no salário mínimo daqueles que têm menos de 25 anos, e de 22% aos que têm mais de 25 anos. Os contratos colectivos de trabalho são eliminados para conseguir o despedimento de 15 mil trabalhadores no sector público, e vão ser destruídos 150 mil empregos através da não renovação de contratos.

Este novo pacote de austeridade exige também cortes nas pensões e nos salários dos serviços públicos, a privatização de bens do Estado e cortes nos serviços públicos, incluindo saúde, assistência social e educação. Na verdade, estamos a falar da morte da sociedade. Neste momento a Grécia é governada por um governo que não foi eleito. Um governo no qual a extrema-direita faz parte. Um governo que impõe políticas que acabam com direitos humanos e direitos laborais, obriga escolas e hospitais a encerrarem, condena mais de 20% da população à pobreza extrema e ao desemprego, ignora a vontade do povo demonstrada em várias manifestações em que centenas de milhares de pessoas participaram, vende todo o tipo de propriedade pública, tolera e encoraja a violência policial. A resposta à crise estrutural do capitalismo por parte do capital, da banca e do estado burguês, é a completa demolição de qualquer direito laboral e social de forma a salvar os seus lucros e o sistema em si mesmo.

O povo grego, com coragem, revolta-se contra esta política de intimidação social. Apesar do total silêncio dos media e de toda a repressão violenta, as manifestações e greves gerais multiplicam-se. No último domingo, juntaram-se na Praça Sintagma, mais de meio milhão de pessoas para mostrar a sua oposição e hostilidade contra as novas medidas de austeridade. A manifestação foi cruelmente reprimida, com gás lacrimogéneo e violência policial, o que levou 20 pessoas a serem assistidas no hospital. Tentam aterrorizar todos os lutadores sociais, a fim destes obedecerem. Apesar desta extrema violência repressiva, o povo grego continua a manifestar-se mostrando que não tem medo! Não há nenhuma outra solução que não a luta social, numa sociedade onde não se vislumbra futuro para os trabalhadores e a juventude.

Confrontando-nos com uma crise que se expande na União Europeia, mais vai para além desta, a solidariedade entre os povos é uma arma nas nossas mãos. A Grécia e Portugal estão na mesma situação económica e partilham um futuro comum – nós somos a primeira cobaia de um novo modelo cruel de gestão do capitalismo. É necessário que o povo português se levante e manifeste a sua solidariedade para com o povo grego e para com todas as lutas sociais na Europa. É tempo de coordenar as nossas lutas, de nos revoltarmos! É tempo de dizer bem alto que não vamos fazer mais sacrifícios em nome dos patrões, dos bancos. Do euro! É tempo de dizer bem alto que não pagamos um dívida que não é nossa

Mais informações aqui

Não basta ter razão, é preciso ter votos.

"Funcionários públicos insatisfeitos podem sempre demitir-se"- João Almeida, CDS.





Solidários com o Povo Grego


No dia 12 de Fevereiro o presidente Loukas Papadimous, lacaio do Deutsche Bank, e a maioria governamental aprovaram o segundo memorando que institucionaliza o resgate dos bancos, dos homens de negócios e do euro e, por outro lado, sacrifica o povo aos deuses da especulação.

Este pacote de austeridade pretende impor medidas que nenhum povo pode aceitar. Os “parceiros” da União Europeia exigem ao povo grego um corte de 32% no salário mínimo daqueles que têm menos de 25 anos, e de 22% aos que têm mais de 25 anos. Os contratos colectivos de trabalho são eliminados para conseguir o despedimento de 15 mil trabalhadores no sector público, e vão ser destruídos 150 mil empregos através da não renovação de contratos.Este novo pacote de austeridade exige também cortes nas pensões e nos salários dos serviços públicos, a privatização de bens do Estado e cortes nos serviços públicos, incluindo saúde, assistência social e educação.

Na verdade, estamos a falar da morte da sociedade. Neste momento a Grécia é governada por um governo que não foi eleito. Um governo no qual a extrema-direita faz parte. Um governo que impõe políticas que acabam com direitos humanos e direitos laborais, obriga escolas e hospitais a encerrarem, condena mais de 20% da população à pobreza extrema e ao desemprego, ignora a vontade do povo demonstrada em várias manifestações em que centenas de milhares de pessoas participaram, vende todo o tipo de propriedade pública, tolera e encoraja a violência policial. A resposta à crise estrutural do capitalismo por parte do capital, da banca e do estado burguês, é a completa demolição de qualquer direito laboral e social de forma a salvar os seus lucros e o sistema em si mesmo.

O povo grego, com coragem, revolta-se contra esta política de intimidação social. Apesar do total silêncio dos media e de toda a repressão violenta, as manifestações e greves gerais multiplicam-se. No último domingo, juntaram-se na Praça Sintagma, mais de meio milhão de pessoas para mostrar a sua oposição e hostilidade contra as novas medidas de austeridade. A manifestação foi cruelmente reprimida, com gás lacrimogénico e violência policial, o que levou 20 pessoas a serem assistidas no hospital. Tentam aterrorizar todos os lutadores sociais, a fim destes obedecerem. Apesar desta extrema violência repressiva, o povo grego continua a manifestar-se mostrando que não tem medo! Não há nenhuma outra solução que não a luta social, numa sociedade onde não se vislumbra futuro para os trabalhadores e a juventude.

Confrontando-nos com uma crise que se expande na União Europeia, mais vai para além desta, a solidariedade entre os povos é uma arma nas nossas mãos. A Grécia e Portugal estão na mesma situação económica e partilham um futuro comum – nós somos a primeira cobaia de um novo modelo cruel de gestão do capitalismo. É necessário que o povo português se levante e manifeste a sua solidariedade para com o povo grego e para com todas as lutas sociais na Europa. É tempo de coordenar as nossas lutas, de nos revoltarmos! É tempo de dizer bem alto que não vamos fazer mais sacrifícios em nome dos patrões, dos bancos. Do euro! É tempo de dizer bem alto que não pagamos um dívida que não é nossa

8 de fevereiro de 2012

"Conversas sobre o senso comum".


Na televisão como nas conversas de café, no que se diz no metro ou no autocarro, no que ouvimos na escola ou no trabalho, há um conjunto de ideias a partir das quais se discutem mas que raramente são discutidas em si mesmas.Em 5 sextas-feiras seguidas, às 21h30, vamos pôr em discussão no Porto algumas das ideias de senso comum que se difundem e que vale a pena desconstruir. A iniciativa é organizada pela CULTRA, Cooperativa Culturas do Trabalho e do Socialismo e conta com o apoio da Cooperativa GESTO.

As conversas terão lugar na Gesto (Rua José Falcão, 107-111, Porto)



Também em Coimbra.

7 de fevereiro de 2012

pieguices

depois disto, eu acho que piegas é não lhe irmos partir os dentes.

juro que quando li o título da notícia pensei "lá estão os marotos do inimigo público outra vez". mas não, era mesmo o inimigo público, literalmente.

passámos da demagogia nojenta ao insulto e ninguém me avisou? bah, está bem, eu sei que devia estar mais atenta às notícias, mas depois leio estas coisas e desanimo um bocado.

Michel Teló meets CGTP

Melhor versão até agora.



6 de fevereiro de 2012

«Corte dos Genitais Femininos»

corte_dos_genitais_femininos

Porque hoje é o dia da tolerância zero à Mutilação/Corte dos Genitais Femininos, sugiro esta leitura:

"Se pensarmos nas consequências nefastas que o Corte tem para a mulher, a vários níveis, podemos compreender o quanto a prática está ao serviço do homem e da sua masculinidade. (...) O corte dos genitais femininos é uma prática que exprime, assim, as relações de poder instituídas nas sociedades onde é praticada." (ver mais)

Artigo de Joacine Katar Moreira, natural da Guiné-Bissau e doutoranda em Estudos Africanos no ISCTE-IUL

5 de fevereiro de 2012

Entre o Espada e a parede


Há uns meses atrás, logo após a manifestação da geração à rasca, Pedro Lomba exortava os jovens descontentes a não serem "parvos e inocentes" - "Se estão insatisfeitos com o leque de escolhas que periodicamente nos são oferecidas filiem-se nos partidos. Militem (...) nos partidos manda quem lá está ". O elogio da militância de Lomba não era, todavia, nada inocente uma vez que acrescentava - "Estou a pensar sobretudo no PSD e CDS, partidos que mais naturalmente assumirão o discurso de ruptura e de abertura que me parece necessário para ultrapassar este impasse". O impasse, na verdade, chamava-se José Sócrates e a Lomba interessava corrigir o rumo de uma indignação que ameaçava ferir a ascensão da direita que o pariu. Urnas fechadas, votos contados, assunto arrumado.

Não deixa, no entanto, de ser interessante observar que a recusa do ataque aberto e rasteiro aos movimentos de indignados e Occupy, tão empandeirado por Helena Matos ou José Manuel Fernandes, é próprio duma direita a quem, mais do que malhar, interessa educar a indignação, abraçar o descontentamento e conduzi-lo a bom porto. Um exemplar acabado desta estirpe é João Carlos Espada, a quem não faltam créditos de pedagogo. Espada escreveu um artigo no público desta semana intitulado "Dialogando com o movimento Occupy London", e como dialogar é ouvir e ser ouvido este não vacilou em elogiar o artigo que o movimento londrino publicou recentemente no Financial Times, a começar pelo seu curioso título: "Como Hayek ajudou-nos a encontrar as falhas do capitalismo".

A curta referência a Hayek (a partir da sua tese sobre a potencialização de múltiplas inteligências) por parte do movimento Occupy é apenas uma provocação e uma isca de leitura para liberais que, como Espada, não a rejeitaram. O centro do artigo passa sim por afirmar o princípio simples da troca de ideias e da discussão democrática antes do avanço de propostas políticas, sendo que dentro da diversidade assumida o movimento aponta uma plataforma comum de acção - recusar a austeridade e impor uma verdadeira regulação do sistema financeiro. A essa base o movimento acrescenta ainda três propostas concretas para o cenário britânico: atacar a evasão de fiscal e os paraísos fiscais, parar a especulação imobiliária e promover o acesso à habitação, combater a desigualdade de rendimentos através do nivelamento dos salários dos executivos e trabalhadores das empresas.

Propostas inviáveis dirão uns, recuadas dirão outros. Muito bem, mas até Espada concorda que todas partem de um denominador comum: a desigualdade do sistema, a desigualdade entre as pessoas, a desigualdade entre grupos e classes. O que a uns falta é o que a outros transborda, de um lado os 1% do outro os 99%. E isso é algo que Espada não pode aceitar. Como o próprio diz "o que ele [o capitalismo] precisa é de mais liberdade e oportunidade para todos, não de mais igualdade", mas essa liberdade engendra um fruto natural, que todos temos de aceitar e que se chama "desigualdade". Por isso este liberal se mostra indignado com o salvamento dos bancos pelo dinheiro dos contribuintes, estes "deveriam falir" como qualquer outra instituição numa sociedade livre com regras iguais para todos.

Seriam estes apenas os desabafos de um liberal apoquentado com o rumo dos acontecimentos não fosse o facto de esta ser, precisamente, a primeira mensagem de "diálogo" que Espada dirige aos Occupy - aos bancos cabe, se for caso disso, falir e dar lugar a outros que triunfem na liberdade da sociedade e do mercado, e não ser criticados pelas suas práticas ou substituídos através da socialização dos seus recursos. Toda a indignação contra o salvamento dos bancos mas nenhuma que belisque os princípios da sua actuação ou os alicerces da sua exploração. Deixemos portanto os gestores e banqueiros em paz, se falirem outros se seguirão e é assim que tem de ser. A desigualdade não é para aqui chamada.

De onde partir então para pensar os problemas actuais? Espada esclarece, "o verdadeiro problema é o da pobreza", em face da qual o que todos deveríamos discutir é o seu "alívio", e nunca a sua eliminação pela "promoção da igualdade". Mas uma sociedade que queira aliviar e atenuar essa pobreza enfrenta interesses poderosíssimos, aqueles que insistem em destinar "uma imensa despesa pública" aos monopólios estatais da saúde e educação "que, ao fornecer serviços quase gratuitos universais, na verdade estão a subsidiar os mais ricos com o dinheiro dos mais pobres e a proteger os produtores do Estado da saudável concorrência geral". Eis a segunda fala de Espada - o que nos separa da sociedade livre é o Estado, que rouba aos pobres para dar aos ricos. A escolha torna-se, então, muito clara: destruir essa divisória estatal e permitir aos que são livremente pobres e livremente ricos tomar a via frondosa das oportunidades. De um só golpe Espada brinda-nos com duas soluções: aceitar a austeridade, que tirará do caminho o empecilho estatal, e defender a libertação do jogo de liberdade entre pobres e ricos, em suma, o esfumar da oposição em que radica toda a desigualdade.

É claro que a Espada e aos que ele representa, desde o Governo, Merkozy e os donos dos mercados, o que interessa realmente é continuar o monólogo da austeridade cega e do abuso quotidiano sobre a vida dos milhões que todos os dias experimentam a "liberdade" do desemprego, da precariedade e do desespero. Querem-nos a empobrecer calados ou, quando muito, adestrados numa indignação que não abale a balança das relações de exploração nem imponha a partilha e a igualdade como solução dos problemas de muitos mesmo que dolorosa para uns quantos. Não lhe façamos esse favor, juntamente com os Occupy, indignados, trabalhadores, movimentos, sindicatos e tantos outros dos 99%, responder-lhes é preciso.

3 de fevereiro de 2012

O bom filho à casa torna





Contra a censura

“Tendo em conta os últimos acontecimentos relativos ao programa Este Tempo e todos os episódios que se seguiram à sua anulação, a direcção de informação da rádio pediu ao final da manhã a sua demissão, que foi aceite pelo conselho de administração”, lê-se no comunicado enviado, ontem à noite, pela direção da RDP aos seus jornalistas.

É uma atitude perante a censura. Não nos podemos resignar, não se pode fingir que nada se passou. A pressão do momento é a da vaga conservadora e reaccionária que hoje, como sempre, faz caminho no poder tecnocrata e tecnocratizante. Basta! Pum! Basta!

A liberdade de imprensa e de opinião são imprescindíveis à democracia. O poder governamental e dos grandes grupos económicos cerca em grande medida o potencial da liberdade de imprensa. Parte desse problema são limitações que o capitalismo impõe à democracia, mas há todo um campo para resistência e para avanço dessa liberdade.

Recordemos Marx, na juventude, falando sobre o potencial da imprensa: "A função da imprensa é ser o cão-de-guarda, o denunciador incansável dos opressores, o olho omnipresente e a boca omnipresente do espírito do povo que guarda com ciúme sua liberdade"