Bem sabemos que o imposto extraordinário sobre o subsídio natal é um acto patriótico e de suprema necessidade para o saneamento das contas públicas, fruto dos dados da execução orçamental revelados pelo INE na quarta-feira transacta. Não podia ser de outra forma, ou não fosse o guarda-chuva da pátria o eterno abrigo da violação dos contratos eleitor-eleito, ou a capa do semanário SOL revelar que este corte já estava previsto e pensado por Passos Coelho.
E como é óbvio, a feroz oposição aos PEC's por parte do CDS/PP, o chumbo ao PEC 4 por parte do PSD e a promessa de Pedro Passos Coelho no dia 1 de Abril em não aumentar os impostos, já andam por mares nunca antes navegados.
De traição à tradição a direita portuguesa não pode ser acusada, cumpre o dia das mentiras à risca e contradiz os preceitos do seu programa eleitoral logo nos primeiros dias em frente ao executivo.
Ficámos igualmente a saber que a retenção do subsídio de Natal será superior para os que auferem menos:
Sub Natal | Imposto | Tx anual | Var tx anual |
500 | 7,5 | 0,11 | |
1000 | 257,5 | 1,84 | 1,73 |
2000 | 757,5 | 2,71 | 0,87 |
3000 | 1257,5 | 2,99 | 0,29 |
4000 | 1757,5 | 3,14 | 0,14 |
5000 | 2257,5 | 3,23 | 0,09 |
6000 | 2757,5 | 3,28 | 0,05 |
Quem desenhou isto? O imposto mais regressivo da época. Bem sei que O IVA também é, e que conta muito como o dinheiro é (foi) gasto. Mas, mesmo assim.
Explico: a primeira coluna é o subsídio; a segunda é o imposto em euros; a terceira é imposto em percentagem do salário anual (i.e. imposto a dividir por subsídio de natal - com n pequeno - x 14); a quarta é a variação dessa taxa, que se aproxima de zero à medida que o rendimento sobe...
(via Pedro Lains)
Bem podem Rui Machete e Paulo Portas apelar ao acordo social e fazer guerra preventiva à contestação, mas quem fez a transferência de Atenas para Lisboa foram os assinantes do acordo da troika.
sinceramente está mal explicado...
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