23 de junho de 2011

O (não!) ecologismo dos verdes alemães

Preto (CDU) e amarelo (FDP/Liberais) não obrigado!
Para a saída da crise só o verde ajuda.

Os Verdes alemães têm suscitado muito interesse por parte de determinados sectores da esquerda portuguesa, a sua posição pragmática e coligacionista tem-lhes valido largos elogios. No entanto, o que são "Os Verdes" alemães? Como conseguem estar coligados com a CDU e o SPD ao mesmo tempo em Estados diferentes? O texto que abaixo traduzi pode não dar resposta a todas essas interrogações mas dá largas pistas sobre o seu código político. Diz essencialmente respeito ao debate curioso que se tem feito por estes dias no seio do partido, este partido ecologista prepara-se para votar juntamente com a direita a favor do adiamento do fim da energia atómica até 2022, em vez de 2017 como já tinha sido aprovado e defendido por este mesmo partido. Como diz tão bem o uruguaio Eduardo Galleano: "somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos."

Para ler a tradução da notícia de Aerta Van Riel no "Neues Deutschland" basta carregar em "Ler mais"


Nos Verdes há cada vez mais vozes que falam contra a liderança do partido devido à posição favorável à aprovação da emenda preto-amarela (CDU/FDP) sobre a Energia Atómica. No Sábado, os delegados irão votar num congresso extraordinário em Berlim, sobre a posição dos Verdes para eliminar progressivamente a energia nuclear até ao ano de 2022.

Até agora vieram da base do partido cerca de 25 recomendações distintas e 50 emendas à posição da liderança do partido. Duas destas alterações de fundo devem vir a ser debatidas como uma alternativa à proposta da direcção. Apesar de acompanharem a análise da proposta da liderança, a conclusão de aprovação da proposta dos Liberais e Conservadores é profundamente rejeitada. No próximo Sábado este conflito entre pragmáticos e a ala esquerda do partido tornar-se-à verbal.

Apesar de toda a oposição a esta posição do partido, o líder Cem Özdemir tentou demonstrar compostura. Afirmando estar confiante de que a maioria dos delegados irão votar em consonância com a proposta da direcção.

Um inquérito do "Rheinische Post" revelou recentemente que as federações estaduais vão apoiar de forma maciça a proposta do executivo do partido.

A Secretária-Geral Steffi Lemke é mais cautelosa nas previsões. Na sua opinião ainda está muita coisa em aberto. "Não haverá um sim simples e nem um não Não simples", disse Lemke. Além disso, uma maioria que se possa constituir no Congresso pode exigir a consagração da eliminação do nuclear da na Lei de Bases. Condição que já havia levantado o "Die Linke", como condição para aprovação de emenda à Lei de Energia Atómica. Proposta que a secretária-geral rejeita.

Alegando que o período de tempo até à votação no dia 30 de Junho no Bundestag é muito curto para se pedir uma emenda constitucional.

A eliminação gradual da energia nuclear é viável até 2017, disse Lemke. No entanto, ela descreveu o encerramento imediato das sete centrais nucleares mais antigas como "uma vitória histórica para o movimento anti-nuclear e uma derrota para o falido governo de Angela Merkel".

O movimento anti-nuclear vê-lo de forma diferente. Exortam "Os Verdes" para continuarem de forma consistente a defenderem o encerramento até 2017. "

Os cidadãos querem um encerramento mais imediato das centrais atómicas. "Os Verdes" devem votar para contra os planos do governo federal, caso contrário, muitos eleitores deixarão de votar no partido ", afirmou Jochen Stay, porta-voz da organização anti-nuclear, " ausgestrahlt ". Os opositores da energia nuclear também vão acompanhar o congresso extraordinário de forma crítica. "Nós vamos estar lá no sábado e colocar os discursos e relatar os factos via Twitter," anunciou Stay.

A organização em conjunto com grupos ambientais escreveu escreveram uma carta aberta aos Verdes e para votarem contra a iniciativa do Governo.

Özdemir e a co-líder do partido, Claudia Roth responderam através de outra carta. Advertindo com uma ruptura entre o partido e os opositores da energia nuclear. A causa para o conflito imaginam Özdemir e Roth ser uma aparente "estratégia do lobby nuclear que quer ver-nos divididos".

Não devemos cair nesse erro. Em vez atacar esta iniciativa, escrevem estes pragmáticos: "nós, "Os Verdes" também devemos orientar a nossa acção politica no sentido do viável e exequível para salvaguardas as alterações". Como o diálogo entre "Os Verdes" e o movimento anti-nuclear vai continuar será questionável.

Porém, afirma Stay existiram conversas por alto para se autorizar um representante do movimento a falar no Congresso, mas o resultado destas conversações não estavam definidas até ao fecho da redacção.

No entanto, parece certo a presença de Klaus Töpfer, responsável indigitado pelo governo para o Comité de Ética para o fim da Energia Atómica. O convite a este ex-ministro do Ambiente vai fazer correr muita água nos moinhos daqueles que vêem com este sinal uma aproximação dos Verdes à CDU.

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