17 de fevereiro de 2011

"vaticínios encartados", JM Pureza

Não lhes entramos na cabeça, saímos do esquema e lixamos-lhes os esquemas.
O Bloco não nasceu para colaborar com o situacionismo deles e é por isso que passam a vida a condenar-nos à morte.


"Quando o Bloco de Esquerda nasceu, os comentadores encartados vaticinaram-lhe displicentemente morte rápida. O argumento era o de que trotskystas, maoistas e outros istas jamais se entenderiam. O que espanta é que, ao fim de dez anos de permanente crescimento social e eleitoral do Bloco, os encartados comentadores não tenham aprendido nada com a realidade das coisas. Devo dizer-vos que não sei ao certo qual dos ecos do anúncio da moção de censura do Bloco ao Governo e aos seus apoios terá sido mais impressionante: se a corrida dos partidos da direita e das centrais patronais a socorrerem o Governo (em nome da "responsabilidade", pois claro), se a voracidade dos comentadores a re-vaticinarem, pela enésima vez, a morte anunciada do Bloco de Esquerda. Percebo-lhes o desejo: querem uma esquerda arrumadinha, previsível, respeitadora das naturais hierarquias e que se submeta, quando lhes convém, à ficção de um interesse nacional agregador das diferenças e tensões. Pois bem, quero dizer-lhes que o Bloco não pensa na reforma antecipada nem em desistir de ser fiel aos seus propósitos fundadores. Sei que daqui a dez anos voltaremos a ler os comentadores encartados a vaticinar que então é que vai mesmo ser a morte do Bloco. Mas, então como agora, vale para eles a ironia de Mark Twain: "as notícias sobre a minha morte são manifestamente exageradas"

José Manuel Pureza

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