Imagem roubada à Gui Castro Felga
"Acho parvo o refrão da música dos Deolinda que diz «Eu fico a pensar, que mundo tão parvo, onde para ser escravo é preciso estudar». Porque se estudaram e são escravos, são parvos de facto. Parvos porque gastaram o dinheiro dos pais e o dos nossos impostos a estudar para não aprender nada."
Foi ao ler esta notícia que me apercebi de que anda para aí muito boa gente a pensar que as Universidades são o caminho directo para o sucesso profissional, como elas se tornassem @s estudantes em meta-intelectuais e como se não houvesse uma crise económica, criada ao serviço do capital e em benefício do pacto que as elites têm com o poder, a criar entraves à vida das pessoas. Mais: parece que essa boa gente sugere que o ensino é um capricho de menin@s ric@s que gastam o dinheiro das mães e dos pais e usam os impostos da facção trabalhadora de forma despudorada, aproveitando-se deles.
Parece que andar na Universidade significa “estar apto [sic] a reconhecer e a aproveitar os desafios e a ser capaz de dar a volta à vida”. Quer isto dizer que ser estudante significa personalizar o Hugo, andando para cima e para baixo, até à caverna das caveiras. Provavelmente, a autora do texto que comento esqueceu-se do nome sugestivo de quem conclui os desafios impostos. É que para cima e para baixo já andamos, à caverna das caveiras já chegámos, desafios já temos nós de enfrentar até para conseguirmos uma inscrição no ES. Dar a volta à vida é que é o diabo; geralmente, é ela que nos dá a volta e está difícil mudar isso. E agradecia-se algum respeito por aquelas e aqueles a quem as imposições externas são prejudiciais e até mesmo cruéis.
Comparar o desemprego à guerra, para além de ser uma falácia demagógica vergonhosa, é atirar areia para os olhos das pessoas, levando-as a crer que isto não é mau porque podia ser pior. Como se as pessoas devessem parar de lutar por direitos só porque podiam ter ainda menos direitos. Face a este texto de pusilânime cumplicidade com o poder político, não sei se me choca mais a brejeirice do tom, se a falta de capacidade argumentativa, se mesmo a tentativa de crucificar quem não quer ser escrav@ de um sistema.
Para cúmulo, a autora do texto diz-nos que “só há uma maneira de dizer basta: passando activamente a ser parte da solução”, como se não fosse isto o que está em causa, como se não estivéssemos a travar uma guerra ideológica, como se @s desempregad@s fossem só um bando de inúteis a condenar.
Para cima e para baixo, para a direita ou para a direita, chegaremos à caverna das caveiras. Se a mobilização for feita pela esquerda, se as conquistas laborais tiverem o forte cunho da esquerda, se o neoliberalismo for vencido pela esquerda, continuaremos em frente e para a esquerda e não veremos a famosa caverna das caveiras.
Parafraseando a Bíblia, infelizes daqueles e daquelas que se deixam engolir pelas falácias asquerosas do neoliberalismo.
Foi ao ler esta notícia que me apercebi de que anda para aí muito boa gente a pensar que as Universidades são o caminho directo para o sucesso profissional, como elas se tornassem @s estudantes em meta-intelectuais e como se não houvesse uma crise económica, criada ao serviço do capital e em benefício do pacto que as elites têm com o poder, a criar entraves à vida das pessoas. Mais: parece que essa boa gente sugere que o ensino é um capricho de menin@s ric@s que gastam o dinheiro das mães e dos pais e usam os impostos da facção trabalhadora de forma despudorada, aproveitando-se deles.
Parece que andar na Universidade significa “estar apto [sic] a reconhecer e a aproveitar os desafios e a ser capaz de dar a volta à vida”. Quer isto dizer que ser estudante significa personalizar o Hugo, andando para cima e para baixo, até à caverna das caveiras. Provavelmente, a autora do texto que comento esqueceu-se do nome sugestivo de quem conclui os desafios impostos. É que para cima e para baixo já andamos, à caverna das caveiras já chegámos, desafios já temos nós de enfrentar até para conseguirmos uma inscrição no ES. Dar a volta à vida é que é o diabo; geralmente, é ela que nos dá a volta e está difícil mudar isso. E agradecia-se algum respeito por aquelas e aqueles a quem as imposições externas são prejudiciais e até mesmo cruéis.
Comparar o desemprego à guerra, para além de ser uma falácia demagógica vergonhosa, é atirar areia para os olhos das pessoas, levando-as a crer que isto não é mau porque podia ser pior. Como se as pessoas devessem parar de lutar por direitos só porque podiam ter ainda menos direitos. Face a este texto de pusilânime cumplicidade com o poder político, não sei se me choca mais a brejeirice do tom, se a falta de capacidade argumentativa, se mesmo a tentativa de crucificar quem não quer ser escrav@ de um sistema.
Para cúmulo, a autora do texto diz-nos que “só há uma maneira de dizer basta: passando activamente a ser parte da solução”, como se não fosse isto o que está em causa, como se não estivéssemos a travar uma guerra ideológica, como se @s desempregad@s fossem só um bando de inúteis a condenar.
Para cima e para baixo, para a direita ou para a direita, chegaremos à caverna das caveiras. Se a mobilização for feita pela esquerda, se as conquistas laborais tiverem o forte cunho da esquerda, se o neoliberalismo for vencido pela esquerda, continuaremos em frente e para a esquerda e não veremos a famosa caverna das caveiras.
Parafraseando a Bíblia, infelizes daqueles e daquelas que se deixam engolir pelas falácias asquerosas do neoliberalismo.
Concordo plenamente contigo camarada. Há algo que me irrita nos teus textos - problema meu-,o constante uso da/do arroba. Por vezes temos que mandar o PC (politicamente correcto )dar um passeio à floresta, faz bem:))
ResponderEliminarTem de ser. Não é só para ser politicamente correcta. É para ser linguisticamente correcta também ;)
ResponderEliminarinfelizes daqueles e daquelas que se deixam engolir pelas falácias asquerosas da imbecilidade
ResponderEliminarcomo ser Engenheiro agrícola em telheiras ou engenheiro zootécnico nos viveiros de uma câmara municipal ou veternário num armazém camarário de rolos de fibra de vidro
ou vice-presidente de uma câmara ou de uma junta porque tem um canudo
enquanto o xico esperto com 25 anos e sem diploma verga a mola na espanha ou na suiça a carregar o lixo dos outros
e a rapariga filha de trabalhadores esforçados que é advogada e se queixa de não ter conseguido emprego pois não estudou para trabalhar a 500 euros como caixa e os pais dizem a minha filha merece melhor
e os filhos dos outros obviamente merecem viver na merda?
fazendo funcionar a sociedade montando as torres de alta tensão (metade dos quais emigrantes) para que a maralha burguesinha do bloco
ou doutra merda de aparelho partidário
tenha energia para teclar
o tipo que partiu o braço na torre dos Foros da amora a 600 euros por mês não é licenciado
paciência ...estudasse
Sou licenciada em sociologia há quase dois anos e até agora sempre trabalhei ou a falsos recibos verdes (inclusive para instituições do Estado!), ou a contratos mais que precários.
ResponderEliminara maior parte da geração que saiu com cursos de sociologia uns 5000 até aos anos de 99 encontrou trabalho nas câmaras no antigo IROMA até na comissão de extinção da EPAC
porque é que estes sociólogos tem tachos mais pequenos
E os únicos empregos que consegui nos quais ganhava mais de €500 por mês, duraram todos um ou dois meses. Agora estou num estágio não-remunerado, de 6 meses. Quem está a pagar o meu mestrado é a avó porque nem os meus pais têm capacidade para tal. Ou melhor, pelos vistos era o que eu pensava. Afinal estou num bom emprego e a ganhar mais 80%......e enfim
isto sim é um raciocínio sólido de burocrata educado numa boa universidade burocrática na nossa burocracia nacional
somos muito bons
se fossemos exportar estes sociólogos para a indústria alemã távamos safos
há que manter todos os cursos obviamente
professor universitário ia fazer o quê fora da universidade né
olha uma etiqueta so pra mim. babei. bom texto.
ResponderEliminar(quanto às arrobas: a gramática é machista. para que seja marxista, muda o mundo, que ela segue. não vai lá por decreto. e baralha o pessoal na leitura, cansa. detesto arrobas. =)
a gramática não é machista, as pessoas é que são! :P
ResponderEliminaros arrobas são a melhor coisa do mundo, tendo em conta a nossa língua.
e já merecias aquela etiqueta há muito tempo. metade da internet tem andado a usar os teus desenhos
Eu ouvi essa gajinha na rádio (Antena Um) em mais uma sessão bolorenta de conservadorismo disfarçado de gente cool, com aquele psicólogo merdinhas que começa sempre assim «olá Isabel» com um tom de voz indescritível de raivoso reprimido, os dois na cantoreta irritante paga pelos dinheiros públicos logicamente transmitida em horários nobres, os dois com musgo na fala, a tecer os mesmo comentários que essa fulaninha cuspiu no Destak. É uma sonsinha essa tipa, Isabel Stilwell, tenho uma lista enorme de queixas relativas a disparates de toda a ordem que ela já proferiu, alguns bastante embaraçosos para uma pessoa ue deveria estar melhor informada e ter maior cultura do que realmente tem, considerando o quão badalada e referenciada é na imprensa dominante. Nem é muito inteligente a senhora, coitada. Para se obter sucesso na imprensa do pensamento único, nem é preciso grande q.i., basta ser subserviente.
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