NOTÍCIA - REUTERS
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quinta-feira que a vida do presidente do Equador, Rafael Correa, está em perigo e pediu que o Exército equatoriano não apoie um "golpe" contra ele.
Chávez afirmou à televisão estatal venezuelana que os policiais equatorianos em protesto estariam fazendo exigências a Correa em um hospital em Quito onde o presidente equatoriano estaria "sequestrado".
Chávez também alertou nesta quinta os países da Alba e da Unasul de que estão tentando "derrubar" seu colega equatoriano Rafael Correa e garantiu em uma conversa por telefone que terá total "apoio" e "solidariedade" da Venezuela.
"Estão tentando derrubar o presidente Correa. Alerta aos povos da Aliança Bolivariana! Alerta aos povos da Unasul! Viva Correa!", disse Chávez, na sua página da rede social Twitter.
Segundo um comunicado divulgado posteriormente pelo Ministério de Relações Exteriores em Caracas, Chávez e Correa conversaram por telefone nesta quinta-feira e o presidente equatoriano confirmou "que se trata de uma tentativa de golpe de Estado" causada pela "insubordinação de um setor da Polícia Nacional às autoridades e às leis".
Correa vive nesta quinta-feira a maior crise em quase quatro anos de governo, com protestos de policiais e militares que rejeitam uma lei governista que prevê cortes nos benefícios.
Chávez "manifestou seu apoio ao Presidente Constitucional de nossa irmã República do Equador e condenou, em nome do Povo da Venezuela e da Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América (Alba), este golpe na Constituição e no Povo do Equador", indicou o comunicado oficial.
O governo venezuelano também expressou "sua confiança" de que Correa e o povo do Equador "derrotarão esta tentativa de golpe de Estado".
Correa foi levado para um hospital de Quito, depois de ter sido agredido e denunciou que um grupo de manifestantes tentava entrar em seu quarto. Em seguida, o governo decretou estado de exceção.
Protestos
Os distúrbios registrados no Equador tem origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para ajustar os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.
Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que há uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção. Mesmo assim milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.
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