Nesta última semana assistimos a um artifício de inocência e vitimização da Igreja Católica (IC).
Os relatos e casos de "indiscrições" por parte de membros da IC não é recente e tem sempre uma maneira astuta (se é que se pode dizer tal coisa) de cair no esquecimento (leia-se, desaparece).
A grande novidade esta semana foi a leitura de uma carta por parte de Raniero Cantalamessa, padre franciscano.
O padre leu essa carta, enviada por "um amigo judeu" em que fazia uma paralelo entre o "ataque violento" que está em curso contra a Igreja, e o anti-semitismo. Diz ainda que esse ataque seria semelhante ao lançado contra os judeus porque “utiliza estereótipos” e transforma “uma culpa pessoal em culpa colectiva”.
O conceito de anti-semitismo quando evocado nunca vem sozinho. Melhor, desponta sempre uma ou outra reacção, geralmente acompanhado por uma retracção.
Stephan Kramer, secretário-geral do Conselho dos Judeus da Alemanha disse "Estou sem palavras. O Vaticano está agora a tentar transformar os autores [dos abusos] em vítimas."
Aprecio com algum cuidado as reacções que alguns sectores da comunidade judaica têm quando utilizado o conceito anti-semitismo.
O suposto ataque à Igreja não é um ataque, é uma rendição às evidências. Na verdade, a comparação feita por Cantalamessa consegue fazer algum sentido, na perspectiva que conseguimos ver outras reacções, incluindo algumas mais elaboradas que mostram o muro de protecção ideológica e no caso do Stephen Kramer, a utilização da alguma da 'melhor' propaganda sionista disponível. Parece uma tentativa falhada de utilizar o mesmo método.
A citação do "amigo judeu", por pouco incrível que pareça neste momento, não é muito mais do que o Estado de Israel põe em prática no seu próprio "território". Perguntaria eu, se não é exactamente o que o Governo de Benjamin Netanyahu faz, diariamente com os palestinianos, principalmente no que toca ao Hamas.
Qualquer demonstração de resistência por parte de palestinianos, é obra do Hamas, mesmo que, por exemplo, a PFLP venha reinvidicá-los como noticiava o Haaretz ainda hoje.
Não obstante, qualquer desculpa serve para dar uso ao poder militar que é patrocinado a Israel.
Este uso de estereótipo a nível mundial como estratégia de propaganda para minimizar e retirar qualquer legitimidade ao povo palestiniano funciona, e com bastante excelência: passa a responsabilidade para o colectivo de pessoas que sobrevivem todos os dias na Faixa de Gaza. Torna-os, aos olhos cá do Ocidente, como uma maioria terrorista.
O discurso de anti-semitismo é uma cantiga para alguns. Portanto, é uma arma. E "como diria o outro", tudo depende da bala e da pontaria.
O Estado de Israel tem balas e não lhe falta pontaria.
PS: Sempre achei piada que utilizem o discurso do anti-semitismo com palestinianos, quando, por acaso, eles são semitas.
Os relatos e casos de "indiscrições" por parte de membros da IC não é recente e tem sempre uma maneira astuta (se é que se pode dizer tal coisa) de cair no esquecimento (leia-se, desaparece).
A grande novidade esta semana foi a leitura de uma carta por parte de Raniero Cantalamessa, padre franciscano.
O padre leu essa carta, enviada por "um amigo judeu" em que fazia uma paralelo entre o "ataque violento" que está em curso contra a Igreja, e o anti-semitismo. Diz ainda que esse ataque seria semelhante ao lançado contra os judeus porque “utiliza estereótipos” e transforma “uma culpa pessoal em culpa colectiva”.
O conceito de anti-semitismo quando evocado nunca vem sozinho. Melhor, desponta sempre uma ou outra reacção, geralmente acompanhado por uma retracção.
Stephan Kramer, secretário-geral do Conselho dos Judeus da Alemanha disse "Estou sem palavras. O Vaticano está agora a tentar transformar os autores [dos abusos] em vítimas."
Aprecio com algum cuidado as reacções que alguns sectores da comunidade judaica têm quando utilizado o conceito anti-semitismo.
O suposto ataque à Igreja não é um ataque, é uma rendição às evidências. Na verdade, a comparação feita por Cantalamessa consegue fazer algum sentido, na perspectiva que conseguimos ver outras reacções, incluindo algumas mais elaboradas que mostram o muro de protecção ideológica e no caso do Stephen Kramer, a utilização da alguma da 'melhor' propaganda sionista disponível. Parece uma tentativa falhada de utilizar o mesmo método.
A citação do "amigo judeu", por pouco incrível que pareça neste momento, não é muito mais do que o Estado de Israel põe em prática no seu próprio "território". Perguntaria eu, se não é exactamente o que o Governo de Benjamin Netanyahu faz, diariamente com os palestinianos, principalmente no que toca ao Hamas.
Qualquer demonstração de resistência por parte de palestinianos, é obra do Hamas, mesmo que, por exemplo, a PFLP venha reinvidicá-los como noticiava o Haaretz ainda hoje.
Não obstante, qualquer desculpa serve para dar uso ao poder militar que é patrocinado a Israel.
Este uso de estereótipo a nível mundial como estratégia de propaganda para minimizar e retirar qualquer legitimidade ao povo palestiniano funciona, e com bastante excelência: passa a responsabilidade para o colectivo de pessoas que sobrevivem todos os dias na Faixa de Gaza. Torna-os, aos olhos cá do Ocidente, como uma maioria terrorista.
O discurso de anti-semitismo é uma cantiga para alguns. Portanto, é uma arma. E "como diria o outro", tudo depende da bala e da pontaria.
O Estado de Israel tem balas e não lhe falta pontaria.
PS: Sempre achei piada que utilizem o discurso do anti-semitismo com palestinianos, quando, por acaso, eles são semitas.
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