No
Público de hoje (ainda não disponível na web),
Helena Matos enumera uma série de maleitas que, qual fatalidade, são exclusivamente portuguesas. Padecemos e padeceremos. Sobre o dia das mentiras, diz que
"O Parlamento faz de tribunal. Os juízes processam que faz declarações que consideram ofensivas no Parlamento-tribunal (...)"; "Os funcionários públicos, consoante a idade, ora fazem de conta que vivem na Suécia dos anos 70 do século passado e reivindicam direitos adquiridos e por adquirir ora levam os dias a fazer cálculos para a salvífica reforma que lhes permita deixarem de ser funcionários."
Helena Matos, que, pelo que me lembro, recusa extremismos e apela à moderação, ao bom-senso, espalha-se ao comprido na ressaca do dia das mentiras. Caracteriza o país de extremo a extremo, sem dar espaço à existência de gente muito dedicada no Parlamento, como nos Tribunais. Na Função Pública, nos Sindicatos e nas Empresas. Na Polícia e em todo o lado.
Invoca um país mesquinho e trapaceiro que mais não é que a sua própria criação. Por onde eu ando há muita injustiça, como em todo o país e muita coisa para alterar, mas há muita gente boa que, felizmente passa ao lado desta arrogância de superioridade.
Ler este texto é compreender que só ali com a Ensaísta estamos a salvo de nos tornarmos qualquer uma daquelas espécies que deixam o "país cansado".
A "este frenesi esquizofrénico" descrito por ela falta uma peça - a própria.
"O País está cansado", é certo - deste discurso fatalista e pretensioso que pretende inferiorizar as pessoas que cá vivem e a quem lhes custa na pele (ou no estômago) as consequências do miserabilismo.
A Helena Matos não percebe nada do mundo à sua volta. Nem os funcionários públicos nem os do sector privado "fazem de conta" que vivem na Suécia dos anos 70 do século passado: exigem viver muito melhor do que isso, porque entretanto houve progressos tecnológicos que o tornam materialmente possível.
ResponderEliminarA Helena Matos é que quer fazer de conta que vive na Inglaterra dos anos quarenta do século anterior ao passado; e se tiver poder político suficiente, será isso mesmo que nos imporá.
de onde vem o dinheiro, para jornais que ninguem le, televisoes, revistas, jornais desportivos etc etc etc.
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