Defensor de que "Sem democracia não há socialismo, e sem socialismo não há democracia", Carlos Nelson nasceu na Bahia em 1943 e consagrou-se no estudo do marxismo no Brasil como introdutor (junto com Leandro Konder) e tradutor do húngaro György Lukács e do italiano Antonio Gramsci.
Foi militante do PCB - Partido Comunista Brasileiro e posteriormente do PT - Partido dos Trabalhadores, de onde saiu por causa daquilo que chamou "alianças oportunistas, como aquelas que Lula fez para ser eleito e governar". Foi, então, um dos fundadores e também membro da direção do PSoL - Partido Socialismo e Liberdade.
No que se refere à introdução de Gramsci no Brasil, foi responsável pelas seguintes publicações da obra do dirigente político italiano: apresentou junto com Leandro Konder e traduziu a Concepção dialética da história (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966; 6a. ed., 1986), selecionou os textos e traduziu Literatura e vida nacional (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968; 3a. ed., 1986) traduziu Os intelectuais e a organização da cultura (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968; 5a. ed., 1987) (1).
Enquanto autor, publicou vários livros, entre os quais: De Rousseau a Gramsci: Ensaios de teoria política (São Paulo: Boitempo Editorial, 2011) O marxismo na batalha das idéias (São Paulo: Cortez, 2006), Gramsci. Um estudo sobre seu pensamento político (3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007), Marxismo e política. A dualidade de poderes e outros ensaios (3. ed. São Paulo: Cortez, 2008), Contra a corrente: ensaios sobre democracia e socialismo (Cortez, 2. ed., 2008) e O estruturalismo e a miséria da razão (Expressão Popular, 2. ed., 2010 [1. ed. 1971]). É também editor das Obras de Antonio Gramsci (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 10 vols., 1999-2005).
Talvez a melhor homenagem a tenha feito sem saber. Quando chegou esta notícia do seu falecimento, estava curiosamente com a sua grande obra de juventude Estruturalismo e Miséria da Razão, originalmente publicada em 1971 e reeditada em 2010 com um indispensável Posfácio de José Paulo Netto, de onde havia retirado, ontem, esta citação em que Carlos Nelson Coutinho resume os três elementos progressistas fundamentais que o estruturalismo negou ao rejeitar Hegel:
"o humanismo, a teoria de que o homem é um produto de sua própria atividade, de sua história coletiva; o historicismo concreto, ou seja, a afirmação do caráter ontologicamente histórico da realidade, com a conseqüente defesa do progresso e do melhoramento da espécie humana e, finalmente, a Razão dialética, em seu duplo aspecto, isto é, o de uma racionalidade objetiva imanente ao desenvolvimento da realidade (que se apresenta sob a forma de unidade de contrários), e aquele das categorias capazes de apreender subjetivamente essa racionalidade objetiva, categorias que englobam, superando, as provenientes do ‘saber imediato’ (intuição) e do ‘entendimento’ (intelecto analítico)." (2)
Bruno Góis
(publicado também em A Comuna)
Notas:
1 - Concepção dialética da história, Os intelectuais e a organização
da cultura , Literatura e vida nacional junto com Maquiavel, a política
e o Estado moderno (esta não traduzida por Carlos Nelson mas por Luiz
Mário Gazzaneo; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968; 8a. ed.,
1987) formam a primeira edição brasileira em quatro volumes dos
Cadernos do cárcere (1929-1935), um organização temática, simétrica à
primeira edição italiana, dos cadernos escritos pelo dirigente do
Partido Comunista Italiano António Gramsci na prisão durante o regime
fascista em Itália.2 - Carlos Nelson Coutinho – O Estruturalismo e a Miséria da Razão. 2ª com Posfácio de José Paulo Netto . Ed. São Paulo: Expressão Popular: 2010. p. 28. (itálicos originais).
inda se fosse um reformado dos nossos 100 mil topo de gama
ResponderEliminarou mesmo um dos de gama média...
mas um brasuca com oito salários mínimos?
num dá né
andava nos 12mil reais ao mês, se fosse principiante andaria nos 6 a 8000 reais
Eliminaro salário mínimo este ano anda nos 700 reais né...
comparativamente é mais que os 3000 a 6000 euros dos nossos maiores unibersitários né?
e mesmo um marxista gosta de coisas boas
que o diga jorge amado se renascer um destes dias
ah e o graciliano ramos e o camilo fizeram memórias do cárcere muito mais interessantes do que a cadernada ...enfim
ResponderEliminarpercebido
ResponderEliminaro Bruno de Goiás é da corrente da União Dem Pop
é isse?
gostavam muito da livralhada dele nos idos de...