17 de fevereiro de 2011

Pai Natal, cegonhas que trazem bebés, PS de esquerda e outros mitos

Quando eu era pequenina, a solução para qualquer problema económico era simples. Esperava-se por Dezembro e o Pai Natal chegaria e daria paz, amor, pão e frigoríficos às famílias. Aliás, eu nem sequer entendia como é que havia gente pobre, se o Pai Natal ia à casa de tod@s @s menin@s. Anos mais tarde, as situações costumeiras da vida levaram-me à verdade, após gozo consentâneo por parte de todas as crianças da minha rua: o Pai Natal não existia, @s adult@s tinham me enganado e eu era absolutamente ingénua.

Enquanto isto acontecia, deleitava-me o meu pai com inefáveis histórias de cegonhas que iam para Paris buscar sementes de crianças. Após o terror surgido aquando da percepção da minha qualidade de planta, vivi feliz e despreocupada, acreditando que, um dia, o príncipe encantado também iria ter os seus negócios com a tal cegonha, de modo a trazermos à família Pedrosa a Maria e o Gabriel. A ilusão acabou quando o meu pai, como @s restantes adult@s, mais uma vez passou por mentiroso e quando me contaram uma história terrorífica sobre a produção de crianças. Mais uma vez, fui a última a saber. A cegonha não conseguia voar até Paris, @s adult@s tinham me enganado e eu era absolutamente ingénua.

Hoje, anos mais tarde, com 20 anos e 173 belos centímetros, sei que o Pai Natal é uma ilusão e que as cegonhas, apesar de adoráveis, não trarão a pequenada que eu quero na minha vida. Sei que é a mamã quem compra as prendas na azáfama de Dezembro e a minha professora de Ciências do sétimo explicou-me tudo direitinho acerca do processo de manufacturação que culmina numa Maria ou num Gabriel.

Nestes campos, não sou mais ingénua.

Mais: estou decidida a não ser ingénua em mais campo nenhum. Chega de gozarem com a minha graciosa credulidade. Não me venham, portanto, com mais mitos, que eu já não sou tão fácil.

Que saibam o Daniel Oliveira, o Elísio Estanque, o Rui Tavares e outros que tais que eu já não sou assim fácil e não crerei no mito que apregoam. O PS de esquerda não existe, @s adult@s não mais vão enganar-me e eu já não sou ingénua.

E seria bom que toda a gente visse que o PS de direita existe, que @s adult@s não mais (se) enganassem e que o povo não mais fosse ingénuo.

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