18 de junho de 2010

Para a mesa de João Galamba sff.



"E acho que estas eleições, pela primeira vez em muito tempo, ao contrário do que toda a gente diz, são um combate ideológico como há muito tempo não existia, e toda a gente que dizia que a ideologia está morta, 'tá enganada, porque a 27 de Setembro vamos de facto escolher entre duas visões de mundo e projectos políticos radicalmente diferentes. E gostava que as pessoas à esquerda percebessem isso de uma vez por todas, que a divisão entre esquerda e direita, não está à esquerda do PS. Está entre o PS e o PSD".

Belas palavras estas sem dúvida. A discussão do Orçamento de Estado, do PEC I, do PEC II e do PEC III, teriam sido alturas de profunda discussão e crispação política entre o Partido Socialista e o Partido Social Democrata, se não existisse uma simbiose, entre Sócrates e Passos, em torno do Tango.

Na verdade João Galamba teve azar, teve mesmo muito azar, se não fosse aquela melodia argentina apaixonante do Bloco Central, teríamos tido, em tempos de crise, duas visões políticas sobre o Estado, Sociedade e Economia diametralmente opostas. Há dias assim, lá teve, e tem que levar, com a música e com o coro cantante e afinado na AR por parte do PS e do PSD.

No entretanto, João Galamba volta-nos com uma nova certeza, o PS não tocará no décimo terceiro mês. Tal como não iria mexer nos impostos, no IVA, nas prestações sociais e muito menos privatizar mais empresas para além da ANA.

É que só Galamba é que deve ter ficado convencido disso, porque o PS, passou o debate todo a fugir à questão e a contorná-la. De qualquer das formas, o povo português, poderá contar com uma efusiva oposição pública e política de JG a este aumento, caso ele surja. Ou não foi assim até agora?

Em suma, ou Galamba se rendeu à morte das ideologias e à governance, ou está-se se a preparar, com toda a força, para os próximos Jogos Olímpicos na modalidade de engolir sapos.

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